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Audi TT Roadster – O desportivo que veio do Futuro

Com a chegada da terceira geração do TT, o desportivo da Audi consegue assim aliar, finalmente, o visual único e original (embora copiado por modelos como o Peugeot RCZ) inspirado no modelo original com aquilo que a Audi melhor sabe fazer actualmente, motorizações eficazes, um ambiente a bordo ímpar e uma elevadíssima qualidade de construção. O resultado é um veículo desportivo de dois lugares de excelência, recheado de inovações tecnológicas únicas no segmento.

Visualmente o novo TT mantém características do modelo original, como o efeito da bolha do habitáculo a sobressair das linhas da carroçaria, e a reintegração de elementos visuais exclusivos, como a tampa do depósito de combustível em alumínio com a designação do modelo, ou os aros metálicos de protecção colocados atrás dos encostos de cabeça. Claro que existem novidades, como as luzes traseiras em LED de série, e faróis dianteiros que podem ser em LED (1120 euros) ou LED Matrix (2210 euros), permitindo desta forma que circule sempre com os máximos ligados, uma vez que o sistema cria sombras para evitar encadear os restantes automobilistas a circular na estrada.

Recorrendo à plataforma MQB do Grupo Volkswagen, esta permitiu reduzir o peso do actual TT, graças ao recurso de aços de ultra alta resistência e alumínio em diversos elementos da carroçaria e componentes, sendo 105kg mais leve que o anterior. Esta redução de peso, além de contribuir para consumos mais contidos e menores emissões, tem a vantagem de melhorar significativamente o comportamento dinâmico do TT, sendo surpreendente a aderência e o comportamento que este modelo revela, mesmo usando a versão de tracção dianteira.

Contudo, se por fora não existem grandes novidades e o visual do novo TT é facilmente identificável pela anterior geração, o mesmo não se pode dizer do interior, onde o novo TT revela um dos, senão mesmo o habitáculo mais fascinante do mercado, tendo sido o primeiro modelo a recorrer ao painel de instrumentos digital da Audi (Audi Virtual Cockpit), uma solução composta por um ecrã LCD de 12,3 polegadas, com uma resolução de 1440×540 pixéis e uma plataforma Nvidia Tegra 3, sendo toda esta unidade produzida na fábrica da Bosch, em Braga.

Através deste sistema, a Audi conseguiu assim eliminar a presença de praticamente todos os botões na consola central e no habitáculo, uma vez que este sistema integra todos os sistemas de gestão da viatura, infoentretenimento, navegação e instrumentação do mesmo, sendo possível aceder a estas funções através dos comandos no volante, do comando MMI Touch na consola central ou pelos comandos de voz, com a vantagem de a Audi ser das poucas marcas que conseguiram tornar estas funções perfeitamente utilizáveis, sem erros de sotaque ou outras falhas.

Se está atento ao texto, decerto irá reparar que dentro das funções descritas, eu não falei na climatização, por uma razão muito simples, porque o Audi TT integra uma solução brutal, muito simples e rápida que consiste na aplicação de comandos tácteis OLED na parte central das saídas de ar, tendo estas a particularidade de possuir um desenho de turbina. Assim sendo, nas saídas de ar dos extremos poderá controlar a ventilação de ar quente embutida nos encostos de cabeça dos bancos, o aquecimento dos bancos, estando nas saídas centrais os botões para regular a temperatura da climatização, activar o ar condicionado, alterar a intensidade da ventilação, ajustar a direcção e activação da recirculação do ar.

Na zona da consola central encontrará o já referido comando MMI Touch, com a superfície superior composta por um sensor táctil que regista os seus gestos, identificando a escrita de caracteres, algo particularmente útil para simplificar a introdução de destinos no sistema de navegação, ou para escrever o número para o qual deseja telefonar. Junto do comando encontra-se a manete da caixa de velocidades, seja ela manual de seis velocidades ou a brilhante S tronic de dupla embraiagem, e os botões para activar o travão de mão e, por se tratar de uma versão descapotável, para abrir a capota e levantar o deflector de vento integrado.

Em termos de motorização, o Audi TT pode vir equipado com o motor 2.0 TDI, na sua versão Ultra mais eficaz, com 184cv, ou com motorizações a gasolina compostas pelo conhecido 2.0 TFSI de 230cv ou o novo 1.8 TFSI de 180cv. Apesar da motorização a diesel estar apenas disponível com caixa manual e tracção dianteira, as versões a gasolina podem vir equipadas com caixa S tronic de dupla embraiagem e, no caso da versão 2.0 TFSI, com tracção Quattro. Para o ensaio deste modelo, tivemos oportunidade de experimentar tanto a versão diesel como a versão a gasolina de topo, com caixa S tronic e tracção Quattro.

Apesar desta última versão ser, como é de prever, extremamente atraente e eficaz, a grande surpresa foi mesmo a motorização a diesel, pois apesar de se tratar de uma motorização que à partida seria menos atraente, pelo combustível e sonoridade associada, esta revelou ser particularmente cativante, com a vantagem de ser significativamente mais eficaz que o modelo a gasolina, embora este último esteja a ser prejudicado (em termos de consumo) pela tracção às quatro rodas. Naturalmente que caso tivéssemos que realizar um frente a frente num circuito fechado, a versão TFSI seria superior em todos os restantes pontos, como poder de aceleração e velocidade máxima, bem como em tempo por volta.

Ainda assim, esta “comparação” entre a versão a gasolina que todos nós gostaríamos de ter e a versão a diesel acabou por surpreender pelos resultados obtidos, sendo a versão TDI Ultra aquela que demonstrou ser mais “amiga” da carteira para quem pretenda usar este veículo no quotidiano. Igualmente surpreendente foi o comportamento dinâmico da versão de tracção dianteira, não tendo existido nenhuma situação em que tenha preferido a utilização da versão Quattro, graças não só à elevada aderência do conjunto, como pela previsibilidade do chassis em situações extremas. Kudos Audi.

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MotorPrestações
TipoQuatro cilindros em linha TFSI / TDIVelocidade Máxima250 km/h / 237 km/h
Capacidade1984 cc / 1968 ccAceleração (0-100 km/h)5,6s / 7,3s
Potência230cv (4500 rpm) / 184cv (3500 rpm)Consumos (litros/100 km)
Binário370Nm (1600 rpm) / 380Nm (1750 rpm)Urbano (anunciado)8,5 / 5,1
TransmissãoExtra-urbano (anunciado)5,6 / 3,9
TracçãoIntegral Quattro / DianteiraCombinado (anunciada)6,7 / 4,3
CaixaManual de seis velocidadesEmissões CO2154 g/km / 114 g/km
ChassisPreço
Dimensões (Comp. / Larg. / Alt.)3975 / 1746 / 1423 mmValor base€51.618 / 53.145
Peso1500 kg / 1435 kgValor viatura testada€71.654 / 61.795
Bagageira280 litrosI.U.C.€230.49 / €217.35

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