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Fiat Punto Twinair Lounge: Primeiras impressões

É um dos utilitários a gasolina mais vendidos no mercado português e oferece modelos para todos os gostos. Falo do Fiat Punto, que actualmente oferece quatro motorizações. Para além do 1.2 de 67 cv a gasolina e do Diesel 1.3 Multijet de 85 cv, o utilitário italiano oferece aos mais preocupados com o ambiente uma motorização movida a GPL e gasolina, com 1,4 litros e 77 cv. Os que não se acham tão “verdes” e não se importam de queimar combustíveis fósseis, mas que, ainda assim, gostavam de poupar uns euros em combustível, podem optar pelo Punto Twinair, com 0,9 litros de capacidade e 105 cv, que é, ao mesmo tempo, o motor mais pequeno e o mais potente de toda a gama Punto.

É verdade que a presença desta motorização na gama do Punto não é de hoje (tal como acontece com o animado por gasolina e GPL), mas é novidade o aumento de potência à disposição do condutor, que passou dos anteriores 85 cv para uns mais animadores 105 cv, motivo, aliás, para este ensaio, para ver do que é capaz o mais potente dos Punto.

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Tirando a nomenclatura Twinair colocada do lado inferior direito da tampa da bagageira, nada difere de um qualquer outro Fiat Punto com o nível de equipamento Lounge e o opcional pack Sport. É este que nos garante as jantes de liga leve de 15 polegadas, os vidros escurecidos, o deflector traseiro montado no topo do óculo e duas minissaias laterais, que me fazem logo pensar que este Twinair é bem capaz de me surpreender. No interior, também nada de novo. Mantêm-se os vários espaços de arrumação, que continuam a ser pequenos para colocarmos um telemóvel ou uma carteira mais recheada (mas também, nesta altura, quem a tem?), excepção feita às bolsas nas portas.

A qualidade dos materiais no interior também não se altera, o mesmo acontecendo com a qualidade da montagem, que não merece reparos, e com a utilização de muitos plásticos duros, especialmente na parte inferior do tablier. O espaço para os ocupantes do banco traseiro também permanece o mesmo, ou seja, ligeiramente limitado, mas nada que impeça uma viagem maior. Destaque no interior para o sistema Blue & Me, de série, que oferece uma entrada USB e AUX (jack) para ser possível ouvir música sem ter de carregar uma pilha de CD. Atrás, a bagageira de 275 litros não é um valor de referência, mas não compromete e permite facilmente o transporte da bagagem necessária, podendo mesmo recorrer-se ao rebatimento do banco traseiro (60/40) para atingir os 1030 litros de capacidade.

Sentado numa boa posição e com o volante multifunções (onde estão os comandos do sistema mãos-livres por Bluetooth) correctamente posicionado, preparo-me então para perceber o que realmente vale este Punto Twinair e ponho-o em marcha. A primeira impressão é de agrado. O barulho deste dois cilindros é muito engraçado e é impossível não o associar com um dos muitos tuc-tuc que vemos nas ruas a passear turistas. Não tão engraçado é constatar a cara das pessoas quando percebem que o barulho que estão a ouvir é mesmo do “meu” Punto e não de um desses meios de transporte. Mas eles já vão ver quando eu os fizer comer o meu pó com os 105 cv que tenho ao dispor…

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Infelizmente, isso raramente aconteceu. Apesar de uma relação peso-potência de 10:1, ou seja, cada 10 kg são “puxados” por um dos 105 cv disponíveis, os 145 Nm de binário máximo só estão disponíveis às 2000 rpm. Até lá tudo se passa de forma lenta e pouco digna do automóvel mais potente da sua gama. A partir das 2000 rpm, o fulgor enche os 875 cc deste pequeno motor, que parece acordar e ganhar sede de “vingança rodoviária” para com quem zombou dele. Mas nessa altura já é tarde de mais… Tal como no provérbio, também no Punto Twinair devagar se vai ao longe e é possível atingir a zona de funcionamento ideal do motor, de onde é possível retirar uma maior emoção nos percursos diários, ou mesmo garantir uma viagem a um ritmo agradável em estrada aberta. Mas é preciso estar atento ao pedal direito e nunca deixar o ritmo baixar.

Não se pense com isto que este Twinair não é um motor competente, muito pelo contrário, cumpre com as suas funções e transporta-me do Ponto A ao Ponto B sem problemas e com consumos baixos, sendo o anunciado em ciclo urbano de apenas 5,0 litros por cada 100 km percorridos, o que está em linha com os 5,6 l/100 km que consegui, da mesma forma que o estão os 3,8 l/100 km em ciclo extra-urbano (consegui 4,3 l/100 km). Custa a partir de €16 500 este Punto Twinair, valor que não me parece exagerado para o que oferece. Tanto em termos de equipamento como em termos da resposta do motor. Não tem um grande fulgor, é certo, mas a culpa foi minha. Quem me mandou julgar o livro pela capa?

 

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MotorPrestações
Tipo2 cilindros gasolinaVelocidade Máxima182 km/h
Capacidade 875 ccAceleração (0-100 km/h)11,2 s
Potência105 cvConsumos (litros/100 km)
Binário145 NmUrbano (anunciado)5,0
TransmissãoExtra-urbano (anunciado)3,8
TracçãoDianteiraCombinado (anunciado)4,2
CaixaMnual de 6 + m.a.Emissões CO299 g/km
ChassisPreço
Dimensões (Comp. / Larg. / Alt.)4065 / 1687 / 1490 mmValor base€16 500
Peso1090 kgValor viatura testada€17 7600
Bagageira250-1030 litrosI.U.C.€98,80

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2 comentários

  • As jantes não são de 16”, são de 15”.

    A entrada do Blue&Me é USB e não Aux… Há uma grande diferença…

    O espaço nos bancos traseiros, a não ser que os ocupantes dos bancos da frente sejam de estatura acima da média, é mais do que suficiente e uma das maiores da classe.

    Não é só andar de “cú” tremido e depois escrever meia dúzia de baboseiras… O rigor informativo é algo a ter em conta!

    • Bom dia.
      No que toca às duas críticas iniciais, tem toda a razão e os mesmos erros foram já corrigidos.
      Quanto à questão do espaço nos bancos traseiros, tendo em conta a estatura do responsável pelo artigo, compreendo as razões pelo qual ele afirmou que o espaço atrás é limitativo, algo típico num modelo deste segmento, mas sem ter sido feita qualquer tipo de comparação com outros modelos.
      Relativamente ao seu último comentário, este era totalmente desnecessário, mas aqui destaco a famosa expressão utilizada por uma personagem do grande Herman José: “As opiniões são como vaginas, cada um tem a sua, e dá a quem quiser…”

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