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Honda HR-V 1.6 i-DTEC Elegance – Regressar para conquistar

Lembra-se daquele pequeno “jipe” da Honda em 1999, com um formato de coupé, um enorme spoiler na traseira e uma frente que se assemelhava a um Integra? Esse modelo, de seu nome H-RV (Hi-rider Revolutionary Vehicle) foi o percursor dos Crossover, tendo sido um modelo muito bem-sucedido no mercado europeu, com mais de 110 mil unidades vendidas, e em Portugal mais de 5100 unidades, nos tempos em que o mercado nacional tinha o triplo do peso que tem actualmente.

Este modelo, depois de alguns anos ao abandono, está de regresso, tendo a sua apresentação internacional decorrido em solo Português, mais concretamente na região de Lisboa (veja a apresentação aqui). Tendo em conta pertencer a um segmento de mercado que tem registado uma enorme procura, e a enorme afinidade que os consumidores portugueses tiveram perante a primeira geração, é natural as elevadas expectativas da Honda Portugal no sucesso deste modelo.

Ao contrário da geração original, este modelo não possui um design tão vanguardista, sendo bastante contido, sem que isso retire mérito das suas linhas. Estas são bastante elegantes e fluídas, mantendo uma importante característica do modelo original, o aspecto de coupé aliado ao aspecto versátil e robusto de um SUV.

Visualmente, apesar de ser um modelo bastante discreto (ao contrário do Civic, por exemplo), este não encontra dificuldades em ser apreciado por todos, embora sofra pelo facto de não chocar ou dar nas vistas, como acontece com o Renault Captur ou Nissan Juke, os seus principais rivais (reais, uma vez que a Honda aponta para o Nissan Qashqai como principal rival).

Como é habitual nos veículos nipónicos (veja-se o exemplo do Mazda CX-3), este HR-V conta com um interior muito atraente por dois aspectos, pelas linhas e pela elevada qualidade de construção e dos materiais usados, especialmente se tivermos em conta o segmento no qual se insere. Veja-se o exemplo da consola central, colocadao numa posição elevada, onde está colocada a manete da caixa de velocidades, que devido à sua posição e ao curso curto, relembra-me um desportivo, como o histórico S2000. Nesse mesmo local poderá encontrar o botão do travão de mão, bem como de espaço para arrumação das “tralhas” do costume, como o telemóvel, carteira e outros.

Destaque ainda para a consola central, equipada por um agradável painel de botões tácteis para manipulação do sistema de climatização e, mais acima, do ecrã do sistema de infoentretenimento Honda Connect, aquele que é actualmente usado em toda a gama Honda, composto por um ecrã táctil de 7 polegadas e sistema operativo Android, podendo este ser emparelhado com o seu Smartphone, ou ligando a uma rede Wi-Fi para permitir a instalação de Apps, de forma simples e intuitiva.

Honda HR-V_13

E já que falo coisas simples e intuitivas, nada como referir a presença dos obrigatórios Bancos Mágicos para os lugares traseiros, sendo estes, além de espaçosos e confortáveis para o transporte de dois adultos (ou três, em viagens mais curtas), ideais para o transporte de objectos de grandes dimensões, graças ao mecanismo que lhes permite levantar o fundo, tudo isto graças à deslocação do depósito de combustível para um local mais central. Estes bancos permitem ainda ser totalmente rebatidos, ampliando assim a bagageira dos já de si agradáveis 470 litros para os 1533, permitindo assim transportar objectos como uma prancha de Surf.

Em termos de motorizações, a Honda tem, actualmente, duas soluções que são, infelizmente, demasiado opostas. Em papel, observando apenas para os dados técnicos, ambas as soluções são similares, mas a realidade é que só uma delas consegue cativar os condutores mais exigentes. Estou naturalmente a falar nas motorizações a gasolina 1.5 i-VTEC de 130cv e a gasóleo 1.6 i-DTEC de 120cv.

Apesar de esta última, já nossa conhecida de outros modelos, se ter revelado, em todas as suas aplicações, como brilhante, o mesmo não se pode afirmar da versão a gasolina, devido à falta de resposta em regimes baixos e médios, obrigando-nos a exagerar na pressão exercida sobre o pedal do acelerador, registando, naturalmente, um aumento significativo no computador de bordo.

Já no caso do diesel, este é, conforme já foi dito, brilhante, sendo estranhamente suave para uma motorização diesel, com uma ampla faixa de utilização, sempre pronto para actuar com bastante força quando solicitada, e, naturalmente, consumos que dificilmente superam a casa dos seis litros por cada 100km. Se já tinha esta motorização 1.6 i-DTEC em boa conta, agora todas as dúvidas se dissiparam, sendo pessoalmente a melhor motorização diesel de baixa cilindrada do mercado.

Não poderia finalizar este ensaio sem referir no reforço que a Honda tem realizado nos seus últimos modelos em termos de tecnologia e sistemas de assistência à condução, podendo o HR-V vir equipado com o Honda Advances Driver Assist System, que reúne um vasto conjunto de sistemas de segurança como o Sistema de Reconhecimento de Sinalização de Trânsito, Avisador de Saída da Faixa de Rodagem, Avisador de Colisão à Frente, Sistema de Assistência de Máximos e Limitador Inteligente da Velocidade, que utiliza a leitura dos sinais de trânsito para ajustar o limite de velocidade.

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MotorPrestações
TipoQuatro cilindros em linhaVelocidade Máxima192 km/h
Capacidade1597 ccAceleração (0-100 km/h)10,1 s
Potência120 cv (4000 rpm)Consumos (litros/100 km)
Binário300 Nm (2000 rpm)Urbano (anunciado)4,2
TransmissãoExtra-urbano (anunciado)3,8
TracçãoDianteiraCombinado (anunciada)4,0
CaixaManual de seis velocidadesEmissões CO2104 g/km
ChassisPreço
Dimensões (Comp. / Larg. / Alt.)4294 / 1772 / 1605 mmValor base€26 690
Peso1324 kgValor viatura testada€28 390
Bagageira470 – 1533 litrosI.U.C.€142,12

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