A crise económica teima em não abandonar o mercado português e poupar está na ordem do dia. Os preços dos combustíveis não param de subir e poupar está na ordem do dia. O mercado nacional de automóveis, apesar de alguns sinais de retoma, ainda não está bem de saúde porque poupar está na ordem do dia.
Para a grande maioria, a compra de um automóvel deixou de ser um acto emocional para se transformar num (muito) racional, envolvendo várias pesquisas na net, visitas a stands, horas passadas de calculadora em riste e na comparação minuciosa das listas de equipamento de série.
Ciente desta realidade, a Opel aproveitou o facelift operado no Meriva para o dotar de mais alguns argumentos na guerra dos minimonovolumes. Além de um novo nome – passa agora a chamar-se Tourer, em linha com o que aconteceu com o outro monovolume da marca, o Zafira – o Meriva foi alvo de um ligeiro facelift e recebeu ainda uma nova motorização FlexFuel, que conta com o motor 1.4 Turbo de 120 cv, capaz de “queimar” gasolina e GPL.
As vantagens são muitas para as jovens famílias lusas, o público-alvo para o renovado Meriva. Primeiro, o preço do GPL é sensivelmente metade do da gasolina e, apesar de um consumo maior, a poupança ainda é de cerca de 40%, um valor (muito) considerável. Depois, a queima de GPL emite menores quantidades de CO2 para a atmosfera (cerca de 15% menos), o que “impulsiona” o Meriva para um patamar mais baixo nos impostos lusos, logo, garantindo que a Opel consegue um preço final mais competitivo, o que é sempre uma boa notícia para o cliente. A isto temos de juntar a mais recente legislação que permite o estacionamento deste tipo de veículos nos parques subterrâneos e fechados e temos uma receita de sucesso.
Para ajudar à festa, a Opel renovou o sistema IntelliLink, integrando-o com os vários sistemas de controlo por voz presentes nos smartphones, como por exemplo o Siri dos dispositivos iOS. O IntelliLink usa agora um monitor de sete polegas de alta definição, que é o centro de controlo de todas as funções, da navegação ao sistema mãos-livres por Bluetooth, passando pelo streaming de áudio, também por Bluetooth.
A carroçaria dá para jogar ao “Encontre as Diferenças”, de tão poucas que elas são: faróis com novo desenho interior, em forma de “olho de águia”; luzes diurnas LED; grelha revista para ficar mais próxima da do Insígnia; e cromados, na grelha como no contorno dos faróis de nevoeiro e na linha de cintura. Ah, e pode montar jantes de 18 polegadas, embora o “meu” Meriva tivesse apenas jantes de 16”.
De resto, o motor de 120 cv cumpre o que lhe é pedido com prestações agradáveis, com o binário máximo disponível às 1750 rpm. Se bem que em estrada aberta este motor é mais do que suficiente para o que esperava do Meriva, para garantir alguma emoção na condução preciso de ter o pé direito um pouco mais pesado, o que prejudica os consumos. Mas se pensar que o GPL está a menos de €0,80 tal passará apenas a um mero pormenor, tal como a ligeira perda de potência sentida quando mudamos de combustível – algo que pode ser feito em andamento, bastando premir um botão na consola central, curiosamente posicionado onde costuma estar o “Sport”…
Pormenor é também, mas de maior monta, a ausência de um medidor do consumo no computador de bordo, algo que acontece nas variantes GPL do Zafira e do Insignia, mas que a Opel optou por deixar de fora do minimonovolume. Apenas consigo ir sabendo a quantidade de gasolina e de gás que existe nos depósitos – o de GPL está instalado no lugar do pneu suplente –, pois o indicador alterna automaticamente sempre que se troca de combustível.
No final do ensaio, o que fica é que esta nova motorização GPL para o Meriva Tourer apresenta argumentos sólidos para cativar o seu público-alvo, como por exemplo os consumos anunciados de 5,9 e 7,4 l/100 km, que lhe garantem uns impressionantes 1375 km de autonomia média ponderada (!!). Uma boa dotação de equipamento e de sistemas de segurança também fazem parte do pacote, proposto por uns agradáveis €20 390 (um valor curiosamente €600 inferior à variante Diesel, equipada com um motor 1.3 CDTi de 95 cv). A emoção ao volante não é muita, mas também não é esse o objectivo, lembram-se? Estamos na era do racional…
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Motor | Prestações | ||
Tipo | Quatro cilindros em linha | Velocidade Máxima | 188 km/h |
Capacidade | 1364 cc | Aceleração (0-100 km/h) | 11,5 s / 11,8 s (GPL) |
Potência | 120 cv (4800 rpm) | Consumos (litros/100 km) | |
Binário | 175 Nm (1750 rpm) | Urbano (anunciado) | 7,8 / 9,8 (GPL) |
Transmissão | Extra-urbano (anunciado) | 4,8 / 6,1 (GPL) | |
Tracção | Dianteira | Combinado (anunciada) | 5,9 / 7,4 (GPL) |
Caixa | Manual de cinco velocidades | Emissões CO2 | 139 g/km / 121 g/km (GPL) |
Chassis | Preço | ||
Dimensões (Comp. / Larg. / Alt.) | 4300 / 1994 / 1615 mm | Valor base | €20 390 |
Peso | 1965 kg | Valor viatura testada | €23 190 |
Bagageira | 350-1450 litros | I.U.C. | €164,50 |
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