A lista de ícones da indústria automóvel conta-se pelos dedos da duas mãos, mas nessa lista, onde se incluem obviamente modelos como o Porsche 911 e o Volkswagen Golf GTI, está naturalmente o Mini. É certo que desde que a BMW tomou conta da marca britânica, o novo Mini cresceu (bastante), mas conseguiu recuperar a mística do passado, razão pelo qual continua a ser uma marca querida e adorada por muitos. Para festejarmos a chegada da terceira geração ao mercado nacional, pedimos um Mini para testes e comprovarmos as alterações face ao modelo anterior, mas estaríamos longe de pensar que nos iria calhar aquele que é o Mini mais apetecível da gama, o Mini Cooper S (isto enquanto a versão Johnny Cooper Works não chega).
Segundo responsáveis da marca, a nova geração do Mini conta com tudo novo, nova plataforma, novas motorizações e novos equipamentos, mas mantém o mesmo visual intemporal que faz com que tanto os mais pequenos como os mais novos o identifiquem imediatamente como sendo um Mini. Para o distinguir dos modelos tradicionais, este Cooper S conta com a presença da tradicional entrada de ar no capot (que serve apenas para a imagem do modelo), que combina na perfeição com as entradas de ar adicionais na secção inferior do para-choques desportivo utilizado neste modelo.
Outro elemento visual muito forte utilizado são os novos conjuntos ópticos totalmente LED (€199), bem como as ópticas traseiras, claramente inspiradas nos modelos clássicos. Se no exterior, embora seja tudo novo, os traços permaneçam os mesmos, no interior o caso muda de figura, com elementos chave como o conta rotações que desapareceu da consola central, dando assim lugar a um ecrã LCD do sistema de infoentretenimento, que embora seja baseado no eficaz iDrive, possui grafismo próprio Mini, bem como de menus específicos. Adorámos o pormenor do anel de LED em torno deste ecrã, que reage às mais variadas funções e cores, como o ajuste do volume do rádio, o regime do motor, a actuação do sistema Start/Stop ou até ajudar nas manobras de estacionamento.
Todo o acesso aos menus é realizado a partir do comando rotativo, exactamente igual ao encontrado em qualquer BMW, o que não é mau, uma vez que é das interfaces mais intuitivas que existem no mercado. De resto encontramos tradicionais elementos Mini, como a fileira de botões cromados na consola central que parecem ter saído de uma aeronave antiga, os puxadores da porta que mantêm o mesmo formato e o minúsculo espaço disponível para os ocupantes traseiros, algo que aparentemente só ficou resolvido na versão de cinco portas que ainda não tivemos oportunidade de experimentar (mas que pelas fotos, de Mini já não tem nada…).
Visto ser a versão desportiva, não é de estranhar termos encontrado bancos desportivos e outros elementos, pertencentes ao Pack Chili II (€2549), ideais para tirar total partido das elevadíssimas capacidades dinâmicas do chassis, bem como das capacidades do conjunto motorização/transmissão desde Cooper S. Ao contrário das anteriores gerações, a Mini decidiu aumentar a cilindrada da motorização, passando o Cooper S agora a contar com um bloco de dois litros turbo com 192cv, uma potência perfeita para tornar este Mini num verdadeiro “Pocket Rocket”, graças à reunião de factores como as dimensões (ainda) compactas e o baixo peso da carroçaria.
Infelizmente tivemos pena de encontrar a caixa automática Steptronic de seis velocidades que, embora tenha um comportamento bastante desportivo, deu sempre a impressão de estar deslocada do universo Mini, onde tudo deve ser manual e ao alcance do condutor. Poderá ser embirração minha, é certo, mas preferia ter experimentado a caixa manual de seis velocidades. De resto encontrámos o curioso sistema de selecção de modos de condução (Mini Driving Mode), colocado em redor da alavanca da caixa de velocidades, que permite escolher o tipo de comportamento do veículo de acordo com o modo seleccionado, que pode ser Green para quem pretenda poupar combustível, ou Sport para quem queira tirar total partido da combinação Chassis + Motor… e acredite que vai adorar.
Tratou-se de uma experiência única e compensatória, pois estivemos perante um dos “Pocket Rocket” mais divertidos e desejados do mercado, e depois de esta experiência não tenho qualquer dúvida em juntar-me às vozes que apregoam o novo Mini Cooper S um dos mais divertidos automóveis do mercado, mas que não deixa de ter os seus contras, típicos de um Mini.
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Motor | Prestações | ||
Tipo | Quatro cilindros em linha | Velocidade Máxima | 233 km/h |
Capacidade | 1998 cc | Aceleração (0-100 km/h) | 6,7 s |
Potência | 192 cv (4700 rpm) | Consumos (litros/100 km) | |
Binário | 280 Nm (1250 rpm) | Urbano (anunciado) | 6,8 |
Transmissão | Extra-urbano (anunciado) | 4,4 | |
Tracção | Dianteira | Combinado (anunciada) | 5,2 |
Caixa | Automática de sete velocidades | Emissões CO2 | 122 g/km |
Chassis | Preço | ||
Dimensões (Comp. / Larg. / Alt.) | 3850 / 1727 / 1414 mm | Valor base | €28 100 |
Peso | 1175 kg | Valor viatura testada | €39 408 |
Bagageira | 211 litros | I.U.C. | €229.36 |
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