No passado, falar em pequenos desportivos foi sinónimo de falar-se no Volkswagen Golf GTI. Durante anos este foi a referência para qualquer automóvel que pudesse ser conduzido no dia-a-dia, mas que estava sempre disponível para oferecer um elevado desempenho sempre que fosse necessário.
Actualmente o Golf GTI já não está sozinho no mercado, e segundo os tempos registados na mítica pista de Nürburgring, a sigla que actualmente reina o mercado é outra, R.S. de Renault Sport. Para comprovarmos a eficácia da sua mais recente criação, decidimos testar aquela que é a versão mais civilizada do Mégane RS 265 (existe ainda o RS 275 e o futuro RS Trophy-R). Trata-se de um Mégane tradicional como base, mas que parece ter colidido com um automóvel de competição, daí não estranharmos a presença de elementos aerodinâmicos como os imponentes pára-choques, jantes de liga leve que são rodeadas por uma estreita tira de borracha que a Continental designa como sendo um pneu e uma assustadora ponteira central de escape com acabamento cromado, de onde é emitido um rugido intimidante sempre que o Mégane RS está com o motor ligado.
Se por fora este RS não tem qualquer dificuldade em chamar a atenção (a cor amarela ajuda e muito), por dentro encontramos um ambiente menos exuberante, isto se ignorarmos alguns elementos como os pedais com capas metálicas, ou o volante forrado em pele, ou ainda os cintos vermelhos. Recorrendo a verdadeiras baquetas de competição da Recaro para os lugares dianteiros, estas servem meramente para garantir que o nosso corpo (do condutor e passageiro) não sai do sítio, uma vez que qualquer irregularidade no solo é imediatamente sentida pelos ocupantes. Isto é fruto da combinação do chassis Cup com a suspensão de afinação desportiva, algo que para a maioria das pessoas poderá ser incómodo para uma utilização quotidiana, mas que para nós, adeptos das quatro rodas, acaba por se revelar como uma bênção, especialmente se decidimos procurar por estradas vazias de serra, seja ela onde for, para explorarmos todas as impressionantes capacidades deste automóvel. Dando uso ao novo sistema R-Link, que dispõe de menus próprios (como cronómetro, medidor de forças G e medidor de níveis de potência e binário), devemos usar de seguida o botão RS (à esquerda do volante) para desligar o controlo de tracção e aumentar o nervosismo do motor, para que a experiência seja memorável.
O resultado é um verdadeiro automóvel desportivo vestido de um mero coupé que pode transportar até cinco pessoas e realizar médias de consumo abaixo dos 7 litros, muito embora este valor por vezes duplique, tal era a forma como este Mégane RS conseguia transformar todos aqueles que tiveram a coragem de o experimentar (no lado do passageiro, é claro, porque eu não conseguia largar o volante). Os seus 265 cv conseguiram transmitir sensações mecânicas que julgávamos já não existirem no mundo automóvel. O comportamento puro e duro garantem uma diversão constante para quem souber explorar correctamente o seu brilhante chassis, seja na estrada ou na pista.
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Motor | Prestações | ||
Tipo | 4 cilindros Turbo gasolina | Velocidade Máxima | 254 km/h |
Capacidade | 1998 cc | Aceleração (0-100 km/h) | 6 s |
Potência | 265 cv (5500 rpm) | Consumos (litros/100 km) | |
Binário | 360 Nm (3000 rpm) | Urbano (anunciado) | 9,8 |
Transmissão | Extra-urbano (anunciado) | 6,2 | |
Tracção | Dianteira | Combinado (anunciado) | 7,5 |
Caixa | Manual de 6 velocidades | Emissões CO2 | 174 g/km |
Chassis | Preço | ||
Dimensões (Comp. / Larg. / Alt.) | 4299 / 1848 / 1435 mm | Valor base | €37 500 |
Peso | 1394 kg | Valor viatura testada | €42 200 |
Bagageira | 344-991 litros | I.U.C. | €229,36 |
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