Maserati Ghibli 3.0 V6 Diesel

Foi numa pequena garagem em Bolonha, Itália, que os irmãos Alfieri, Bindo, Carlo, Ettore e Ernesto criaram a sua empresa com o nome de família, dedicando-se (inicialmente) à preparação de automóveis para a competição. No ano em que a Maserati celebra o seu primeiro centenário de vida é marcado pelo regresso da marca do tridente a Portugal, desta vez pelas mãos do grupo F. Pimenta SGPS, através da recém-criada Tridente Portugal.

Este regresso vai ao encontro dos desejos da Maserati, que pretende aumentar significativamente as suas vendas para um total de 50 mil viaturas já em 2015. Para tal, a Maserati teve que se separar da Ferrari e tornou-se autónoma dentro do grupo Fiat, algo que lhe permitiu reestruturar o seu catálogo, sendo a mais recente aposta o novo Ghibli, uma berlina desportiva que terá a ingrata tarefa de concorrer com alguns dos pesos pesados da indústria automóvel mundial, como Audi A6, BMW Série 5 e Mercedes-Benz Classe E.

Logo para começar temos um ponto a favor muito importante, as linhas apaixonantes de que dispõe, algo que nenhum dos modelos do trio germânico é capaz de repetir, por mais que tentem. Com uma frente tipicamente Maserati, onde domina a grelha com o enorme tridente ao centro e conjuntos ópticos com recurso à tecnologia LED e Xenon de desenho rasgado, é impossível ficar indiferente perante tal imponência, especialmente quando depois encontramos pormenores como as três saídas de ar laterais (pormenor típico de um verdadeiro desportivo), ou as lindíssimas jantes de 20 polegadas. A traseira não consegue gerar o mesmo impacto que a frente, mas as quatro ponteiras de escape cromadas, os farolins com LED e o formato da tampa da mala acabam por avisar quem vai atrás de que este Maserati é algo verdadeiramente especial.

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No interior é fácil sentirmo-nos especiais, tal é a qualidade da pele que invade o habitáculo, tanto à frente como atrás. Porém, por mais atraente e luxuoso que este interior possa ser, não consegue estar ao nível da qualidade de construção irrepreensível dos modelos germânicos, existindo alguns ruídos parasitas quando o piso se degrada, resultado também da suspensão algo rígida montada neste modelo). A posição de condução é excelente, bem ao estilo de um verdadeiro desportivo, com todos os elementos de fácil acesso ao condutor. No centro da consola central encontra-se um enorme ecrã táctil de 8,8 polegadas, que permite gerir desde a navegação, climatização e o entretenimento, sendo este de resposta rápida mas com um grafismo que para alguns utilizadores poderá parecer algo antiquado face aos sistemas iDrive da BMW, Audi MMI e Mercedes-Benz Comand.

Fundamental para garantir o seu sucesso, especialmente num mercado como o Europeu onde as restrições ecológicas começam a sufocar os fabricantes automóveis, foi a criação de uma motorização Diesel para o Ghibli (e para o Quattroporte). Para tal, a Maserati recorreu à VM Motori, pertencente ao grupo FIAT, para desenvolver um bloco V6 de três litros que oferece uma potência de 275 cv e 600 Nm de binário, o suficiente garantir um andamento de respeito aos mais de 1800 kg que, quando usado no modo Sport, transforma o som emitido pelo escape, dando-lhe uma sonoridade semelhante a um V8 a gasolina (nem o poderoso BMW M550d soa tão bem).

Aliado a uma eficiente caixa de 8 velocidades da ZF e a um diferencial autoblocante, tracção é algo que não falta quando o piso se encontra em bom estado, mas quando este se degrada, a suspensão rígida (triângulos sobrepostos à frente e multibraços atrás) e as jantes de 20 polegadas acabam por obrigar a reduzir a velocidade para manter algum conforto para os restantes ocupantes. Com uma média anunciada de seis litros por cada 100 km, esqueça nos primeiros 6 meses atingir valores próximos, já que aos comandos do Ghibli é praticamente impossível andarmos devagar.

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