Fiat 500C TwinAir: Puro charme!

No anterior ensaio a um Fiat 500, o meu colega José fartou-se de elogiar as características, o comportamento, as linhas e o charme que este pequeno Fiat consegue ter perante as mulheres, mas desengane-se se a Fiat não tem outro plano na manga para garantir que será o próximo George Clooney do seu bairro. Trata-se, nada mais, nada menos do que a versão descapotável do Fiat 500, devidamente apelidado como 500C.

Ok, secalhar a palavra descapotável não será certamente o termo correcto, pois na realidade o que temos aqui é uma capota de lona que simplesmente substitui o tejadilho rígido, deixando os painéis laterais e a estrutura lateral do tejadilho intacta, o que é óptimo por uma questão de manutenção da rigidez do chassis, algo impossível de se conseguir por mais reforços que as marcas incluam na estrutura.

Existe ainda a vantagem óbvia da diferença de peso entre as versões, uma vez que esta solução apenas aumentou em 40kg o peso total do 500C face à versão tradicional, algo impossível de se conseguir caso estivéssemos perante um descapotável “a sério”. Independentemente da solução encontrada, seria natural que o acesso à já de si limitada bagageira (apenas 180 litros) seria dificultada, sendo agora um mero espaço onde cabem apenas algumas mochilas para ir jogar à bola com os amigos ou treinar para perder os quilinhos a mais das almoçaradas com os amigos.

Se por fora existem as diferenças óbvias pela adopção do mecanismo de capota, por dentro as diferenças são praticamente nulas, uma vez que tudo se mantém intacto. O desenho, a qualidade de construção e o espaço disponível é exactamente o mesmo que a versão com tejadilho fixo, o que é óptimo para quem precisa de viajar nos lugares dianteiros, mas menos agradável para quem tenha que optar pelos lugares traseiros, especialmente se tiver que fazer uma viagem mais longa. É aqui dentro que encontramos elementos que derivam do modelo original, e que tanto sucesso têm feito perante a opinião de todos aqueles (nós incluídos) que adoramos este verdadeiro fenómeno do revivalismo do sector automóvel.

Existem alguns pormenores absurdos, como o desaparecimento da visibilidade traseira assim que abrimos a capota na totalidade, ou na posição de condução que, ou é perfeita para alguns, ou nunca será aceitável para outros (eu incluo-me no último grupo). Destaque (positivo) para a introdução de um novo painel de instrumentos totalmente electrónico (LCD de 7 polegadas), que conta com um grafismo bem apelativo e adequado ao modelo em questão, e que se transforma quando activamos o modo Sport.

É neste modo que o minúsculo bloco de dois cilindros de apena 875 centímetros cúbicos de cilindrada ganha vida e transforma-se num surpreende motor cheio de energia, capaz de debitar 105cv de potência, o suficiente para garantir a agilidade que um Fiat 500 tem que ser no seu cenário de eleição, a cidade. Porém, embora este pequeno motor garanta um andamento engraçado ao 500C, o mesmo não se pode dizer da “banda sonora”, que tal como o nosso colega Pedro Bastos do The Car Lounge afirma, que para quem esteja no lado de fora, poderá achar que se trata de um “papa-reformas” ou um Tuk-Tuk… felizmente o mesmo não se pode dizer de dentro do habitáculo, pelo menos com a capota fechada.

Se preferir existem outras motorizações disponíveis, o desinteressante 1.2 de 69cv e o diesel 1.3 Multijet 16v de 95cv, mas apesar de tudo este TwinAir de 105cv é, sem sombra de dúvidas, a escolha perfeita para este Fiat 500C. Pena o preço elevado e por vezes os consumos estarem algo desfasados dos valores oficiais anunciados pela marca, porque de resto este Fiat 500C é um verdadeiro brinquedo feito para espalhar charme e alegria pela cidade e, aos fins-de-semana, pela marginal e apanhar os poucos raios de sol que ainda vão aparecendo de vez em quando.

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