Como grande parte dos leitores certamente reconheceu, o título deste artigo não tem que ver com o novo sistema informático do Ministério da Justiça. Antes com o lema das Olimpíadas, que espelham a vontade de ser cada vez melhor que os atletas devem possuir em si próprios. A razão de o utilizar é a de que este espírito parece ter orientado o trabalho de renovação levado a cabo pelos engenheiros nipónicos da scooter-ícone da Honda, a PCX. Não que ela esteja mais rápida, mais alta ou mais forte, mas de facto existem diferenças notórias face a este novo modelo, e para melhor.
Mantendo mais ou menos a imagem por que ficou famosa, com apenas algumas alterações de pormenor que actualizaram as suas linhas exteriores e lhe deram um look mais actual, a nova PCX consegue cumprir os objectivos a que se propôs, o de garantir uma boa experiência de condução em cidade, com mais conforto e soluções inteligentes para a vida diária de quem faz desta scooter o seu transporte diário.
Para garantir um menor consumo de energia a Honda passou a usar a tecnologia LED em todo o sistema de iluminação. Ao mesmo tempo, o painel de instrumentos, que foi redesenhado, passa agora a conotar com um relógio digital e há até uma tomada de 12 Volt no compartimento de arrumação do lado esquerdo da carenagem, que está maior do que até agora e acomoda com facilidade o carregador de isqueiro, respectivo cabo e telemóvel, para garantir que nunca está sem bateria quando precisa de fazer aquela chamada importante. Algo já visto em muitas motos do género, o interruptor de emergência (que liga os quatro piscas), é uma das novidades desta PCX. Mais um ponto a favor desta scooter.
Esteticamente, apenas mais uma alteração: o pequeno encosto existente no banco desapareceu, permitindo uma maior liberdade de movimentos e dando a esta peça um aspecto mais fluido, o que é muito bem-vindo. Por baixo do assento está uma das maiores (e melhores, no meu entendimento) alterações da renovada PCX: a bagageira está maior e comporta agora com facilidade um capacete integral, deixando ainda espaço para as pequenas compras de última hora na mercearia. Além disso, o banco passou a contar com uma dobradiça accionada por mola, o que impede que caia quando estamos a colocar as compras lá dentro.
Mas não foi só o espaço para a bagagem que cresceu, nesta PCX. O depósito de combustível, que até agora era de 5,9 litros, passa a ter uma capacidade de 8 litros, o que, segundo a Honda, garante a esta scooter uma autonomia de 375 km. Isto fazendo as contas aos 2 l/100 km de consumo anunciados pelo construtor nipónico, anda que eu não tenha conseguido gastar menos de 2,5 l/100 km durante este ensaio. Ainda assim, é um valor a ter em conta e a que se chega fruto de mas uma inovação da Honda, o sistema start/stop, proposta única no segmento das scooters de 125 cc. Infelizmente, o funcionamento deste sistema não sofreu alterações nesta nova geração da PCX e continua algo vago, ou seja, a activação do motor não é linear e por vezes tem um desfasamento. Um pormenor, é certo, mas num equipamento com tanta qualidade quanto este é difícil não empolarmos os pormenores.
Assim que me faço à estrada apercebo-me de que as alterações feitas nesta scooter não comprometeram em nada a sua manobrabilidade. Serpentear por entre o trânsito citadino continua tão fácil como antes. A entrega de potência é de bom nível – como o demonstram os 5,4 segundos necessários para percorrer os primeiros 50 metros –, o que garante que consiga atingir velocidades interessantes dentro e fora da cidade com facilidade. Sim, apesar de desenhada com o trânsito citadino em mente, a PCX comporta-se bem “fora de portas” e será uma boa aquisição para quem more nos arredores de Lisboa e trabalhe na cidade, por exemplo. Mais susceptível aos ventos laterais, como qualquer das suas congéneres, é agradável perceber que o deflector dianteiro está maior, protegendo um pouco mais a zona do peito de quem está aos comandos desta scooter, o que, por sua vez, garante mais conforto na condução em estrada aberta.
Custa €2699 a renovada PCX, um valor que já era extremamente competitivo na anterior geração e que agora, com todos os melhoramentos que a Honda introduziu, só vem reforçar a sua excelente relação qualidade-preço.
[toggles behavior=”toggle”] [toggle title=”Ficha Técnica”]
Motor | Ciclística | ||
Tipo | monocilíndrico | Dimensões (Comp./Larg./Alt.) | 1930 / 740 / 1100 mm |
Capacidade | 125 cc | Distância entre eixos | 1315 mm |
Potência | 11,5 cv (8500 rpm) | Altura do assento | 760 mm |
Binário | 12 Nm (5000 rpm) | Distância mínima ao solo | 135 mm |
Transmissão | Raio de viragem | 2,0 metros | |
Tipo | Corrente | Peso | 130 kg |
Embraiagem | Automática, centrífuga, tipo seca | Rodas | |
Suspensão | Dianteira | Alumínio fundido – 14″ | |
Dianteira | Forquilha telescópica de 31 mm | Traseira | Alumínio fundido – 14“ |
Traseira | Braço oscilante | Preço | |
Quadro | Valor base | €2699 | |
Tipo | Tubular em aço, tipo berço | IUC | €5,49 |
[/toggle] [/toggles]
[fancygallery id=”2″ album=”181″]