Secções

Notícias

Ensaios

Apresentações

Renault lança novo Twingo

Motor Mais

Foi na bonita cidade de Nantes (e nos seus arredores) que tive oportunidade de conhecer, ao longo de dois dias, o novo Renault Twingo, e o resultado é que não poderia estar mais satisfeito e desejo que a nova geração do utilitário da Renault chegue ao mercado nacional e conquiste, com extrema facilidade, uma posição de liderança de segmento. É certo que actualmente existem diversas ofertas rivais, como o VW Up!, o trio Toyota/PSA Aygo, C1 e 108, mas a realidade é que a Renault conseguiu, em conjunto com a Smart, criar o utilitário perfeito para quem gosta de conduzir.

Recuperando uma fórmula que não era utilizada há mais de 40 anos (último modelo foi Renault 10 de 1971), que é a colocação do motor e tracção atrás, o novo Twingo representa uma evolução abismal com o modelo anterior. Novamente tenho que referir que este resultado se deve em exclusivo à colaboração com a Smart, que precisava de renovar a sua gama, e ao associar-se à Renault, criou o novo Smart ForFour, que partilha grande parte dos componentes com o novo Twingo. Porém existem algumas limitações que tornam os modelos distintos uns dos outros, como o facto de a Renault apenas ter direito a um veículo de cinco portas (a Smart terá o ForTwo para as três portas), mas terá o exclusivo para as versões desportivas, portanto esperem que em breve seja lançado um Twingo RS… eu pelo menos estou desejoso de o conhecer. Por outro lado, a Smart terá um exclusivo, a utilização de uma versão eléctrica, estando o chassis preparado para receber as baterias debaixo do piso.

Embora tenham sido criados em conjunto, a Renault teve a felicidade de poder criar uma personalidade distinta no novo Twingo, existindo uma frente que recorre à actual imagem de marca da casa francesa, mas atrás existe aquela que é, no meu entender, o melhor ângulo do novo Twingo, pois existem elementos que foram claramente inspirados não só no Twingo original, como no clássico Renault 5 Turbo. Curiosamente o novo modelo é 10 cm mais curto que o Twingo da geração anterior, mas o aumento na distância entre eixos aumentou 12 cm, o que aumentou o espaço disponível no interior.

O facto de utilizar um motor no eixo traseiro libertou bastante espaço à frente, permitindo assim criar a chamada “crash box”, uma solução que permite absorver melhor energia em caso de embate, protegendo melhor não só os ocupantes como peões em caso de atropelamento. Isto permitiu ainda a utilização de um novo sistema de direcção que garante um ângulo de viragem de apenas 8,9m, graças ao facto de as rodas poderem rodar até 45 graus, o que é único no segmento. Esta solução permite igualmente uma melhor distribuição de peso, de 45/55, sem que isto tenha qualquer tipo de influência no estilo de condução, já que a Renault decidiu (através das ajudas electrónicas como do ESP que não se desliga) tornar a condução o mais semelhante possível a um modelo de tracção dianteira.

O único ponto negativo desta solução tem a ver com a capacidade da bagageira, que ficou limitada a meros 188 litros, podendo esta capacidade ser ampliada para 219 litros usando o truque de endireitar as costas dos bancos traseiros, ou 980 litros com os mesmos totalmente rebatidos. Infelizmente a solução de deitar o banco totalmente como no Twingo original é algo que não voltamos a encontrar nesta terceira geração. Destaque para as brilhantes soluções criadas em conjunto com a Smart para o sistema de infoentretenimento, designadas por R&Go e R-Link Evolution.

[fancygallery id=”3″ album=”162″]

A primeira solução utiliza um autorádio de formato tradicional que, através de um adaptador universal, permite utilizar um Smartphone e interliga-lo com o sistema, transformando o ecrã do seu dispositivo móvel numa solução completa com sistema de navegação e informação de trânsito em tempo real. O resultado, pelo menos para já, não foi tão eficaz quanto a solução totalmente integrada R-Link Evolution, sendo esta última a última geração do conhecido sistema da Renault, que utiliza um ecrã táctil de grandes dimensões, a possibilidade de instalar aplicações através da internet (usando a ligação de dados do seu Smartphone ou Tablet).

No que toca a motorizações, estarão disponíveis em Portugal duas motorizações, o SCe 70 com Start&Stop e o conhecido TCe de 90, também ele com Start&Stop. O SCe 70 é composto por um bloco de três cilindros com um litro de capacidade, que garante 70cv de potência, 91Nm de binário e um consumo combinado de 4,5 litros por cada 100 km (105g/km CO2). No segundo caso estamos perante o já conhecido TCe de 0,9 litros, que para poder caber no pouco espaço disponível da traseira do Twingo, obrigou a que os engenheiros rodassem toda a mecânica em 49º, obrigando ao mesmo tempo à transformação de vários componentes.

Isto permitiu reduzir a altura do motor em 15cm, sem que isso pudesse influenciar no seu excelente desempenho, garantido pelos 90cv e 135Nm de binário, nem nos baixos consumos anunciados de apenas 4,3 litros por cada 100km (apenas 99g/km de CO2). Ao contrário do que poderá ser possível com o Smart, o Twingo utilizará apenas uma transmissão manual e não automática como opcional.

Disponível já a partir do presente mês de Novembro em Portugal, o novo Twingo tem todos os argumentos necessários para ser líder do segmento de mercado, com uma estética muito apelativa, excelente comportamento dinâmico, bons motores, um interior alegre, altamente personalizável, com excelentes soluções tecnológicas e um preço que começa nos €11.950 para a versão SCe 70 com nível de equipamento Dynamique, acabando nos €14.450 na versão TCe 90 com nível de equipamento Sport.

[jwplayer mediaid=”3081″]
Se tiver problemas na visualização do vídeo, veja directamente através do Youtube.