Recorda-se da nossa notícia de 1 de Abril (Volkswagen abandona motorizações TDI)? Aparentemente descobrimos que segundo Matthias Müller, CEO do Grupo Volkswagen, que essa pequena mentira foi, na verdade, um artigo de futurologia. Tudo isto porque durante a reunião geral anual de accionistas, que decorreu em Hannover, Müller revelou qual a estratégia da empresa até 2025.
Segundo o CEO do gigante alemão, a nova estratégia da marca (TOGETHER – Strategy 2025) será a aposta em força na electrificação, no lançamento de novas motorizações TSI e TFSI com filtros de partículas, resolver com rapidez a questão das emissões de CO2 nos motores TDI e aposta em tecnologias de futuro como a condução autónoma e digitalização da indústria. Com tudo isto, segundo Müller, a Volkswagen voltará a ser uma empresa modelo no que respeita a integridade e questões legais.
Escândalo das emissões CO2
A KBA (Autoridade Federal de Transportes Motorizados Alemã) aprovou o inicio do pedido de recolha dos mais de 3,7 milhões de veículos afectados com o sistema de emissões irregular, no qual se incluem modelos como os VW Passat, Tiguan, Caddy e Golf, Seat Exeo, Skoda Superb e Audi A3, A4 e Q5. “Esperamos que a campanha de recolhas começe finalmente a acelerar. Dezenas de milhares de proprietários de veículos afectados serão informados nas próximas semanas para que possam agendar a visita aos nossos concessionários para a resolução do problema. Os nossos clientes poderão estar descansados que iremos fazer tudo para resolver esta questão da forma mais rápida, profissional e satisfatória possível”.
Apesar desta situação, Müller afirma que o valor mais importante da marca é a credibilidade da mesma e a confiança gerada entre esta e os seus clientes, e que estão preparados para recuperar essa confiança perdida recentemente com a questão das emissões dos motores a gasóleo. Um claro exemplo é o empenho do grupo no lançamento de mais de 60 inovações só durante o presente ano de 2016, como os novos VW Tiguan, Audi Q2, Seat Ateca e Porsche Panamera.
Isto não significa, no entanto, que a Volkswagen tenha reservas monetárias sem fim, sendo fundamental, para a boa saúde do grupo, gerir os custos e investimentos, razão pelo qual certos projectos foram tornados prioridade e outros simplesmente cancelados. Isto não significa, no entanto, que serão os trabalhadores os principais prejudicados, tendo sido afirmado que “mesmo nos nossos momentos mais difíceis, iremos cumprir todas as responsabilidades sociais para com os nossos trabalhadores, tanto agora como no futuro”.
Electrificação até 2025
Um dos investimentos prioritários é a iniciativa de electrificação, estando previsto o lançamento de 30 novos modelos totalmente eléctricos até 2025. Apesar desta aposta, isto não significa que os modelos com motor de combustão vão deixar de ser produzidos, mas até 2030 os modelos eléctricos deverão contabilizar cerca de um terço das vendas, com cerca de 2 a 3 milhões de veículos eléctricos por ano. Quando questionado sobre modelos com células de combustível, Müller afirmou que “o desenvolvimento de células de combustível está em cima da mesa, e que estarão preparados quando a tecnologia estiver pronta.”
Condução Autónoma e outras tecnologias
A condução autónoma será outro ponto chave para a transformação da estratégia do grupo, sendo previsto que veículos com condução totalmente autónoma acabem por ser uma realidade no início da próxima década. Além desta tecnologia, também o desenvolvimento de tecnologias para as baterias de veículos eléctricos será uma prioridade em toda a linha de produção, desde a matéria prima até à produção das próprias baterias.
Testes de Emissões
Para finalizar, Müller anunciou que tomaram a decisão de atribuir os testes de emissões a empresas independentes, para que estes possam realizar todos os testes, em condições reais (estradas, em vez de laboratórios). Esta será a forma ideal para promover a transparência e coragem com que o grupo tem lidado com as polémicas das emissões dos motores a gasóleo.