O Dacia Duster é um daqueles fenómenos de popularidade que são muito fáceis de explicar, uma relação preço/qualidade imbatível no mercado. Que outro fabricante consegue lançar no mercado um SUV atraente, de boa qualidade, motorizações robustas e surpreendentes capacidades off-road a menos de quinze mil euros? Fomos comprovar tudo isso com a nova geração do Dacia Duster, neste caso equipado com a motorização 1.2 TCe a gasolina de 125 cavalos e nível de equipamento Prestige.
Se na primeira geração tínhamos algumas dúvidas quanto à atracção do Duster, para além do óbvio preço baixo, com a chegada do restyling em 2013 a imagem do SUV da Dacia melhorou significativamente, mas ainda aquém das restantes ofertas no mercado. Com a chegada da segunda geração, o Duster amadureceu e reforçou significativamente a sua imagem, bem mais elegante e atraente, com uma grelha alargada até às ópticas, assinatura luminosa em LED, uma linha de cintura mais elevada e um pára-brisas mais inclinado (e aerodinâmico).
Atrás destaca-se a assinatura luminosa das ópticas traseiras e, neste caso, graças ao Pack Look Exterior, a protecção traseira que reforça o visual robusto deste SUV, que além de parecer, está efectivamente preparado para (quase) tudo. Destaque ainda para os inúmeros elementos de personalização, como a identificação do modelo nas barras superiores metálicas, e uma original protecção junto ao guarda-lamas frontal que se assemelha a saídas de ar provenientes das cavas das rodas, embora estas sejam virtuais, ou seja, um pormenor simplesmente estilístico.
Se por fora o Duster evoluiu e amadureceu muito bem, no interior as melhorias são ainda mais significativas, tanto em termos visuais, como ergonómicos, na montagem e na própria qualidade dos materiais, embora continuem a predominar os plásticos rígidos. O painel de instrumentos foi redesenhado, recebendo agora um completo computador de bordo, e o sistema de infoentretenimento, embora mais limitado que o R-Link da Renault, oferece novas funções como a função Driving Eco2, e o sistema de visão de 360 graus, que tira partido de quatro câmaras disponíveis em redor da viatura.
Mas, igualmente importante foi a sua recolocação para uma posição mais elevada, não só em termos de interacção como para evitar o desviar do olhar da estrada para observar as instruções do sistema de navegação, como acontecia com o anterior Duster. Outro ponto que não me esqueço de referir é a igual recolocação do comando de ajuste dos espelhos retrovisores, que passou a estar à esquerda do volante, em vez de estar bloqueado pela manete do travão de mão, como acontecia. Destaque ainda para o sistema de ar condicionado com comandos originais, com ecrãs digitais entre os reguladores.
Em termos de espaço e conforto, os novos bancos são bem mais confortáveis que o anterior, aproveitando da melhor forma o aumento de espaço significativo para os ocupantes traseiros. A bagageira também aumentou de capacidade, passando agora a oferecer 478 litros, um valor interessante se tivermos em conta que o Nissan Qashqai não oferece mais de 430 litros. Rebatendo os bancos (proporção 40/60), poderá aumentar a capacidade da mala para 1623 litros, isto sem falar na presença de inúmeros espaços de arrumação distribuídos por todo o habitáculo, que totalizam 27,2 litros de espaço de arrumação adicional.
No que toca a motorizações, o Dacia Duster está disponível com as mais recentes motorizações do Grupo Renault, como este conhecido 1.2 TCe de 125 cavalos, e o 1.5 dCi diesel de 110 cavalos. Para este ano está previsto o lançamento de uma nova motorização 1.3 TCe a gasolina, desenvolvida em conjunto com a Mercedes-Benz, que desenvolverá entre 130 a 150 cavalos de potência, bem como filtro de partículas, para permitir que o Duster cumpra as mais recentes normas de emissões e ciclo de consumos WLTP. Neste caso em concreto, o 1.2 TCe de 125 cavalos, estava associado a uma caixa manual de seis velocidades, que garantiu não só um surpreendente andamento como consumos que raramente passavam dos 7,0 l/100 km, mesmo em circuito urbano.
Em termos de comportamento, o novo Duster revelou ter um acerto de suspensão mais indicado para o conforto dos ocupantes, especialmente notado quando circular em pisos mais irregulares, como em estradas de terra. Nestas ocasiões, o Duster continua a surpreender, pelas suas excelentes capacidades, mesmo nesta versão com apenas duas rodas motrizes. Infelizmente desconfio que poucos potenciais proprietários acabem por tirar partido destas capacidades, mas se esse for o seu caso, por favor, aproveite o que tem em mãos, e aventure-se, mas sempre com consciência das suas capacidades e das capacidades do Duster.
Ficha Técnica
Motor | Prestações | ||
Tipo | 1.2 TCe | Velocidade Máxima | 177 km/h |
Capacidade | 1197 cc | Aceleração (0-100 km/h) | 10,4 s |
Potência | 125 cv (5300 rpm) | Consumos (litros/100 km) | |
Binário | 205 Nm (2300 rpm) | Cidade (anunciado) | 7,3 |
Transmissão | Estrada (anunciado) | 5,5 | |
Tracção | Dianteira | Média (anunciada) | 6,2 |
Caixa | Manual de seis velocidades | Emissões Co2 | 138 g/km |
Chassis | Preço | ||
Dimensões (Comp. / Alt. / Larg.) | 4341 / 1693 / 1804 mm | Valor base | €14 900 |
Peso | 1301 Kg | Valor viatura testada | €18 400 |
Bagageira | 478 / 1623 litros | I.U.C. | €137.26 (NEDC) |
Notas Finais
Gostámos
- Preço
- Nível de equipamento
- Motorização eficaz
- Conforto
- Capacidades Off-Road
A rever
- Vida útil curta da motorização 1.2 TCe devido ao ciclo de consumos WLTP
- Plásticos rígidos continuam a predominar
Conclusão
7O novo Duster continua a ser o Duster que sempre conhecemos, um SUV capaz, acessível e eficaz, com a vantagem de ter evoluído em praticamente todos os pontos, tornando-se assim num digno rival de modelos significativamente mais dispendiosos.