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Bobine de ignição: informações, sinais e causas de avarias. Quando se deve mudar.

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A bobine de ignição é um componente essencial do sistema de ignição do seu veículo. É responsável por transformar a corrente eléctrica da bateria numa faísca de alta tensão que acende a mistura de ar e combustível nos cilindros do motor. Sem uma bobine de ignição a funcionar correctamente, o carro pode apresentar problemas de desempenho, consumo e emissões.

Neste artigo, vamos explicar como funciona a bobine de ignição, quais são os sinais e as causas de avarias e quando é hora de mudar esse componente.

Como funciona a bobine de ignição?

Autopecas24

A bobine de ignição, como se pode ver na imagem da autopecasonline24.pt, é um tipo de transformador que converte a baixa tensão da bateria (12 volts) em uma alta tensão (cerca de 20 mil volts) necessária para gerar a faísca nas velas de ignição. A bobine é formada por duas bobines enroladas em torno de um núcleo de ferro: a primária e a secundária. A bobine primária recebe a corrente da bateria através de um interruptor electrónico chamado módulo de ignição. Quando esse interruptor é aberto, a corrente é interrompida e cria um campo magnético que induz uma corrente na bobine secundária. Essa corrente é então enviada para o distribuidor, que distribui a faísca para cada vela de ignição na ordem correcta de ignição dos cilindros.

Existem diferentes tipos de bobines de ignição, dependendo do sistema de ignição do veículo. Os mais comuns são:

– Bobine simples: é usada em sistemas de ignição convencionais, com um distribuidor e um cabo de alta tensão para cada vela. A bobine simples gera uma faísca para cada cilindro por vez.

– Bobine dupla: é usada em sistemas de ignição estáticos, sem distribuidor. A bobine dupla possui dois terminais de saída e gera duas faíscas simultâneas para dois cilindros opostos (por exemplo, o 1 e o 4).

– Bobine individual: é usada em sistemas de ignição directa, sem distribuidor nem cabos de alta tensão. A bobine individual é instalada sobre cada vela de ignição e gera uma faísca específica para cada cilindro.

Quais são os sinais e as causas de avarias da bobine de ignição?

A bobine de ignição pode sofrer desgaste ou danos ao longo do tempo, comprometendo a qualidade da faísca e o funcionamento do motor. Alguns dos sinais que indicam uma possível avaria da bobine são:

– Dificuldade a pôr o motor a trabalhar, especialmente em condições climatéricas frias ou húmidas.

– Falhas ou engasgos do motor durante a aceleração ou em marcha lenta.

– Perda de potência ou do rendimento do motor.

– Aumento do consumo de combustível ou das emissões de poluentes.

– Acendimento da luz de anomalia no painel de instrumentos.

As causas mais frequentes de avarias da bobine são:

– Sobreaquecimento: pode ocorrer por defeitos no sistema de refrigeração do motor, por uso prolongado em altas rotações ou por exposição ao calor excessivo do compartimento do motor. O sobreaquecimento pode danificar o isolamento das bobines ou provocar fissuras no corpo da bobine, permitindo a entrada de humidade ou sujidade.

– Curto-circuito: pode ocorrer por falhas no módulo de ignição, por cabos ou velas danificadas ou por interferências electromagnéticas. O curto-circuito pode queimar as bobines ou causar faíscas irregulares ou ausentes.

– Desgaste natural: pode ocorrer pelo uso contínuo da bobine, que vai perdendo eficiência com o tempo. O desgaste pode reduzir a intensidade ou a duração da faísca, o que afecta a queima do combustível.

Quando é que se deve mudar a bobine de ignição?

Não existe um prazo definido para a troca da bobine de ignição, porque depende das condições de uso e manutenção do veículo. No entanto, recomenda-se verificar o estado da bobine periodicamente, seguindo as orientações do fabricante ou de um profissional qualificado. Alguns dos factores que podem influenciar na vida útil da bobine são:

– A qualidade do combustível: combustíveis adulterados ou de baixa octanagem podem causar detonações ou pré-ignições no motor, gerando picos de tensão que podem danificar a bobine.

– A manutenção do sistema de ignição: é importante verificar e trocar os cabos e as velas de ignição conforme as especificações do fabricante, porque podem afectar o desempenho da bobine. Cabos ou velas desgastadas, sujos ou mal conectados podem aumentar a resistência eléctrica ou causar fugas de corrente, sobrecarregando a bobine.

– A limpeza do compartimento do motor: é recomendável manter o compartimento do motor limpo e seco, evitando a entrada de humidade, poeira ou óleo na bobine. Esses elementos podem provocar corrosão, curto-circuitos ou mau contacto nos terminais da bobine.

A troca da bobine de ignição deve ser feita por um profissional qualificado, seguindo as instruções do fabricante e usando peças compatíveis com o modelo do veículo. Uma bobine inadequada ou mal instalada pode comprometer o funcionamento do sistema de ignição e causar danos ao motor.

Conclusão

A bobine de ignição é um componente vital para o funcionamento do motor, porque gera a faísca que inicia a combustão nos cilindros. Uma bobine defeituosa pode causar problemas de arranque, falhas, perda de potência, consumo excessivo ou emissões elevadas. Por isso, é importante verificar o estado da bobine regularmente e trocá-la quando necessário, seguindo as recomendações do fabricante ou de um especialista.