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Citroën C3: as primeiras impressões sobre os novos SUV utilitários em versão eléctrica e «térmica»

©MotorMais | Citroen C3©MotorMais

Os novos Citroën foram apresentados oficialmente em Portugal e, para já, temos duas versões disponíveis: eléctrica e a combustível. Conduzimos ambas e há prós e contras a apontar.

A marca francesa convidou vários jornalistas para fazerem os primeiros ensaios dinâmicos (entre Sintra, Ericeira e Mafra) à dupla de C3 que, a ter em conta as palavras dos responsáveis nacionais, está a ser um sucesso de vendas.

«Entre Outubro de 2023, quando o anunciámos, e Janeiro 2024, recebemos 620 pré-encomendas. Nesta altura ainda nem tínhamos mostrado o C3 ao vivo, por isso quem o fez, fê-lo sem conhecer o automóvel», disse Jorge Magalhães (na foto, em baixo), director de comunicação, assuntos institucionais e eventos da Citroën.

©TRENDY Report | C3 Jorge
©TRENDY Report

O C3 acaba mesmo por ser o automóvel com mais hype da marca nos últimos tempos, uma vez que, depois do período de pré-encomendas, o interesse pelo modelo aumentou ainda mais: «Há décadas que não víamos um fenómeno como este – entre Fevereiro e Novembro houve 1227 encomendas».

Não sabemos se foram mais modelos eléctricos ou térmicos (é como a marca se refere à versão a combustível), mas a verdade é que o C3 parece ter vários argumentos para se tornar o próximo best seller da Citroën. Durante o teste de quase duas horas que fizemos, identificámos muito mais pontos a seu favor que contra.

Estas são as nossas primeiras impressões sobre um modelo que, no caso da versão ë-C3 (113 cavalos e 459 km de autonomia máxima), Jorge Magalhães acredita ser um «game changer», capaz de tornar a «mobilidade eléctrica acessível a todos», uma vez que não é uma «versão de nicho».

1 – Design
Inspirada na versão lançada em 2019 e já com traços do que a Citroën mostrou com o Oli, a mais recente versão do C3 afasta-se no tradicional utilitário e tem ares de SUV.

©TRENDY Report | C3
©TRENDY Report

A estética pontificada pelo logo retro, linhas agressivas e um formato mais quadrado dão-lhe um ar de robustez que não encontramos noutro modelo do mesmo segmento. O resultado é um design apelativo e que não vai passar despercebido nas estradas nacionais.

2 – Habitáculo
Um dos automóveis mais minimalistas que conduzimos este ano foi o Volvo EX30, mas, o ë-C3 também está muito bem posicionado neste “campeonato”. O interior dá a ideia de estarmos perante um automóvel de um segmento superior.

©TRENDY Report | C3 Interior
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O volante tem uma dimensão reduzida, não é completamente redondo e os botões físicos resumem-se aos do ar/AC, à mudança de marcha e aos que permitem desligar os alertas. Tudo o resto é digital e está integrado no ecrã táctil de 10,25 polegadas.

3 – Intuitividade
Este é um dos pontos onde, num primeiro impacto, não podemos dar uma boa nota ao novo C3. Começamos logo pelos alertas de ultrapassagem de velocidade da via e cruzamento das faixas – são irritantes e persistentes.

Andámos um bocado às voltas para os desligar: primeiro, experimentámos no ecrã do sistema de infoentretenimento, onde não há qualquer área dedicada aos parâmetros de condução (o que é estranho). Depois, lá percebemos que um dos botões do volante dava acesso a um menu (embora sem qualquer indicação que o “denunciasse”) que só se vê no painel de instrumentos, com opções de assistência à condução.

©TRENDY Report | C3 Menu
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Aqui, além de duas das opções estarem cortadas a meio (‘Som mudança veloci…’ e ‘Aviso de atenção ao…’), nenhuma era aquela que procurávamos. Só passado algum tempo, percebemos que, do lado esquerdo, na zona onde costuma estar a alavanca que abre o capot e o regulador do ângulo das luzes frontais, estavam dois botões que talvez pudessem estar associados às funções que procurávamos.

Percebemos que sim, devido às ilustrações dos mesmos (um sinal de trânsito com um altifalante riscado e um automóvel no meio de uma faixa com o ‘Off’), mas, mesmo assim, ao tocar em ambos, nada aconteceu. Foi preciso mais algumas tentativas para perceber que seria preciso ficar a pressionar de forma demorada os dois, para que as respectivas funções acabassem por ser activadas.

©TRENDY Report | C3 Botoes
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No volante, também não achámos que os controlos fossem os mais intuitivos, assim como não percebemos a falta de um controlo físico para o volume. Gostamos de minimalismo, mas tem de ser intuitivo e que não nos faça andar às voltas para perceber onde estão funcionalidades básicas de um automóvel.

4 – Ligar o C3
Este é o primeiro eléctrico que conduzimos onde não há um botão de start/stop que ligue e desligue o automóvel. Quer na versão a combustível, quer na 100% eléctrica, temos uma chave mecânica que é preciso colocar na ignição e rodar.

©TRENDY Report | C3 Chave
©TRENDY Report

Se isto até é tolerável no C3 térmico, na versão eléctrica acaba por ser um pouco bizarro. Foi outra coisa que demorámos algum tempo a perceber até arrancar com o ë-C3 – mesmo quando vimos que a chave estava na ignicação, não quisemos acreditar que tinha de ser este elemento old school a ligar o automóvel.

5 – Tecnologia
Há uma versão do C3, a You (14 990 euros), que não tem sistema de infoentretenimento. Nesta, temos de usar o nosso smartphone com uma app que dá atalhos para o telefone, rádio, navegação e música, sendo que, pelo menos, há colunas integradas. Isto fez-nos lembrar o Ami, que também conduzimos num evento de apresentação.

©TRENDY Report | C3 Ecra
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Mas, no modelo Max (eléctrico e térmico) que conduzimos entre Sintra, Ericeira e Mafra, tivemos direito a uma plataforma completa, com ecrã táctil que dá acesso a Apple CarPlay e Android Auto. Temos ainda uma entrada USB-C perto do apoio de braços, ao centro, e uma base para carregar o smartphone por indução.

6 – Condução
O ë-C3 é, decididamente, o modelo mais divertido de conduzir, mas aqui não há os habituais modos a que estamos acostumados noutros automóveis, como o ‘Sport’, o ‘Eco’ ou o ‘Comfort’. Ou seja, a versão eléctrica do C3 está sempre em modo normal, mas conta com um medidor ‘Charge – Eco – Power’ no painel de instrumentos, para vermos em tempo real o seu desempenho.

©TRENDY Report | C3 Manete
©TRENDY Report

Já o modelo a combustível tem uma caixa seis velocidades que não obriga a movimentar de forma muito pronunciada a manete das mudanças e os seus cem cavalos torna fácil fazer subidas, mesmo em terceira.

Obviamente que a diferença é grande entre a disponibilidade das duas motorizações, mas o C3 a combustível nunca nos pareceu um pastel – até foi bom fazermos um trabalho de caixa pela estradas sinuosas da Serra de Sintra.


Para já, estas são as duas versões do C3 disponíveis em Portugal: o modelo a gasolina pode ser configurado nas versões You (14 990 euros), Max (19 990) e You Pack Plus (17 500). O eléctrico tem apenas duas, You (23 300) e Max (27 800).

Para 2025 estão prometidos mais dois modelos – híbrido (MHEV, no segundo trimestre, com preços a partir de 20 450 euros) e uma eléctrica com menos autonomia (cerca de 200 km), para percursos citadinos, com preços a partir de 19 990 euros.