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Primeiras impressões: T03, o eléctrico compacto da Leapmotor que parece um carrinho telecomandado

©MotorMais | Leapmotor T03©MotorMais

Ontem, a Leapmotor fez uma apresentação nacional no Guincho (Cascais) em que os jornalistas convidados tiveram a oportunidade de conduzir por cerca de uma hora (em estrada de serra, cidade e auto-estrada) os dois automóveis que vão estar à venda em Portugal.

A marca chinesa, que será representada pela Stellantis, terá à venda dois modelos 100% eléctricos que não podiam ser mais distintos. Por um lado, temos um SUV familiar, por outro, um citadino segmento A, uma espécie que podemos considerar em vias de extinção no mercado automóvel.

O T03, este último é, naturalmente, o mais acessível: a marca diz que vai ficar disponível por vinte mil euros, o que, dada a nossa experiência pode ou não ser justificado por aquilo que este modelo tem para oferecer.

©MotorMais | Leapmotor T03
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Basicamente, depende do ponto de vista que tenhamos: se olharmos para o equipamento que oferece, pode nãos ser um mau negócio. Contudo, se começarmos a analisar materiais e o comportamento dinâmico do T03, ficamos a pensar como 14 990 euros seria o valor perfeito.

Ao entrar no T03, fica evidente a abordagem minimalista do seu interior. Os botões físicos são reduzidos ao mínimo e, os que existem, estão concentrados no volante. Este design simplificado dá um aspecto actual ao habitáculo, mas também traz desafios práticos, especialmente no que toca à operação de funções essenciais.

Um dos principais pontos negativos vai, exactamente, para o posicionamento deste display. Este, encontra-se posicionado mais abaixo no tablier, o que dificulta a sua visualização e operação durante a condução. A própria disposição do volante e da mão do condutor contribuem para obstruir o acesso ao ecrã, tornando qualquer interacção menos intuitiva e, no limite, até perigosa para a condução.

©MotorMais | Leapmotor T03
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Outro aspecto que pode dividir opiniões é o facto de, praticamente, todas as funções do carro dependerem do ecrã táctil. Luzes de presença, faróis de nevoeiro e iluminação mínima só podem ser ajustados através do menu de ‘Definições de Iluminação’, sem qualquer alternativa física.

Contudo, e para facilitar o acesso às funções mais usadas, o ecrã mantém sempre uma barra inferior com atalhos para o controlo do ar condicionado, volume, menus de configuração do veículo e definições do sistema. Embora esta barra seja útil, a dependência quase total do ecrã para ajustes como os modos de condução e direcção pode ser um factor de distracção para o condutor.

O Leapmotor T03 é um eléctrico acessível, mas a sua aposta na digitalização extrema pode não agradar a todos. O interior simplificado e a falta de botões físicos contribuem para um design limpo, mas também levantam questões sobre ergonomia e segurança.

©MotorMais | Leapmotor T03
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A posição do ecrã e a necessidade constante de interagir com menus podem comprometer a experiência de condução, especialmente para quem prefere comandos mais directos e tácteis.

O design também pode não convencer (a frente, parece uma personagem de um desenho animado, a rir-se), assim como o zumbido do motor eléctrico, que dá a ideia de estarmos a conduzir um carro telecomandado.

Com das devidas diferenças, até porque são dois modelos separados por quase doze mil euros, a sua condução lembrou-nos uma experiência que tivemos quando experimentámos o Citroen Ami, um dos automóveis (na verdade, é um quadriciclo) que mais nos divertimos a conduzir, nos últimos anos.

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