Os automóveis chineses andam a espiar-nos? Sophos desaconselha a emparelhar o smartphone

A Sophos, uma empresa especialista em soluções de cibersegurança, está a alertar os utilizadores para uma ameaça decorrente de uma acção que quase todos fazemos num automóvel, pelo menos nos mais recentes: o emparelhamento do smartphone.
Sincronizar o telemóvel com um veículo – seja próprio ou alugado – pode deixar uma porta aberta à exposição de dados sensíveis: «Os sistemas podem usar a ligação à Internet para fazer uma cópia dos contactos e de outros dados sensíveis e carregá-los para a Internet». A Sophos lembra que o risco se «agrava especialmente» no caso de veículos alugados, que podem ser reutilizados por vários condutores.
Este alerta da Sophos surge num momento em que o sector automóvel atravessa uma transformação marcada pela digitalização e pela «crescente presença» de marcas chinesas no mercado europeu. Segundo um relatório da Inovev, citado pela Sophos, dos «90 milhões de veículos (automóveis, camiões e autocarros) produzidos no mundo em 2024, a estimativa é que 31,3 milhões foram produzidos na China».
Nate Drier, responsável técnico da equipa Red Team da Sophos, alerta para o facto de as tecnologias dos computadores de bordo dos automóveis poderem ser usadas com «más intenções», como «acontece com qualquer tecnologia». O mesmo responsável lembra que os «fabricantes de automóveis podem seguir os movimentos dos veículos modernos em tempo real», sendo «provável» que esta actividade seja «ainda mais verdadeira para os veículos eléctricos».
Segundo Drier, esta recolha de dados pode, em teoria, permitir a criação de «mapas detalhados» que incluam, não só, o «ambiente físico como também o electromagnético – identificando redes «Wi-Fi, torres de telecomunicações e outros pontos de interesse digital».