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Capri x 10: as nossas principais ideias sobre o novo SUV coupé da Ford

©MotorMais | Ford Capri©MotorMais

O nome icónico está de volta, mas o novo Capri pouco tem que ver com o coupé original. Agora como SUV eléctrico de linhas musculadas, aposta em espaço, autonomia e estilo, com detalhes inesperados e boas ideias de usabilidade.

A Ford aproveitou a plataforma do Explorer EV para criar um modelo distinto, com presença marcante. Há falhas de ergonomia e algumas decisões discutíveis, mas o Capri sabe como cativar os possíveis compradores. Estas são as nossas 10 ideias-chave sobre o Capri, depois de o termos testado a fundo.

1 – Regresso com outra forma

O novo Capri chega como SUV coupé eléctrico, rompendo com a silhueta do modelo clássico. A inspiração visual resume-se aos faróis dianteiros, baseados no Capri MK I. Tudo o resto é novo, com 4,7 metros de comprimento e quase dois de largura. A imagem é musculada, reforçada pelo tejadilho descendente e pelo spoiler traseiro integrado.

2 – Cor viva, presença forte

A tonalidade Vivid Yellow realça o carácter extrovertido do Capri e é, felizmente, uma opção sem custos. Jantes Aero de 21 polegadas (609 euros) e uma postura larga contribuem para a imponência do modelo, que partilha plataforma com o Explorer EV, mas assume aqui um estilo mais ousado e mais emocional.

3 – Habitáculo amplo e luminoso

O espaço interior é um dos trunfos: há conforto para cinco adultos e uma bagageira de 622 litros, uma das melhores da categoria. O tecto panorâmico (1270 euros) enche o habitáculo de luz e realça a sensação de requinte, a par dos bancos em pele e da montagem sólida. A qualidade percebida é elevada, com materiais bem escolhidos.

4 – Ecrã com truque escondido

O ecrã táctil de 14,6” é o centro do sistema SYNC Move e inclui uma surpresa: um botão tipo pega permite levantá-lo manualmente, revelando uma zona de arrumação com duas portas USB-C. O efeito é inesperado e divertido, quase cinematográfico, mas seria ainda mais impressionante se fosse motorizado.

5 – Interface bela, desempenho lento

O sistema multimédia tem gráficos apelativos e menus ilustrados, como os dos sistemas de assistência, com representações animadas numa estrada. Mas tal como no Mustang Mach-E, há lentidão nas transições e alguma complexidade. O menu do ar condicionado é completo, quase ao nível de um menu de restaurante, mas exige habituação.

6 – Ergonomia com falhas sérias

Os comandos sensíveis ao toque no volante estão mal organizados e demasiado juntos, o que origina toques acidentais. O painel de instrumentos digital é pequeno, sobrecarregado e não adapta o grafismo aos modos de condução. A Ford optou ainda por colocar os comandos das luzes escondidos no tablier, um passo atrás em usabilidade.

7 – Consola prática… mas confusa

A consola central oferece bons espaços de arrumação, divisórias removíveis e uma base para carregamento por indução, mas inclui zonas pouco funcionais, como a prateleira inferior estilo “ponte”. Pior ainda, é lá que está o martelo de emergência, de acesso difícil. Algumas ideias são boas, mas a execução podia ser mais clara.

8 – Condução fácil, mas pouco emocionante

Apesar dos 286 cavalos, o Capri não mostra diferenças significativas entre os modos ‘Sport’, ‘Normal’ ou ‘Eco’. A resposta ao acelerador é suave, mas sem grande entusiasmo. A direcção é leve e precisa, ideal para cidade, mas falta dinamismo num carro com aspirações coupé. A regeneração só tem um nível (modo ‘B’) e é moderada.

9 – Prático no arranque e paragem

O botão ‘Start/Stop’ está mal colocado, mas na prática é quase dispensável. Basta carregar no travão e colocar uma marcha para arrancar. No fim, o Capri desliga-se automaticamente ao detectar a saída do condutor, depois de se seleccionar o modo ‘P’. É uma abordagem simples e conveniente, que reduz gestos desnecessários.

10 – Autonomia longa, consumo surpreendente

Com uma bateria de 77 kWh, a autonomia anunciada é de 598 km. Nos nossos testes, registámos um consumo de apenas 12,4 kWh/100 km — um valor muito bom para um SUV deste tamanho. A gestão da energia mostra-se eficiente e reforça o lado racional de um automóvel que, apesar das falhas, tem argumentos sólidos.