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Explorer Premium AWD: conduzimos o Ford eléctrico que é um irmão gémeo do Capri (por dentro)

©MotorMais | Ford Explorer©MotorMais

O Ford Explorer tem um novo posicionamento: de um SUV a combustão, transformou-se num eléctrico com a plataforma MEB, da Volskwagen.

Apresentado pela Ford em 2024, este Explorer foi o primeiro de uma nova geração de automóveis eléctricos da marca onde está o Capri, um modelo com quem partilha praticamente tudo, do interior à plataforma. O Explorer tem 4,46 metros, o que o torna quase 20 cm mais curto que o Mustang Mach-E (que também já conduzimos), e exactamente igual ao Capri em dimensões e aspecto interior.

Curiosamente, testámos o Capri antes do Explorer, mas a comparação certa seria dizer que é o Capri que replica por dentro este Explorer. No fundo, é apenas como se a Ford tivesse colocado uma carroçaria diferente sobre a mesma estrutura.

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O design do novo Explorer eléctrico vai buscar alguns elementos à versão PHEV que chegou a Portugal durante a pandemia: os faróis têm LED diurnos com uma forma curva e alongada, que lembra o logótipo da Nike invertido. Já o pilar C tem uma moldura estilística semelhante e até a silhueta segue a linha do modelo híbrido, embora com proporções mais compactas.

À frente, a grelha totalmente fechada substitui a tradicional perfurada, mas mantém-se uma ligação visual com os Explorer, principalmente no formato. No modelo que testámos, destacava-se ainda a cor Fantastic Red (um extra de 915 euros) – a única de série é a Artic Blue, que acaba por ser a mais emblemática deste modelo (como o amarelo é para o Capri).

As jantes de 21 polegadas em liga leve (mais um opcional, 610 euros) dão-lhe uma presença forte e contribuem para um visual imponente, que não passa despercebido, muito na linha do que sentimos no Capri.

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No interior, como já sublinhámos, a sensação de familiaridade com este modelo é (quase) tirada a papel químico. O ecrã de info-entretenimento é o mesmo de 14,6 polegadas com sistema SYNC, ajusta-se até trinta graus e, quando colocado numa posição quase vertical, revela uma espécie de cofre para guardar objectos de valor.

O painel de instrumentos digital tem 5,3 polegadas e o sistema de som Bang & Olufsen vem com as mesmas dez colunas, uma delas com o estilo soundbar, embutida no topo do tablier. O volante, a consola central com múltiplos compartimentos de arrumação e os acabamentos são também partilhados com o Capri.

Os estofos são em material sintético Sensico, parcialmente em couro, na cor Black. Os bancos dianteiros são desportivos e o do condutor tem ajustes eléctricos com apoio lombar, memória de doze posições e função de massagem. Atrás, mantém-se o conforto: o espaço central é plano, o que facilita a acomodação de três passageiros.

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Quando viajam apenas dois, é possível rebater o apoio de braços central com dois suportes para copos. A ventilação dedicada e duas entradas USB-C completam o ambiente prático e bem pensado da segunda fila. Já a bagageira tem 450 litros de capacidade e um compartimento inferior, ideal para guardar objectos mais pequenos ou o cabo de carregamento.

O Explorer Premium AWD que conduzimos vinha com dois motores eléctricos, cuja potência combinada é de 340 cv (250 kW); a bateria de 79 kWh dá-lhe uma autonomia de até 566 km e, nos nossos testes, o consumo médio fixou-se nos 15,2 kWh/100 km, num total de 217 km percorridos, um valor aceitável para um SUV deste tipo.

Na estrada, a experiência de condução foi consistente mas sem grandes surpresas. A mudança entre os vários modos — ‘Eco’, ‘Normal’, ‘Sport’ e ‘Traction’ (este último, específico do Explorer, para terrenos mais desafiantes) — não altera de forma significativa o comportamento do carro, e falta o tal “kick” sentido noutros eléctricos quando se muda para o modo mais desportivo.

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O modo ‘B’, acessível com uma rotação-extra do selector de marcha, oferece maior travagem regenerativa (tal como acontece no modo ‘Sport’), mas mesmo assim o Explorer não chega a parar totalmente quando se levanta o pé do acelerador. A ausência de um modo de condução com um só pedal e de patilhas no volante para ajustar o nível de regeneração foram duas limitações que não conseguimos ignorar.

Este Explorer vinha ainda equipado com vários opcionais, com o mais caro a ser o Pack Driver (1169 euros); este, adiciona ao SUV um assistente de manutenção de faixa, câmara de estacionamento de 360 graus, head-up display e um recurso de estacionamento automático. Do “pacote” do modelo testado, fazia ainda parte um tecto panorâmico fixo (1271 euros), que reforça a luminosidade no habitáculo; e uma bomba de aquecimento (1321 euros).

Com todos estes equipamentos, o preço final do Explorer Premium AWD chega aos 63 204 euros — praticamente o mesmo que custa o Capri com especificações idênticas. A escolha entre os dois resume-se, assim, a uma questão de estética. Por dentro, são iguais; por fora, são duas “caras” diferentes da mesma aposta da Ford no segmento dos eléctricos.