Inster x 10: as nossas principais ideias sobre o novo micro SUV da Hyundai

O novo micro-SUV eléctrico da Hyundai distingue-se no segmento A+ pela originalidade, espaço interior e carácter vincado. Inspirado no passado, mas com os olhos no futuro, o Inster traz uma abordagem diferente à mobilidade urbana.
Com vários apontamentos herdados da gama IONIQ e soluções inesperadas a bordo, este modelo deixa uma impressão forte — mesmo com limitações como a bagageira reduzida ou a ausência de Apple Car Play e Android Auto sem fios. Estas são as nossas 10 ideias-chave sobre o Inster, depois de o termos testado a fundo.
1 – Carisma retro com toque actual
O Inster é um dos eléctricos mais cativantes de 2025, com um design quadrado e nostálgico que remete para modelos como a 4L ou o Kia Soul. Há também uma ligação clara à família IONIQ, com elementos partilhados como o volante, o selector de marcha e o grafismo pixelizado das luzes traseiras. Apesar disso, o nome ‘Inster’ parece deslocado e pouco memorável — uma designação como ‘IONIQ 1’ faria mais sentido.
2 – Um ‘A+’ com ambição de segmento B
Este Hyundai posiciona-se algures entre os segmentos A e B, com 3,8 metros de comprimento e 1,6 de largura. Mas engana bem: o espaço interior é generoso, sobretudo nos bancos traseiros. O piso plano e a ausência de túnel central criam uma sensação de conforto invulgar para um carro tão pequeno, ao ponto de quem se senta atrás se sentir quase numa pequena sala.
3 – Bagageira simbólica e frunk inexistente
Se há espaço para passageiros, já o espaço para bagagem é praticamente inexistente. A mala é curta — cabem apenas uma mala média ou duas mochilas — e o frunk não existe, já que o espaço frontal é ocupado por componentes técnicos. Este é um compromisso evidente na arquitectura do modelo e que pode ser um ponto crítico para quem precisa de versatilidade de carga.
4 – Motor eléctrico eficaz e autonomia realista
A versão ensaiada tem um motor de 115 cavalos (84,5 kW) e anuncia 360 km de autonomia combinada (WLTP), que sobe para 493 km em circuito urbano. A carga rápida de 10 a 80% em apenas 29 minutos (a 100 kW) dá-lhe utilidade mesmo em contextos fora da cidade. Nos nossos testes, percorremos 266 km com um consumo médio de 12,6 kWh/100 km.
5 – Interior criativo com soluções inesperadas
O cockpit tem uma abordagem original: a consola central foi eliminada e substituída por uma zona de arrumação junto ao banco do condutor, com espaço para duas garrafas ou copos. A sensação é quase a de um banco corrido, como nos carros antigos. O tablier também inclui compartimentos escondidos, zona de carregamento por indução e detalhes funcionais, como porta-cartões e um gancho para sacos.
6 – Experiência digital com falhas
O sistema multimédia tem um ecrã táctil de 10,25” com interface intuitiva e gráficos agradáveis, mas está colocado demasiado alto. A ausência de Android Auto e Apple CarPlay sem fios é uma falha num carro de 2025, e a posição das portas USB (do lado do passageiro) obriga a soluções improvisadas para passar o cabo até ao centro da consola. Ainda assim, o modo EV do sistema fornece dados úteis e visualizações interessantes sobre a autonomia real.
7 – Bancos versáteis com vocação para o lazer
Todos os bancos rebatem individualmente, o que permite transportar objectos compridos ou até dormir a bordo com um colchão insuflável. É possível, por exemplo, rebater só o banco do passageiro da frente para servir de mesa ou baixar os do lado direito para acomodar uma prancha de surf. A Hyundai podia ter explorado melhor esta vertente com acessórios próprios para campismo.
8 – Painel de instrumentos funcional e bem animado
O painel digital, também com 10,25”, apresenta informação clara e personalizável: consumos, modos de condução, regeneração, bússola e fluxo de energia. O grafismo é animado mas não excessivo, oferecendo uma experiência mais equilibrada do que alguns rivais. Não é o mais elegante do mercado, mas cumpre a função com eficácia.
9 – Condução suave com modos ajustáveis
O Inster revela-se suave, silencioso e fácil de guiar. As patilhas no volante permitem ajustar o nível de regeneração, incluindo o modo i-Pedal, que desacelera fortemente ao levantar o pé. Este modo pode parecer brusco no início, mas rapidamente nos habituamos e passamos a usá-lo como travagem de uso regular. O selector de modos de condução surge bem integrado no volante, mas o botão Start/Sto, está mal posicionado e de difícil acesso.
10 – Preço elevado na versão topo de gama
A versão-base do Inster começa nos 25 mil euros, mas o modelo ensaiado (Style Plus com cor especial Tomboy Khaki) ultrapassa os 31 mil euros. Face ao Renault 5 E-Tech ou ao novo Citroën ë-C3, o valor é elevado para o que oferece, sobretudo tendo em conta as limitações no espaço de carga e na conectividade. Ainda assim, a versão de entrada pode fazer mais sentido para quem valoriza carácter e originalidade acima de tudo.