Experimentámos o novo Grande Panda híbrido: o mini-SUV da FIAT começa nos 18 850 euros e é uma mina de easter eggs nostálgicos
©MotorMais Depois de a FIAT ter começado a vender a versão eléctrica, em Maio, foi a vez de a híbrida passar pelo clássico teste dinâmico em estrada. Esta foi uma oportunidade para tirarmos as primeiras impressões sobre este modelo que a FIAT diz ser «mais que um exercício de nostalgia».
Segundo Luís Domingues, director de marketing da FIAT Portugal, o novo Grande Panda é a «personificação da fórmula ABC – Accessible but Cool» e um modelo preparado para «entrar no coração do segmento B». Para isso, conta com um preço de entrada abaixo dos vinte mil euros: a versão Pop começa nos 18 500 euros (a que conduzimos foi a Icon, a intermédia; há ainda a La Prima).
Para 2026, está prometida a terceira versão do Panda, confirmou Luís Domingues: a térmica, com um motor 1.2 com 100 cavalos. O preço vai ser de combate, à semelhança do C3 correspondente da “rival” Citroën, que pode ser comparado por 15 249 euros. O Grande Panda a gasolina vai começar nos 15 900 euros, mas só chega entre Fevereiro e Março de 2026.

Nos planos da FIAT está também um modelo que acabou por ser «exigido pelos clientes», lembrou o director de marketing (foto em cima). O Grande Panda 4×4 já foi, inclusive, apresentado como protótipo e a versão final será «95% igual a este modelo». Para já, não há uma data de lançamento concreta, mas não deverá ser antes do segundo semestre de 2026.
Primeiras impressões: Panda Híbrido Icon
O Grande Panda é daqueles modelos a que é impossível ficar indiferente, sobretudo em Amarelo Limone (um extra de 450 euros), a cor com que está a ser promovido (e bem) pela FIAT. Com linhas direitas que lhe dão um ar sólido, este SUV tem aquele ar retrofuturista que várias marcas têm vindo a adoptar: destacamos o Inster, o Renault 5 e o Ford Capri, por exemplo.
Por fora, o Grande Panda convida ainda a uma caça de easter eggs: o antigo logótipo com quatro linhas oblíquas da fábrica de Torino está espalhado por várias partes do chassis e, no pilar C, há um painel em relevo que muda consoante o ponto de vista: da esquerda, vemos a marca ‘FIAT’, da direita, o antigo logo. São estes detalhes que acabam por dar ainda mais personalidade a um modelo de homenagem, e que continuam no habitáculo.
O volante também mostra o antigo logo da casa italiana e, no tablier, a moldura oval que integra o ecrã do sistema de infoentretenimento e o painel de instrumentos tem uma parte translúcida onde está uma miniatura do Grande Panda, pronta a fazer um loop.

Compreensivelmente, o habitáculo é dominado por materiais mais plásticos, uma concessão a fazer para que o preço se mantenha baixo. Isto não é, contudo, uma desculpa para que alguns acabamentos sejam pouco cuidados, sobretudo no tablier, onde há linhas desencontradas e dão um ar de desleixo que o Panda não merecia (foto em cima).
Já o sistema de infoentretenimento é minimalista, com um menu simples e de acesso rápido, algo que se transfere para o painel de instrumentos. Aqui, vemos a barra de combustível à esquerda, o velocímetro ao centro e o gráfico da temperatura do motor à direita, tudo bastante polido e facilmente perceptível.
O volante tem bom toque e inclui botões intuitivos para cruise control e multimédia. O arranque exige darmos à chave, não existindo Start/Stop, tal como no Citroën ë-C3. A consola central tem, igualmente, um design elegante em estilo oval, mas nesta versão sem base Qi.

Os botões físicos para o ar condicionado e o acesso directo para desligar os alertas de velocidade e a manutenção de faixa são um grande ponto positivo, algo que nem sempre vemos, mesmo em modelos de gama superior. A arrumação é funcional, com dois porta-luvas, um compartimento central configurável para garrafas/copos e um alcapão fundo q.b. sob o apoio de braço.
Em condução, o Grande Panda pareceu-nos um automóvel ágil graças a uma direcção leve, tornando este SUV muito fácil de manobrar em cidade; já a posição de condução alta garante boa visibilidade e dá-nos uma sensação de domínio, apoiada pelo conforto dos bancos.
Com um motor 1.2 T-Gens de 110 cavalos (74 kW térmico + 21 kW elécttico), este modelo está mais preparado para viagens longas que o EV, como seria de esperar: com o tanque cheio (44 litros), a autonomia roça os 650 km. Por não ter bateria, o Grande Panda híbrido acaba por oferecer mais espaço em altura nos bancos traseiros e ter uma bagageira de 412 litros, que será suficiente para levar várias mochilas.

Os preços começam nos 18 850 euros para a versão Pop, seguindo-se a Icon (20 350 euros) e a topo de gama La Prima (22 850 euros). Todas partilham cilindrada de 1199 cm³ e consumos combinados anunciados de 5,4 l/100 km.
No percurso que realizámos, maioritariamente em auto-estrada, registámos um consumo de 7,4 l/100 km, um valor que precisa de ser confirmado em ensaios mais diversificados, incluindo cidade e estradas secundárias. A velocidade máxima está limitada a 160 km/h, o que é suficiente para um modelo urbano que tem, claramente, a ambição de fazer viagens mais longas em auto-estrada.











