C5 Aircross: primeiras impressões. Fomos a Palma de Maiorca a testar o novo SUV topo de gama da Citroën

Já se sabia que o «mais espaçoso e confortável SUV criado pela Citroën» iria chegar a Portugal no segundo semestre deste ano e até já se conheciam os preços deste novo topo de gama, mas faltava ter um primeiro contacto com o C5 Aircross.
Isto acabou por acontecer esta semana, em Palma de Maiorca, onde um grupo de jornalistas teve oportunidade de se sentar ao volante das versões híbrida de 145 cavalos e eléctrica de 210.
Este é um modelo que assinala uma «evolução profunda na gama SUV» da marca e cujo objectivo é reforçar a posição da Citroën no segmento «mais competitivo» da indústria automóvel, disse Thomas Bastet, head of pricing & performance, no evento de apresentação.

Nesta keynote, Sébastien Moraux, product manager da Citroën, reforçou o facto de o C5 Aircross ser o herdeiro directo de uma «linha familiar iniciada em 1999 com o Xsara Picasso» e que ganhou uma nova forma em 2018, com o primeiro SUV Aircross, um modelo que já vendeu «mais de 570 mil unidades».
Sete anos depois, a marca francesa sentiu necessidade de renovar este modelo «devido à competitividade do mercado», dominado por SUV que se focam principalmente em dois aspectos: conforto e autonomia. Um dos objectivos com o novo C5 Aircross foi mesmo «ultrapassar a meta dos 500 km de autonomia», assumiu Sébastien Moraux (na foto, em cima).
O novo C5 Aircross está, como já se sabia, disponível numa versão 100% eléctrica com até 680 km de autonomia; a híbrida plug-in pode alcançar 1100 km («mais de 100 km em modo eléctrico na cidade», garantiu Sébastien Moraux) e a híbrida convencional chega aos 950 km.

A mudança de abordagem no design, com a Citroën a reforçar o pendor aerodinâmico do novo SUV, também teve um papel importante neste resultado. O chamado ‘Aero Design’ contribuiu, por exemplo, para que o C5 ganhasse «mais 30 km de autonomia».
No seguimento do que já tinha acontecido com os C3, também este SUV mudou completamente de aspecto: as ópticas dianteiras têm uma assinatura “cubo de gelo” (dois quadrados em cada lado) e as ópticas traseiras são 3D, com formas salientes que se assemelham a “asas”.
O habitáculo assume um papel central na proposta do novo SUV. O conceito C-Zen Lounge combina plásticos duros com tecido que remetem para uma sala de estar, reforçando a sensação de serenidade a bordo.

Um dos grandes (literalmente) destaques é o ecrã central de 13 polegadas em posição vertical e inclinada — a Citroën chama-lhe ‘cascata’ — com ícones de grandes dimensões e uma operação intuitiva. Há ainda um painel de instrumentos de dez polegadas e, pela primeira vez num C5 Aircross, head-up display, iluminação ambiente LED e carregamento sem fios Qi.
O conforto é outro dos pilares deste SUV: os bancos dianteiros têm ventilação, aquecimento, sistema de massagens e apoios laterais ajustáveis. Os bancos combinam polipele e tecido com relevos que oferecem uma boa sensação ao toque, nas costas. Durante o teste em Palma de Maiorca, a impressão foi a de estarmos sentados numa poltrona.
A consola central, em preto piano, tem comandos dedicados para os modos de condução ‘Eléctrico’, ‘Híbrido’ e ‘Sport’ (na versão 100% EV passam a ‘Eco’, ‘Sport’ e ‘Standard’), além de botões físicos para o ar condicionado e para desligar os sistemas de alerta.

Há ainda arrumação refrigerada sob o apoio de braço, duas entradas USB-C e uma configuração original das colunas de som, posicionadas lateralmente nas extremidades do tablier, com um desenho saliente que pode não ser consensual.
A marca reforça também a aposta em materiais mais sustentáveis, como os plásticos das portas, produzidos a partir de vinhas recicladas. Este acaba por ser um toque diferenciador neste C5 que gostaríamos de ver alargado a outras zonas.
Outro ponto a favor deste SUV são os 651 litros de capacidade de bagageira e os bancos traseiros rebatíveis em proporção 40/20/40. Estes têm as mesmas saliências dos dianteiros e um apoio de braço rebatível com duas bases para copos.

Para Jeremy Lebonnois, em forma de resumo, o objectivo foi claro: «Criámos um ambiente que é mais próximo de uma sala de estar, com a assinatura de design que distingue esta nova era da Citroën. O C5 Aircross é hoje um SUV mais premium, mais confortável e mais competitivo».
Em Portugal, as primeiras unidades deste SUV serão entregues em Dezembro. Como é habitual, há três níveis de equipamento: You, Plus e o topo de gama Max. Na versão base, o C5 Aircross pode ser comprado nas versões Híbrido 145cv Automático (consumos de 5,4 l/100 km) a partir de 33 490 euros. Já o Eléctrico 210cv (autonomia de 520 km) fica por 38 690 euros.