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EX30 Single Motor Extended Range: conduzimos o pequeno SUV da Volvo que vai mais longe (mas há um preço a pagar)

©MotorMais | EX30 SMER©MotorMais

Quase dois anos depois, voltámo-nos a sentar ao volante de um dos mais carismáticos SUV do mercado nacional. O EX30 tornou-se um best-seller e é fácil perceber por quê.

Em Março de 2024, conduzimos pela primeira vez o Volvo EX30, na altura com a versão Plus Single Motor. Entretanto, andámos com o Cross Country pelas Salinas do Samouco, em Alcochete, e agora, voltamos à versão “normal” para perceber o que muda na versão Ultra Single Motor Extended Range.

Pelo nome, não há grande mistério: ficamos com mais autonomia, embora se mantenham todas as características principais que definem o EX30 e que o tornam um sucesso de vendas da Volvo em EV. Este SUV parece mesmo ter ganho um espaço interessante no mercado (é muito comum ver este modelo nas estradas) graças a uma combinação rara neste segmento. Tem dimensões compactas para a cidade, um desempenho eléctrico competitivo e uma imagem que continua a transmitir segurança.

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A isto junta-se um design distintivo, reconhecível à distância, e uma estratégia de versões que tem permitido à Volvo manter o EX30 sempre relevante, principalmente para clientes que querem fazer a sua entrada no universo eléctrico. O EX30 acaba por ser um modelo mais “premium”, embora com um preço de entrada inferior a quarenta mil euros.

Contudo, não é isso que se passa com a versão que testámos, obviamente: o preço dispara para os 52 408 euros, fruto da maior autonomia e das características de versão Ultra, como a câmara de 360 graus, o Park Pilot Assist (assistência ao estacionamento ou a travagem automática a baixa velocidade). Neste bolo está a cor Cinza Vapour (677 euros), as jantes de dezanove polegadas em liga leve e o interior Textile e Nórdico (de série).

Em concreto, ficamos com 476 km em ciclo WLTP (a Volvo garante que, em cidade, pode chegar aos 600), mais cerca de 140 km que a Single Motor. Os consumos oficiais “fecham” nos 17 kW/h, mas, no nosso ensaio, ficámos nos 18,2 kW/h, nada que fuja muito ao anunciado. O desempenho também melhora, ainda que muito ligeiramente, apesar de a potência continuar nos 200 kW (268 cavalos): a aceleração dos 0 aos 100 km/h passa dos 5,7 para os 5,3 segundos nesta Ultra.

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O que não muda, claro, é o carácter minimalista do habitáculo, que continua com os botões físicos reduzidos ao essencial: além dos do volante, ficam apenas os dos vidros ao centro. Existe um botão físico para os quatro piscas no tejadilho, tal como o SOS, enquanto as restantes funções básicas surgem como controlos tácteis, incluindo trancar e destrancar portas, iluminação ou desembaciamento do vidro da frente.

O ajuste dos espelhos, por exemplo, só é activado no menu do ecrã central, numa marca evidente da (excessiva) dependência da interface digital. A ausência de um painel de instrumentos atrás do volante é outra marca deste minimalismo a que a Volvo devotou o seu SUV. Desaparecido em combate está também o botão ‘Start/Stop’ (o carro “acorda” quando nos sentamos), sendo que a chave funciona por proximidade (também não tem botões físicos).

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Em síntese, a versão Ultra Single Motor Extended Range tem como grande mais-valia dar-nos 140 quilómetros a mais de autonomia, mas o preço com que esta versão nos chega às mãos ultrapassa os cinquenta mil euros. Esta é uma compra que tem de ser bem pensada, para que esta “extensão” justifique bem os quase dez mil euros a mais da versão que testámos em Março de 2024.