Foi na habitualmente solarenga ilha de Palma de Maiorca que a Peugeot decidiu realizar a apresentação internacional do renovado Peugeot 508, a grande aposta da marca para fazer frente ao avassalador domínio germânico no segmento D, que reúne pesos pesados como o BMW Série 3, Mercedes Classe C e Audi A4, que só por si representam 52,9% do mercado Premium em Portugal. Em sexta posição encontra-se o Peugeot 508, com uma quota de mercado de 4,3%, um valor ainda assim impressionante se tivermos em conta que 85% das viaturas comercializadas neste segmento são referentes a planos para empresas, e apenas 15% para particulares, daí a importância desta renovação do 508, que a Peugeot garante ser o suficiente, em conjunto com campanhas através da financeira da marca, para combater a hegemonia alemã.
Para tal, a Peugeot decidiu pegar num modelo que já de si era impressionante, aplicando-lhe uma nova dianteira, com uma frente mais possante graças à introdução de uma grelha de grandes dimensões (onde o símbolo regressa ao centro da mesma) com um desenho mais clássico e elegante, colocação das novas ópticas nos cantos superiores para gerar um ar mais dinâmico, novo capot mais elevado, novo para-choques com colocação de luzes diurnas LED e de mudança de direcção nas extremidades inferiores. Atrás as mudanças são menores, embora a tampa da mala tenha um desenho ligeiramente diferente, bem como as ópticas que passam a receber as famosas garras do leão em LED. No caso da carrinha, as mudanças são apenas sentidas na frente, uma vez que atrás tudo se mantém inalterado.
Por se tratar do mesmo chassis, as diferenças a nível de interior estão limitadas a meros pormenores, o que já de si não é nada mau, uma vez que o 508 original possuía um interior brilhante, com muito espaço, conforto, materiais de elevada qualidade e uma construção surpreendentemente sólida. Neste caso existe um ligeiro reforço nos materiais usados em alguns locais, embora continuem a existir alguns plásticos de menor qualidade em locais menos acessíveis, algo que se aceita por ser prática comum em todos os fabricantes, menos num pormenor que não nos agradou, nas patilhas do volante nas versões de caixa automática, que mereciam ter um melhor tacto.
No que toca às novidades reais, temos a introdução de novos espaços de arrumação, como um autêntico porta-luvas debaixo do apoio de braços, e um ridículo espaço que nasceu numa zona atrás da alavanca da caixa de velocidades, que nada mais serve que para colocar moedas, uma vez que nem a chaves com o sistema de ligação sem mãos cabe por completo no espaço. Porém, no plano tecnológico existem novidades interessantes, como a introdução de um novo sistema de infoentretenimento, composto por um ecrã táctil de 7 polegadas, head-up display, sistema de vigilância de ângulo morto, câmara de visão traseira, sistema Hill Assist (ajuda ao arranque em inclinação), ar condicionado automático de quatro zonas e assistente de máximos, um sistema que funcionou extremamente bem durante as passagens pelos túneis da ilha de Maiorca em conjunto com os excelentes faróis totalmente em LED.
[fancygallery id=”3″ album=”151″]
No campo das motorizações a grande novidade é a introdução dos novos blocos compatíveis com a norma Euro6, designados por BlueHDi. Esta gama é composta assim pelos novos 2.0 BlueHDi de 150 e 180cv, sendo este último o motor que testámos durante mais tempo, e que se revelou como ideal para explorar o chassis da carrinha 508, com o binário máximo de 400Nm disponível logo às 2000 rpm, tendo-se revelado um grande auxílio para a realização de algumas ultrapassagens em estrada de serra. Porém, não podíamos deixar escapar a oportunidade de experimentar a versão mais potente da gama, composta pelo 2.2 HDi de 204cv, um motor que deverá ter os dias contados por não estar preparado para as exigentes normas Euro6, o que é pena, uma vez que é a única motorização que permite utilizar a versão mais evoluída do chassis, com a suspensão de duplo triangulo em vez da tradicional McPherson utilizada em todas as outras versões.
Esta versão revelou um comportamento e uma direcção mais precisa, sendo ajudado pelo facto de contar exclusivamente com as jantes de 18 polegadas do pack GT, e uma sonorização bem agradável para uma motorização a diesel. As outras motorizações disponíveis são compostas pelo já conhecido 1.6 e-HDi de 115cv, que será futuramente substituída pelo novo 1.6 BlueHDi de 120cv, sendo este já compatível com a norma Euro6.
Com preços que começam nos €30.735 (€32.065 versão SW) para a versão de entrada (Access) com o 1.6 e-HDi de 115 e caixa manual de seis velocidades, é esta a versão que, em conjunto com o pack Business (pack de €590 composto por AC automático, Touchscreen + Bluetooth + USB, Jantes de liga leve de 16” e ajuda ao estacionamento traseiro), estará disponível por apenas €370 por mês para contratos de 36 meses e 80.000 km, com manutenção incluída e oferta de seguro de danos próprios com franquina de 4%.
Se desejar optar pelas versões mais potentes, o 2.0 BlueHDi de 150 começa nos €36.535 (€37.865 para a SW) para a versão Active, ou €38.635 (€40.265 para SW) para a versão de topo Allure. A versão 2.0 BlueHDi de 180 só está disponível com o nível Allure, por €42.185 (€43.815 para SW) ou para a versão GT, por €45.585 (€47.215 para a SW). Por fim, quem desejar o 2.2 HDi de 204cv terá que se limitar à versão GT, por €49.985 (€51.615 para a SW). Igualmente disponíveis estará a oferta híbrida, composta pela berlina HYbrid4 de 200cv por €40.985, e a carrinha aventureira RXH HYbrid4 200cv por €45.085.
No final destes dois dias, ficámos com a impressão que o renovado 508 tem excelentes argumentos para conseguir rivalizar com os modelos alemães, especialmente na interessante versão com o novo bloco 2.0 BlueHDi de 180cv, mas a Peugeot não irá ter a vida facilitada, uma vez que está para breve a chegada de novos rivais como os novos Ford Mondeo e Volkswagen Passat.
[fancygallery id=”3″ album=”152″]