Passados mais de 8 anos desde a sua última aventura no segmento C, desde o extinto Almera que a Nissan tem baseado a sua gama no segmento de SUVs e pequenos citadinos, como o Micra e o Note. Aproveitando a fórmula de sucesso aplicada no salvador do Grupo, o Qashqai, a Nissan optou pela reintrodução no segmento C, com o novo Pulsar.
Pulsar, um nome novo na Europa, tem sido usado durante largos anos em alguns mercados Asiáticos e na Oceânia, como sendo o nome usado pelos europeus Sunny, Primera e Almera. Como tal, a estreia deste nome na Europa é perfeito para o regresso da Nissan ao segmento C com um modelo que é fabricado na Europa (na fábrica da Nissan em Barcelona), exclusivamente para o mercado Europeu.
Curiosamente, e embora seja orientado para o segmento mais concorrido no velho continente, os responsáveis da marcam afirmam que não é o seu objectivo rivalizar com modelos como o Volkswagen Golf, Audi A3, BMW Série 1 e Mercedes-Benz Classe A, mas sim com os mais modestos modelos asiáticos, como Kia Ceed, Hyundai i30, Toyota Auris e Honda Civic. Bem, em termos de fiabilidade, entendo-os perfeitamente, mas em termos visuais e dinâmicos, a Nissan tem ainda muito trabalho pela frente.
Visualmente, e sem querer abusar das comparações, quando olho para um Pulsar vejo um Qashqai espalmado, com uma frente exactamente igual, com as ópticas com as luzes diurnas LED integradas e a grelha com um “V” cromado a servir de moldura para o símbolo. Ao centro da entrada de ar inferior do para-choques encontra-se o radar do sistema de travagem de emergência, uma das muitas novidades tecnológicas que pretendem diferenciar este Pulsar dos seus rivais.
Atrás a inspiração no Qashqai mantém-se evidente, destacando-se apenas como novidade o para-choques com um desenho desportivo, graças à integração de uma secção inferior em forma de difusor traseiro, com um padrão a imitar fibra de carbono. Atenção, não estou com isto a dizer que o Pulsar seja feio, bem pelo contrário, tendo em conta a sua inspiração, mas merecia outra imagem, que lhe conferisse outra personalidade.
Internamente a situação não melhora muito, sendo, novamente, o desenho da consola central e do tabliet demasiado oriental, para um modelo desenhado e construído exclusivamente no mercado europeu. Apesar de não ser muito atraente, a realidade é que a qualidade de construção, embora recorrente a plásticos rígidos, está presente, não existindo qualquer tipo de ruídos parasitas, nem mesmo em pisos em mau estado, onde este Pulsar brilhou em termos de conforto graças à sua surpreendente suspensão.
Em contrapartida, o interior recebe, neste caso em concreto, uma parafernália de soluções tecnológicas pouco habituais num modelo deste segmento, e com esta gama de valores. Assim, não é de estranhar a presença de soluções como o já referido sistema de travagem de emergência, cruise-control e limitador de velocidade, controlo activo de condução, sensor de chuva e de luzes, ar condicionado automático de duas zonas com saídas de ventilação para os lugares traseiros, câmara de estacionamento traseiro, botão de ignição com chave inteligente, ecrã LCD a cores de 5” no centro do painel de instrumentos e o novo NissanConnect, um sistema de infoentretenimento composto por um ecrã táctil de 5.8 polegadas com navegação 3D e suporte de Apps através do seu Smartphone e tecnologia Google Send-To-Car, bem como conectividade iPod e Bluetooth.
Onde o Pulsar se destaca igualmente é no elevado conforto a bordo, não só pela já referida suspensão, configurada para um comportamento mais calmo e confortável, como pelo espaço disponível para todos os ocupantes, sendo a sua bagageira uma das maiores do segmento, com 385 litros expansíveis a 1385 litros, bastando para tal rebater os bancos traseiros.
Em termos de motorização, a grande percentagem de vendas do Pulsar ficará a cargo do eficaz 1.5dCi de origem Renault, que neste caso em concreto está disponível na versão de 110 cv com caixa manual de seis velocidades. Opcionalmente existem duas motorizações a gasolina, o agradável 1.2DIG-T de 115cv e o 1.6 DIG-T Turbo de 190cv, ambas motorizações de quatro cilindros turbo a gasolina que adorámos experimentar no Juke. Voltando ao dCi, este bloco, embora pequeno pelo ruído de funcionamento (face às motorizações a gasolina), goza de uma excepcional eficácia, com os consumos a rondarem a casa dos 4 a 5 litros por cada 100km durante os percursos realizados, sem qualquer tipo de cuidado no tipo de condução exercida.
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Motor | Prestações | ||
Tipo | Quatro cilindros em linha | Velocidade Máxima | 190 km/h |
Capacidade | 1461 cc | Aceleração (0-100 km/h) | 11,5 s |
Potência | 110 cv (4000 rpm) | Consumos (litros/100 km) | |
Binário | 260 Nm (1750 rpm) | Cidade (anunciado) | 4,1 |
Transmissão | Estrada (anunciado) | 3,3 | |
Tracção | Dianteira | Média (anunciada) | 3,6 |
Caixa | Manual de seis velocidades | Emissões Co2 | 94 g/km |
Chassis | Preço | ||
Dimensões (Comp. / Alt. / Larg.) | 4387 / 1520 / 1768 mm | Valor base | €27 000 (22 750 com retoma) |
Peso | 1353 Kg | Valor viatura testada | €27 000 |
Bagageira | 385 / 1385 litros | I.U.C. | €141.47 |
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