A moda dos modelos radicais veio para ficar, e de certa forma começo não só a aceitar o lançamento destes modelos como a reconhecer as suas vantagens, que são bem mais do que meras alterações visuais, especialmente tendo em conta o tipo de percursos que as marcas evitam comunicar, ou seja, para o seu dia-a-dia. A sério!
Veja-se o exemplo do pequeno Hyundai i20 Active, uma variante do i20 revelada no final do ano passado e que chega agora ao nosso mercado. Este modelo destaca-se por possuir um visual mais radical através da adição de barras de tejadilho, pára-choques com protecção, protecções inferiores da carroçaria em plástico negro rugoso com molduras nos arcos das rodas com o mesmo acabamento, spoiler traseiro, jantes de liga leve de 17 polegadas e um aumento na distância ao solo em 20mm (total 160mm).
Isto, ao contrário do que a comunicação das marcas insiste, permite tornar o i20 Active num modelo perfeito para andar na cidade e não para o campo, uma vez que este aumento da distância ao solo permitiu que a suspensão fosse mais permissiva às constantes irregularidades do piso das nossas cidades ou, em último caso, para facilitar a subida de passeios para garantir aquele lugar de estacionamento que de outra forma seria impossível de conseguir (mas nunca se esqueça de deixar espaço para os peões passarem).
Se estava à espera que recomendasse o uso do i20 Active fora de estrada, bem o pode esquecer, pois tal como muitos dos modelos aventureiros que abundam nas nossas estradas (como um Renault Captur), estes modelos não estão preparados para verdadeiras aventuras em trilhos de todo-o-terreno. Portam-se, no entanto, lindamente naqueles percursos de terra batida, gravilha e alguma areia (muito cuidado neste último tipo de percurso) que nos levam até aquelas praias desertas, evitando assim as filas de trânsito e confusões nas praias frequentadas por todos.
A razão pelo qual este modelo (como todos os outros) não estão preparados para todo-o-terreno a sério prende-se com a distância ao solo, que deveria ser superior, bem como a aplicação de um sistema de gestão de tracção específico (como o usado pela Land Rover) ou de um sistema de tracção às quatro rodas, algo impraticável num veículo com as características do Hyundai i20. Mas isto não retira mérito a este pequeno aventureiro da Hyundai, tendo este modelo surpreendido pelo conforto e espaço a bordo, proporcionando assim um bem estar pouco habitual em modelos deste segmento.
A qualidade de construção também surpreendeu, pois embora dominem os plásticos rígidos, estes têm um tacto surpreendentemente agradável e revelam uma excelente montagem, totalmente isenta de ruídos parasitas ou folgas, como ainda ocorrem em modelos de marcas europeias. Mas, além da qualidade de construção, este Hyundai destaca-se ainda pela inclusão de diversas soluções interessantes como as capas metálicas nos pedais, porta-luvas refrigerado, compartimento para os óculos, ar condicionado automático e um volante em pele multifunções que permite tirar partido do sistema de inforentretenimento.
Este, além de permitir ligar o seu Smartphone (ou outro dispositivo móvel) através da ligação Bluetooth, USB ou Aux, dispõe de um ecrã táctil bastante preciso de 7 polegadas, que permite tirar total partido do sistema de navegação incluída, que vem acompanhado com o serviço de trânsito TomTom Live, gratuito durante 7 anos.
Igualmente importante para este modelo foi a introdução do novo bloco 1.0 T-GDi a gasolina com 100cv de potência, ideal para quem procura uma motorização pequena mas bastante potente e económica a gasolina, existindo sempre em opção uma motorização a gasóleo, a utilizada nesta viatura de ensaio, composta pelo 1.4 CDRi de quatro cilindros turbo com 90 cavalos de potência e 240Nm de binário. Acredito que possa não ser tão entusiasmante quanto o novo 1.0 T-GDi, mas este motor diesel oferece um bom desempenho aliado a consumos bastante contidos, mesmo optando por um estilo de condução mais descontraído.
Ficha Técnica
Motor | Prestações | ||
Tipo | Quatro cilindros em linha | Velocidade Máxima | 170 km/h |
Capacidade | 1396 cc | Aceleração (0-100 km/h) | 12,3 s |
Potência | 90 cv (4000 rpm) | Consumos (litros/100 km) | |
Binário | 240 Nm (1500 rpm) | Cidade (anunciado) | 5,3 |
Transmissão | Estrada (anunciado) | 3,8 | |
Tracção | Dianteira | Média (anunciada) | 4,3 |
Caixa | Manual de seis velocidades | Emissões Co2 | 115 g/km |
Chassis | Preço | ||
Dimensões (Comp. / Alt. / Larg.) | 4065 / 1529 / 1760 m | Valor base | €23 060 |
Peso | 1235 Kg | Valor viatura testada | €23 410 |
Bagageira | 301 / 1017 litros | I.U.C. | €142.12 |