Volkswagen Golf GTI Performance – A referência está de volta!
O Volkswagen Golf GTI está cada vez melhor, mas será que ainda tem argumentos que cheguem para que continue a ser considerado como a referência do mercado, numa altura em que existem tantos (e bons) rivais? Fomos descobrir, nesta versão "Performance", com 245 cavalos de potência.
Vitima de uma ligeira actualização no inicio de 2017, só mais tarde pudemos comprovar essas alterações com o ensaio da versão topo de gama, o Golf R (veja aqui). Face ao que já conhecíamos da sétima geração do Volkswagen Golf, o Golf R ensaiado permitiu dar a conhecer as novidades em termos de equipamentos, maior envolvimento tecnológico em termos de assistência à condução e segurança, bem como as obrigatórias melhorias em termos de design e aerodinâmica, que o transformaram naquilo que considerámos como sendo o automóvel perfeito.
Porém, além do Golf R, que tem uma história recente no seio da marca, a Volkswagen continua a comercializar aquela que tem sido a referência de mercado dos pequenos desportivos desde o final dos anos 70, o Golf GTI. Face ao Golf R, o GTI já não é o modelo mais potente, nem o mais bem equipado, mas continua a manter as características que o tornam muito agradável de conduzir sempre que as condições o permitam, bem como um comportamento que pode ser tão civilizado quanto o de um Golf mais tradicional, como uma versão 1.6 TDI.
Mas, um GTI será sempre um GTI, e nesta versão ensaiada, designada de Performance, contamos com o já conhecido motor 2.0 TSI que debita aqui “apenas” 245 cavalos de potência e 370 Nm de binário máximo. Com estes números, a Volkswagen optou por se manter fiel à utilização da tracção dianteira, embora esteja presente um diferencial autoblocante mecânico (com acionamento electro-hidráulico), para garantir que tenha sempre tracção, mesmo em ocasiões onde chegamos a ponderamos se ainda nos lembramos de todas as leis da física que demos nas aulas do secundário.
Porém, não espere milagres, pois o Golf R com o seu sistema de tracção às quatro rodas 4Motion consegue ser mais “certinho” em situações de limite, embora o Golf GTI acabe por compensar por ter um comportamento mais previsível, permitindo-lhe assim ser tão ou mais rápido que o Golf R, embora o GTI tenha um défice de potência. Esse défice, bem como o facto de apenas usar tracção dianteira, acabará por ser benéfico numa utilização quotidiana, permitindo-lhe realizar consumos bastante abaixo do esperado (entre 7 e 9 l/100 km), embora longe dos 6,3 litros por cada 100 km anunciados.
Uma das preciosas ajudas para contribuir para este bom resultado, bem como para um conforto inegável numa condução quotidiana está a caixa DSG de dupla embraiagem de sete velocidades, que peca por ser algo indecisa quando pretendemos extrair todo o seu potencial, especialmente nas reduções. É certo que poderá utilizar a caixa em modo manual, mas não só o manípulo funciona de forma inversa (as reduções deveriam ser para a frente), como as patilhas no volante são demasiado pequenas para poderem ser utilizadas de forma eficaz.
Claro que, se quiser poupar cerca de 1800 euros, poderá sempre optar pela eficaz caixa manual de seis velocidades, mas aí perderá o delicioso modo de arranque controlado, o grande trunfo da DSG (além do já referido conforto de utilização), que lhe permitirá atingir os 100 km/h em apenas 6.2 segundos, tornando-o assim num autêntico “Rei dos arranques de semáforos”! Isto se não tiver a seu lado um Golf R ou outro modelo de potência equivalente ou de tracção às quatro rodas. Mas isso não interessa, porque está num Golf GTI. 😎
E estar num Golf GTI continua a ser uma experiência única, seja de quem vê de fora com as novas ópticas em LED ou estas opcionais jantes de 19 polegadas modelo Brescia (com pneus Pirelli P-Zero 235/35 R19), que embora sejam visualmente muito atraentes, acabam por ser mais desconfortáveis que as jantes de origem de 18 polegadas. Mas é no interior que o GTI continua a deliciar-nos, com os originais bancos desportivos com tecido em xadrez Clark, o painel digital Active Info Display de série, e, neste caso em concreto, o opcional sistema de infoentretenimento com navegação Discover Pro, que tem a particularidade de suportar as plataformas Android Auto e Apple CarPlay, desde que tenha instalado e configurado o módulo App-Connect.
Ficha Técnica
Motor | Prestações | ||
Tipo | Quatro cilindros em linha | Velocidade Máxima | 248 km/h |
Capacidade | 1984 cc | Aceleração (0-100 km/h) | 6,2 s |
Potência | 245 cv (5000 rpm) | Consumos (litros/100 km) | |
Binário | 370 Nm (1600 rpm) | Cidade (anunciado) | 8,2 |
Transmissão | Estrada (anunciado) | 5,2 | |
Tracção | Dianteira | Média (anunciada) | 6,3 |
Caixa | DSG – Dupla embraiagem de sete velocidades | Emissões Co2 | 144 g/km |
Chassis | Preço | ||
Dimensões (Comp. / Alt. / Larg.) | 4268 / 1482 / 1799 mm | Valor base | €49 611 |
Peso | 1415 Kg | Valor viatura testada | €52 854 |
Bagageira | 380 / 1270 litros | I.U.C. | €235.59 |
Notas Finais
Gostámos
- Visual
- Versatilidade
- Desempenho
- Consumos contidos
A rever
- Preço de opcionais
Conclusão
7.8Embora já não seja o modelo mais potente da família Golf, o Golf GTI continua a ser a referência de mercado, por oferecer um excelente desempenho, consumos contidos numa utilização quotidiana, e todo o espaço, conforto e versatilidade que um pequeno familiar deve ter. Se procura um desportivo puro e duro, talvez seja melhor procurar por outros modelos, como o Honda Civic Type R, Renault Mégane RS, Seat Leon Cupra ou Hyundai i30N, mas nenhum destes modelos consegue ser tão equilibrado quanto este Volkswagen Golf GTI.