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Tesla apresenta solução de condução totalmente autónoma

O Tesla Autonomy Day decorreu ontem, na sua sede em Palo Alto, California, onde Elon Musk e Pete Bannon (responsável pelo hardware Autopilot) revelaram, durante uma audiência repleta de investidores, as mais recentes novidades em termos de condução totalmente autónoma. A estrela da noite foi o Full Self-Driving Computer da Tesla, a primeira solução de hardware totalmente desenvolvida pelo fabricante, incluindo dois poderosos processadores que, em conjunto, oferecem um poder de processamento de 144 TOPS (equivalente a 77 TFLOPS), o que permite processar até 2100 fotogramas por segundo, provenientes das oito câmaras instaladas nos modelos Tesla.

Isto corresponde a 2.5 mil milhões de píxeis processados por segundo. Segundo Elon Musk, este processador é significativamente superior à anterior solução Nvidia Drive utilizada, o Drive Xavier, que tinha um poder de processamento de apenas 21 TOPS. Curiosamente a Nvidia veio corrigir Elon Musk, afirmando que o seu Drive Xavier possui 30 TOPS de poder de processamento, e que dispõem da nova versão Drive AGX Pegasus, que garante 320 TOPS de processamento, superior à solução da Tesla.

Ainda assim, Elon Musk afirmou que a solução criada pela Tesla já está a ser implementada em todos os Model S e X produzidos no último mês, e nos últimos Model 3 produzidos nos últimos 10 dias, ou seja, que todos os últimos Tesla produzidos estão preparados para uma condução totalmente autónoma, bastando para tal receber uma actualização de software. Para tal, este sistema utiliza um avançado assistente digital de inteligência artificial, que além de usar todos os dados fornecidos pela cloud da Tesla, juntamente com os dados recebidos pelos sensores e câmaras do veículo, efectuando assim todas as decisões durante a condução.

O sistema consegue assim, durante a condução totalmente autónoma, gerir qual a melhor faixa para circular nas autoestradas e vias rápidas, efectuando ultrapassagens quando necessário, bem como determinar e conduzir nas saídas saída ou entrada das mesmas, estando ainda preparado para conduzir em estradas secundárias, respeitando sempre todos os sinais de trânsito, como os sinais de Stop, semáforos e quando detecta obstáculos, como peões.

Estas novas funcionalidades não serão disponibilizadas ao mesmo tempo, estando prevista a saída das funções, de forma faseada, inicialmente apenas para um grupo de utilizadores. Numa primeira fase, apenas será lançada a função de mudança automática de faixas de rodagem que, à medida que for sendo utilizada, providenciará mais dados que permitirão melhorar esta funcionalidade. Assim que a Tesla determinar que a função está suficientemente optimizada, será lançada para todos os restantes condutores.

Apesar de todas estas melhorias introduzidas pelo novo hardware, Pete Bannon, que anteriormente foi responsável pelos processadores da Apple, afirmou que este sistema, embora significativamente mais complexo, consegue ser 20% mais barato que o hardware utilizado no sistema Autopilot 2.5. Apesar de ter sido desenvolvido pela Tesla, o processador será fabricado pela Samsung, na sua fábrica de semicondutores em Austin, no Texas. Já Elon Musk afirmou que embora este processador seja novo (esteve a ser desenvolvido nos últimos dois anos), a Tesla já se encontra numa fase avançada no desenvolvimento da próxima geração de processadores, que deverá ser até três vezes melhor, e que deverá chegar ao mercado dentro de dois anos.