Desde o lançamento do modelo original em 1998, já foram vendidas mais de 16 milhões de unidades, nos quais mais de 105 mil tiveram Portugal como destino. Estes resultados demonstram bem a importância deste modelo para a Ford, razão pelo qual fui conhecer algumas das versões da quarta geração Focus, em 2018, na região de Alicante, em Espanha (Apresentação – Fomos a Alicante conhecer o novo Ford Focus). Para comprovar as primeiras impressões sentidas nessa ocasião, decidi testar a versão que mais me cativou, a versão de cinco portas equipada com o brilhante 1.0 EcoBoost de 125 cavalos, aliado ao nível de equipamento ST-Line.
Começando pelo essencial, este Focus recorre à nova plataforma C2 da Ford, que além de garantir um aumento da rigidez da estrutura (em 20%), reduzindo ao mesmo tempo o peso de toda a carroçaria, de forma significativa, até 88 kg face a um modelo equivalente da anterior geração. Visualmente o Focus está mais consensual que a anterior geração, especialmente na secção traseira, sendo esta versão ST-Line ainda mais atraente, graças à redução da altura ao solo em 10 mm (devido à suspensão desportiva), aos pára-choques desportivos e grelha inspirada nas versões mais desportivas de variados modelos Ford.
Tudo isso, aliado às novas ópticas totalmente em LED, com a nova assinatura visual (feixe de luz LED diurna), bem como o desenho das jantes de liga leve, garantem um visual intrinsecamente desportivo. Este espírito foi igualmente recriado no interior, através da aplicação de bancos parcialmente em couro com pespontos vermelhos com maior apoio lateral, tablier e forras das portas com elementos a imitar fibra de carbono, e um volante multifunções de desenho desportivo, com pele perfurada e um tacto muito agradável. Outro ponto importante no interior do novo Focus é a diminuição e reorganização de todos os comandos físicos.
Porém, o que mais se destacou no interior deste Focus é o elevado espaço disponível a bordo, fruto da aplicação da já referida plataforma, que permitiu ganhar 78 mm de espaço para as pernas e 60 mm ao nível dos ombros, isto só nos lugares traseiros. Igualmente importante é a aplicação do sistema de infoentretenimento SYNC 3, de série, composto por um ecrã de oito polegadas táctil, que é totalmente compatível com as plataformas Android Auto e Apple CarPlay. Este vinha associado ao opcional sistema de navegação Premium, que inclui sistema de som B&O Play (€305), composto por 10 altifalantes com uma potência total de 675 watts.
Para tornar o Focus ainda mais atraente, a Ford optou por disponibilizar todas as suas soluções tecnológicas no novo Focus, trazendo este, de série, equipamento como sensores de estacionamento à frente e atrás, assistente de pré-colisão com detecção de peões e ciclistas, travagem activa pós colisão e assistente à manutenção na faixa. Enquanto opcional, destaque para o head-up display colorido (€407), Pack Driver com assistente de estacionamento automático, câmara de visão traseira e protecção das portas (€407).
Esteve também presente o Pack Driver Plus (€407), que adiciona o sistema de detecção de obstáculos, controlo automático de velocidade adaptativo, faróis máximos automáticos e sistema de reconhecimento de sinais de trânsito, que por vezes teimava em assumir a velocidade dos sinais nas saídas de auto-estrada como sendo a velocidade máxima da via. Se optar por uma versão com caixa automática, o sistema de Controlo de Velocidade de Cruzeiro Adaptativo (ACC) permitirá manter uma distância de segurança em relação ao veículo da frente, chegando mesmo a imobilizar o veículo em situações de pára-arranca.
Equipado com o já referido 1.0 EcoBoost de 125 cavalos, este tricilíndrico a gasolina da Ford continua a ser uma referência de mercado. Dono de uma disponibilidade surpreendente, graças aos 170 Nm de binário máximo numa ampla faixa de regime (entre 1.400 e 4.500 rpm), a utilização deste motor, em conjunto com a eficaz caixa manual de seis velocidades, revelou ser ideal para quem gosta de uma condução enérgica. E, o melhor de tudo, é que os consumos continuam a ser baixos.
Em termos de comportamento, basta dizer que, face ao seu antecessor, encontrará um chassis mais leve e rígido, uma direcção ainda mais precisa, suspensão desportiva e um motor uma surpreendente disponibilidade. Se conduzir o anterior Focus com esta motorização leve era uma experiência gratificante, a Ford conseguiu melhorar a experiência, conseguindo colmatar uma das poucas falhas (técnica) sentidas neste modelo, que é a adopção de um eixo traseiro rígido (barra de torção) em vez da avançada solução multi-braços, solução essa aplicada apenas nas versões mais potentes, como o 1.5 Turbo EcoBoost, 2.0 EcoBlue e o Focus ST de 280 cv.
Ficha Técnica
Motor | Prestações | ||
Tipo | Três cilindros | Velocidade Máxima | 200 km/h |
Capacidade | 999 cc | Aceleração (0-100 km/h) | 10,0 s |
Potência | 125 cv (3750 rpm) | Consumos (litros/100 km) | |
Binário | 170 Nm (1400 rpm) | Cidade (anunciado) | 6,0 |
Transmissão | Estrada (anunciado) | 4,3 | |
Tracção | Dianteira | Média (anunciada) | 4,9 |
Caixa | Manual de 6 velocidades | Emissões Co2 | 129 g/km |
Chassis | Preço | ||
Dimensões (Comp. / Alt. / Larg.) | 4378 / 1471 / 1979 mm | Valor base | €21 044 (c/ campanha) |
Peso | 1322 Kg | Valor viatura testada | €24 205 (c/ campanha) |
Bagageira | 375 / 1354 litros | I.U.C. | €103,12 |
Notas Finais
Gostámos
- Visual desportivo
- Habitabilidade
- Comportamento dinâmico
- Baixos consumos
- Preço
A rever
- Actuação de alguns sistemas de assistência à condução
- Suspensão traseira difere entre versões
Conclusão
7.3Com a chegada da quarta geração Focus, que estreia uma plataforma ainda mais rígida e leve, este consegue manter-se como a referência em termos de comportamento dinâmico. O visual mais desportivo e diferenciador, em conjunto com a vasta oferta de equipamento e o brilhante motor 1.0 EcoBoost de 125 cavalos completam os argumentos que tornam a condução deste Ford Focus numa experiência verdadeiramente gratificante.