E-5008 GT: conduzimos o SUV de sete lugares da Peugeot que parece uma nave espacial

O novo Peugeot E-5008 GT é, dentro da marca, a alternativa para quem acha o E-3008 GT pequeno demais para a família: de um SUV fastback passamos para um grande SUV com até sete lugares, um segmento onde tem a concorrência de modelos com o Hyundai Santa Fé ou o Skoda Kodiaq.
O E-3008 GT, que tínhamos testado em Agosto de 2024, já nos tinha deixado a impressão de que a Peugeot estava a ir por um caminho que tinha tanto de maximalista, como de diferenciado em relação a outros automóveis.
Com este modelo, que acaba por ter um habitáculo bastante semelhante, tudo isto é confirmado, embora aqui com mais espaço, conforto, mas mantendo algumas particularidades que não serão consensuais.

Tal como tínhamos apontado no teste do Seal U DM-i, um grande SUV fará mais sentido em modo híbrido, embora os quinhentos quilómetros de autonomia do E-5008 GT sejam bastante aceitáveis. Ainda assim, com 210 cavalos e um modo ‘Sport’ muito convidativo, o melhor é mesmo programar bem uma viagem mais longa para ter sempre um porto seguro (leia-se ‘carregador’) em vista.
Como começámos por dizer, o habitáculo mantém a abordagem arrojada que já conhecíamos do E-3008 GT, com um design marcado por ângulos, curvas e diferentes níveis de acesso aos comandos. A interface do sistema de infoentretenimento não é, voltamos a reforçar, para adeptos do minimalismo.
Aqui, mantém-se os i-Toggles, com apps que continuam a servir de atalhos para abrir menus e aplicações no ecrã principal, tornando-se uma nova forma de interagir com estes Peugeot. A personalização continua a ser um argumento, com possibilidade de escolhermos o que queremos que apareça neste ecrã.

Contudo, a integração entre estes controlos e o ecrã principal faz com que tenhamos de dividir a atenção entre dois displays de infoentretenimento durante a condução, o que pode ser um problema quando o que se exige é concentração ao volante. Gostávamos de ter visto uma abordagem diferente por parte da marca francesa.
Já o painel de instrumentos digital mantém a multiplicidade de informações, permitindo diferentes configurações, como um mapa 3D (esteticamente apelativo, mas com utilidade questionável – não tem indicação de ruas), consumo energético, velocidade e até uma animação da relação entre potência e carregamento.
Inquestionáveis são o conforto e a versatilidade do E-5008 GT, algo essencial num grande SUV familiar. Os dois lugares-extra não apenas para fazer número, com possibilidade de serem ocupados por dois adultos de estatura média. Mas, obviamente, as crianças são o “público-alvo” destes bancos, que podem ser rebatidos para termos uma bagageira de 748 litros, contra os 243 do modo de sete lugares.

No que toca à ergonomia, a disposição dos compartimentos foi feita com opções, no mínimo, curiosas. A bandeja para o smartphone com carregamento sem fios está escondida sob o ecrã principal, o que a torna menos acessível. Existe ainda um compartimento inferior cuja tampa serve de suporte para o telemóvel, mas a ausência de atrito faz com que este deslize frequentemente. Uma superfície mais rugosa teria sido uma solução mais prática.
Em termos de eficiência, o consumo médio de 18,2 kWh/100 km que conseguimos alinha-se com as expectativas para um SUV eléctrico deste porte e é exemplo de um equilíbrio razoável entre desempenho e autonomia. Claro que, se usarmos mais o modo ‘Eco’, este valor tende a descer alguns patamares.

No geral, o E-5008 GT é para quem gosta deste estilo mais de nave espacial anti-minimalista, uma alternativa consistente e, sobretudo, muito confortável ao E-3008 GT. Os preços começam nos 50 600 euros, mas sobem até aos 55 800, se for escolhida a versão com 651 km de autonomia.