Inster: o que vale o novo mini-SUV da Hyundai que fica entre os segmentos A e B?

A marca coreana apresentou hoje o Inster de forma oficial, em Lisboa, num evento onde houve oportunidade de conduzir este automóvel e ficar a saber a estratégia da Hyundai para 2025.
Os preços e as características do Inster já se sabiam desde o início de Janeiro, altura em que o TRENDY Report revelou, em exclusivo, os preços e as versões deste mini-SUV da Hyundai que fica entre os segmentos A e B.
Mas foi preciso esperar quase três meses para a marca coreana mostrar de forma oficial o Inster, em Portugal, com direito a uma apresentação dos responsáveis e uma sessão de test-drive, que serviu para tirarmos a “pinta” a este eléctrico.

Hugo Tavares (na foto, em cima), head of product da Hyundai, apresentou este modelo como uma espécie de sucessor do Atos e do i10, modelos que fizeram parte do portfólio da marca entre 1997 e 2019 – ambos tiveram direito a versões eléctricas experimentais e inseriam-se no segmento A (modelos compactos).
Contudo, a Hyundai posiciona o Inster entre o A e o B, no que se pode considerar uma espécie de A+. Esta dualidade do mini-SUV não parece ser um entrave ao sucesso, pelo menos de acordo com os números revelados por Hugo Tavares: a Hyundai já vendeu «65 unidades», desde Janeiro, e aponta às «100 até final de Abril».
Até ao final do ano, a marca espera vender «650» Inster; para já, a Hyundai tem 100 unidades prontas para serem entregues, com o prazo a depender «unicamente do tempo de transporte do automóvel até aos concessionários», o que pode acontece no «máximo em duas semanas», garantiu Hugo Tavares.

Sobre o público-alvo do Inster, Ivo Silva, director comercial da Hyundai, destacou dois tipos de clientes: «Jovens da Geração Y e Z, solteiros e casais na casa dos 20/30 anos sem filhos; e um sub-target de casais com mais de cinquenta anos sem filhos em casa».
Ao volante do Hyundai Inster: primeiras impressões
A primeira coisa que notamos, ainda mesmo antes de entrar neste mini-SUV, são as ópticas estilo pixel que são a imagem de marca dos IONIQ – aliás, o nome ideal para este modelo seria algo como IONIQ 1.
Depois, as dimensões: com apenas 3,82 metros de comprimento, 1,61 de largura e 1,57 de altura, o Inster pode parecer um automóvel claustrofóbico. No entanto, assim que entramos no habitáculo, chegamos à conclusão de que não é bem assim.

A explicação é fácil: a bagageira é mínima, o que permitiu que, sobretudo quem viaja atrás, tenha bastante espaço. Para condutor e passageiro, o conforto mantém-se, embora a consola central seja algo larga e entre em “conflito” com as pernas de que seja mais alto.
O primeiro contacto foi pontuado por altos e baixos: o Inster está muito dominado por plásticos, que lhe dá o ar de ter um preço mais baixo que o que acontece, na realidade – o versão mais cara ultrapassa os trinta mil euros (tivemos oportunidade de conduzir esta, a Style Plus, com bateria de 49 kWh).
Com o volante e o selector de marcha emprestado dos IONIQ, o Inster não é um automóvel minimalista: o cockpit está saturado de botões, com uma coluna central dominada pelos comandos do AC e do sistema multimédia. O design podia ser mais actual, mas pareceu-nos mais de um automóvel dos anos 90/2000.

Um pormenor de que gostámos foi o facto de os estofos desta versão que conduzimos terem um padrão que faz lembrar o do um modelo dos anos oitenta, algo que pode apelar a clientes mais nostálgicos.
Este nosso gosto pelo retro, nos bancos, parece uma contradição relativamente ao que dissemos em cima, mas há detalhes onde gostamos de ver as marcas regressar ao passado. Apesar disto, o Inster tem algumas marcas de futuro, como a bandeja para carregar o telemóvel e as entradas USB-C, inclusive atrás.
Na condução, não conseguimos ter uma ideia muito precisa do desempenho do Inster, já que o percurso definido pela Hyundai para o test-drive foi limitado a vias rápidas e auto-estradas. Ainda assim, a sensação que fica é a de um modelo estável q.b, com uma boa aceleração e estabilidade. Um ensaio dinâmico, com estradas mais desafiantes, seria o ambiente ideal para testar este mini-SUV.

Somando os prós e os contras, numa avaliação muito precoce, este automóvel parece ter tudo para ser carismático, embora o preço elevado possa ser um entrave à massificação deste modelo. E, quando o principal rival é mais acessível e tem a medalha de ‘Carro do Ano‘, em Portugal – o Citroën ë-C3 – o Inster pode ter muito trabalho pela frente para ser uma alternativa segura ao blockbuster francês.