Renault anuncia mais um protótipo amigo do ambiente: para o «laboratório sobre rodas» Emblème, o 13 é o número da sorte

Se há marca que regularmente anuncia novos formatos, tecnologias, abordagens e tendências que irão marcar o futuro da mobilidade é a Renault. O mais recente é um «laboratório sobre rodas para a mobilidade de baixo carbono»: o familiar shooting brake Emblème, desenvolvido pela Ampere, que surge na sequência do Scenic Vision, revelado em 2022.

«Explorando ao máximo todas as possibilidades, o objetivo é criar um protótipo funcional de um modelo familiar – espaçoso, confortável e com alta tecnologia – ao mesmo tempo que leva a descarbonização para novos patamares», explica a marca. Na verdade, o Emblème não usa combustíveis fósseis, mas também não é 100% eléctrico: a marca francesa apostou no hidrogénio em conjunto com a abordagem EV.

Como “amigo” do ambiente, este modelo foi pensado além da sua utilização diária, já que a marca diz que a sua concepção teve em conta que, no final da sua vida útil, «praticamente todos os materiais utilizados serão recicláveis».

Entre os principais números do Emblème, há um que se destaca – o de empresas parceiras que contribuíram com tecnologia. Ao todo, foram 13: Akwel, ArcelorMittal, Autoneum, Constellium, Dicastal, Forvia, Forvia Hella, Michelin, OPmobility, STMicroelectronics, Valeo, Verkor e CEA.De forma resumida, aqui fica uma lista dos elementos destas marcas que podemos encontrar no Emblème.

1 – Akwel | Puxadores de portas
No Emblème, os puxadores não são mecânicos, mas sim «sensíveis ao toque», com uma «resposta de activação de abertura de 0,1 segundos». Têm ainda «menos 60% do peso e menos cinquenta componentes» que um puxador convencional.

2 – ArcelorMittal | Estrutura
Esta empresa usou aços de alta resistência e prensáveis para «reduzir em 8% o peso total do aço necessário para construir a carroçaria» do Emblème. Além disso o metal do pilar B foi «criado apenas com electricidade renovável».

3 – Autoneum | Isolamento térmico e acústico
Ao todo, há «32 peças» com propriedades térmicas e/ou acústicas no Emblème. Entre estas estão a «carenagem da parte inferior da carroçaria, tapetes e forros de bagageira», todas com pegada de carbono «reduzida em 70%».

4 – Constellium | Portas em alumínio
Para as portas, a Constellium usou «alumínio primário produzido por electrólise com electricidade de baixo carbono e alumínio reciclado proveniente da economia circular». Desta forma, foi apenas usada «5% da energia necessária» relativamente ao método tradicional.

5 – Dicastal | Jantes de liga leve
Este elemento foi feito a «pensar no eco-design» e assume um formato «particularmente favorável à aerodinâmica». A Renault diz que são «finas e extremamente leves»; 70% do alumínio usado veio de «economia circular».

6 – Forvia | Interior
Os materiais reciclados também estão, como seria de esperar, no habitáculo do Emblème; a marca diz que, inclusive, são capazes de armazenar CO₂. Há estofos em «fibras de ananás» e inserções que dispensam «soldadura ou colagem para facilitar a reciclagem».

7 – Forvia Hella | Faróis
As ópticas deste modelo também tiveram o dedinho da Forvia: têm lentes fresnel que requerem «80% menos de material» em comparação com os faróis actuais. Na sua produção, a marca usou «processos de injeção inovadores».

8 – Michelin | Pneus
Esta é uma marca crónica nas parcerias com a Renault e com o Emblème não podia ser diferente: o protótipo foi apresentado com o modelo Primacy 215/45-R22 Slimline, cuja «resistência ao rolamento é de 5,5 kg/T» (os convencionais têm «6,5 kg/T»). Segundo a marca, isto «melhora a durabilidade dos veículos em 55%».

9 – OP Mobility | Tanque de hidrogénio
O hidrogénio é uma tecnologia que ainda está longe de ser massificada, mas já é comercial. O Embléme aposta num grupo propulsor que usa electricidade e hidrogénio – para armazenar esta segunda energia, a OP Mobility criou um tanque em fibra de carbono.

10 – ST Microelectronics | Componentes electrónicos
A participação desta empresa foi feita ao nível do inversor de tracção, onde a energia da bateria eléctrica é usada para «accionar o motor». Aqui, é usada a tecnologia SiC (Silicon Carbide), que «complementa o silício».

11 – Valeo | Sistema completo de limpa pára-brisas
No Emblème há um «motor sem escovas Nanojet Aquablade e peças de polímero impressas em 3D, para uma redução das emissões de CO2 em cerca de 60%». Este elemento é fabricado a partir de materiais «reciclados».

12 – Verkor | Bateria eléctrica
A bateria do mais recente protótipo da Renault permite uma «redução de 72% das emissões de carbono em relação a uma bateria tradicional equivalente». Segundo a Verkor, estas baterias serão produzidas até «2035» e têm reciclagem garantida.

13 – Commissariat à l’Énergie Atomique (CEA)
Este organismo francês de investigação científica e tecnológica em energias alternativas, também tem um papel importante no apoio à inovação industrial. Sendo o Emblème um automóvel a hidrogénio e EV, o CEA pode ter ajudado em testes e certificações nesta área.