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Kauai EV Vanguard 66 kWh MY24 TT: conduzimos o SUV da Hyundai que é um campeão dos consumos

©MotorMais | Kauai 66 kWh©MotorMais

O Kauai EV já nos tinha convencido na versão de 49 kWh, que testámos no final de Junho, mas a versão com bateria maior reforçou ainda mais a nossa ideia sobre a eficácia deste SUV.

Ao volante da versão de 66 kWh (65,4 kWh úteis), a sensação é a de que estamos perante um SUV eléctrico com ambições maiores (a autonomia combinada sobe quase 130 km), capaz de oferecer uma experiência mais versátil e orientada para viagens longas. Contudo, mantém-se o design e do ambiente tecnológico que aproximam este modelo da família IONIQ, como já tínhamos referido do teste anterior.

O Kauai, aqui na sua versão EV Vanguard 66 kWh MY24 TT, mantém um habitáculo funcional e bem pensado: continua a ser um dos nossos preferidos, entre os modelos que testámos em 2025. A coluna central dispensa o formato em ponte, que costuma criar zonas de difícil acesso. Assim, aqui está tudo à vista, com espaços generosos para guardar objectos, incluindo garrafas, copos, carteira ou chaves.

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A zona de arrumação por baixo do apoio de braço mantém-se mínima na parte tapada, mas com algum espaço adicional à vista. Para guardar objectos de maior dimensão e/ou mais sensíveis, o guarda-luvas continua, assim, a ser a melhor opção. Uma novidade em relação ao modelo anterior é a presença de uma base de carregamento Qi para smartphones, a tirar ainda mais partido da maior bateria.

Do lado da ergonomia, o habitáculo do Kauai é um dos nossos preferidos: apresenta uma quantidade equilibrada de botões físicos, sobretudo para o controlo do ar-condicionado. Já o sistema de infoentretenimento continua intuitivo, com Apple CarPlay e Android Auto e uma área que está no topo das nossas preferências (imagem em baixo): um menu dedicado ao desempenho eléctrico, com a indicação do posto de carregamento mais próximo e um gráfico que mostra o consumo detalhado por condução, electrónica, climatização ou protecção da bateria.

O painel de instrumentos de grandes dimensões apresenta gráficos adaptados ao modo de condução e informação clara sobre consumos, mapa, autonomia e relação entre aceleração e regeneração (charge/power). O i-Pedal do Kauai volta a convencer-nos: permite ajustar a regeneração através das patilhas no volante e faz parar completamente o carro ao largar o acelerador no modo mais intenso.

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Com estes pontos a serem decalcados a papel químico da versão de 49 kWh, as diferenças são, obviamente, mais técnicas, como na autonomia e na potência. Dos 380 km WLTP em ciclo combinado, passamos para 509; já no urbano, passamos para 679 km e deixamos para trás os 537 do Kauai que conduzimos há quase um mês e meio.

A potência máxima sobe dos 135 para os 204 cavalos, com aceleração dos 0 aos 100 km/h a ser feita em 8,1 segundos e velocidade máxima a chegar aos 172 km/h (9,9 segundos e 162 km no Kauai de 49 kWh). O resultado são passagens mais energéticas do modo ‘Normal’ para o ‘Sport’, assim como uma vivacidade nas recuperações e nas ultrapassagens, o que torna a condução mais segura e confortável em autoestrada.

Nos carregamentos rápidos de 10 a 80%, e como seria de esperar, a versão com a bateria de menos capacidade fica à frente, embora por poucos minutos e apenas nos 50 kW: 44 contra 54. Contudo, a 100 kW, o tempo é o mesmo: 39 minutos.

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Mas, se usarmos carregadores AC monofásicos e trifásicos, as diferenças são muito maiores: nos primeiros, o Kauai de 49 kWh faz os 10 a 80% em 6:42 horas, cerca de duas horas a menos que esta versão de 66. Se o carregamento for a 11 kW, a diferença é menor: 4:24 contra 5:54 horas.

O facto de a bateria maior do Kauai de 66 kWh acrescentar cerca de 100 quilos face à versão de 49 kWh não prejudica a estabilidade, pelo contrário: em auto-estrada até melhora esta sensação. Em cidade, onde a agilidade é o principal, este peso a mais não nos pareceu crítico.

O que nos pareceu crítico, e bem crítico, pela positiva, foi a redução nos consumos, que acabam por ser intrigantes: os dados oficiais mostram valores idênticos entre as duas versões, na ordem dos 14,6/14,7 kWh. Mas, como já tínhamos conseguido no Kauai de 49 kWh, ficámos muito abaixo: em percurso misto, conseguimos 9,4 kWh (!), algo que mete este modelo no “Olimpo” dos modelos mais eficientes que conduzimos este ano.

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A nossa conclusão acaba por estar em linha com o que dissemos ao início: o Kauai de 66 kWh custa cerca de 45 mil euros e abre a porta a viagens longas sem preocupações, tem uma uma potência-extra que se sente nas respostas em estrada e mantém um interior prático, intuitivo e confortável. Continuamos, contudo, a ressalvar que já existem versões MY 25 e MY 26 que estarão mais actualizadas.