Para a Xpeng, os automóveis são um detalhe: a IA vai ser o «motor central da mobilidade do futuro»

Nunca como agora, uma tecnologia domina de forma acentuada as inovações em múltiplos sectores. A inteligência artificial está presente em quase tudo o que usamos, desde o smartphone ao automóvel. E se há uma marca que tem insistido nesta estratégia, é a Xpeng.

A marca chinesa chegou a Portugal em 2024 e apresenta os seus automóveis como «ultra-inteligentes» e mais que uma forma de ir do «ponto A ao ponto B» – a Xpeng promete uma «experiência completa e intuitiva». Esta abordagem prepara-se para ser ainda mais reforçada, com a «actualização da estratégia Al Tech Tree»

Pelo que a Xpeng anunciou, o automóvel parece passar a ser apenas um “detalhe” no ecossistema global de IA, já que aqui entram ainda «robôs humanóides [o IRON, na foto em baixo] e veículos voadores» – aliás, sobre esta última abordagem, já tínhamos conhecido o Aeroth.

Numa apresentação feita pela marca, transmitida online, a Xpeng quer que a próxima década seja definida pela IA, já que a ideia é a esta tecnologia seja o «motor central da mobilidade futura». Para isso, será usado o chip de inteligência artificial Turing, criado pela própria empresa.

Embora a atenção da Xpeng se disperse por outro tipo de “hardware” além dos automóveis, uma das estrelas desta apresentação foi um monovolume, que irá integrar este chip. Quando a tendência dominante são os SUV, a marca chinesa aposta num MPV de grandes dimensões (5,30 metro de comprimento), o X9, que apelida de ‘startship of tomorrow’, algo como ‘nave espacial do futuro’.

Com «496 actualizações técnicas e 35% de componentes recentemente desenvolvidos», a Xpeng promete um modelo que oferece uma «experiência comparável à de um motorista humano qualificado»: este modelo vem com o «primeiro software de condução autónoma completo da indústria», garante a marca.

Este MPV tem como base a «arquitectura de alta tensão de 800 V da próxima geração» da empresa, que permite um «carregamento ultrarrápido» – a Xpeng fala em «apenas dez minutos para chegar a 405 km de autonomia». Em termos de consumos, a marca promete 16,2 kWh / 100 km, um valor que diz ser o «mais baixo da sua classe».

No habitáculo, mais promessas: vamos ter a «experiência de habitáculo mais avançada» da Xpeng. Entre os “ingredientes” que contribuem para esta “receita” estão os «bancos de gravidade zero», um ecrã de entretenimento traseiro de 21,4 polegadas e a iluminação personalizada do habitáculo».

A Xpeng confirmou ainda que o X9 vai chegar a Portugal (onde já estão disponíveis os G6, G9 e P7), embora não seja para já. Na verdade ainda não há uma data concreta, uma vez que a marca apenas diz que o MPV chega em 2026, sem mais detalhes. Na China, este monovolume tem um preço a rondar os 400 mil yuan, o que corresponde a cerca de 50 mil euros.