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Honda Civic 1.6 Executive Navi ADAS: As Safe As Possible

A um país com muita chuva adicione-se uma generosa chávena de estradas de serra. Misture-se tudo muito bem com a ajuda de um pequeno familiar nipónico previamente enriquecido com sete sistemas de segurança e o que é que temos? Um excelente fim-de-semana! Vem esta pequena analogia culinária a propósito do ensaio feito aos comandos do Honda Civic 1.6 Diesel Executive Navi que conta com o sistema de segurança ADAS, acrónimo que designa os Advanced Driving Assist Systems, um conjunto de sensores que têm como propósito garantir segurança máxima nas nossas deslocações. E que melhores condições para testar este opcional do Civic (que adiciona um total de €2600 à factura, que na variante ensaiada é já de €33 900) do que durante uma semana onde a chuva se fez notar (e muito) e uma qualquer serra, bem repleta de curvas e contracurvas?

Coloco mãos à obra – que é como quem diz, entro no habitáculo – e, tal como por fora, nada leva a crer que estou perante um automóvel especial. Tudo está como é normal neste Civic: o cockpit orientado para o condutor e envolvente na distribuição dos comandos, o botão ECO colocado no lado esquerdo e o Engine Start, que espreita do lado direito do volante e que é pressionado assim que encontro uma boa posição de condução, o que acontece rapidamente graças às várias regulações de banco e volante, com destaque para o ajuste eléctrico dos apoios laterais e lombar, que em muito aumentam a experiência de conduzir (arriscarei pilotar?) este automóvel nos limites… ou lá perto.

Assim que me ponho em marcha, sou inundado pelo barulho… não o do motor, que esse está muito bem insonorizado, mas por uma panóplia de avisos que me faz pensar que se tivesse de ir novamente a exame de condução (cruzes, canhoto) provavelmente não passaria. Explico: cada um dos sistemas de segurança e assistência ao condutor presentes neste pack incluem um aviso sonoro, claramente pensado para nos chamar a (e à) atenção. Ora como são sete… é fazer-lhe as contas.

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Assim que uma roda está prestes a encontrar-se com a delimitação da faixa de rodagem (sem o “pisca” estar ligado) activa-se o primeiro aviso sonoro e luminoso no painel. É o sistema de aviso de ultrapassagem involuntária da faixa de rodagem a lembrar-nos de que nos estamos a desviar do caminho. E este sistema é tão preciso que funciona mesmo quando não faz sentido, como quando, em curva, pisamos ligeiramente uma qualquer marca longitudinal na estrada. O que, numa estrada municipal, acontece muitas vezes… desde que essas marcações existam, claro.

O segundo dos sistemas que compões o ADAS está desenhado para a cidade e não para a estrada aberta, mas é uma inegável mais-valia. Falo do City-Brake Active System, que, desde que a velocidades abaixo dos 32 km/h, nos avisa de uma colisão iminente com o veículo da frente e actua mesmo sobre os travões quando os avisos sonoro e luminoso não são suficientes para nos fazer agir. Experimentem sair de Lisboa numa sexta-feira à tarde de um dia de chuva e vão ver do que estou a falar.

O City-Brake funciona em conjunto com um terceiro sistema, que se activa a velocidades acima dos 15 km/h para nos informar de que estamos muito perto do veículo da frente e de que uma colisão pode estar iminente, novamente através de um sinal luminoso e outro sonoro, algo que, durante este fim-de-semana de teste aconteceu poucas vezes devido à escassez de trânsito nas estradas que visitei, permitindo que colocasse à prova os restantes equipamentos de segurança, comuns a toda a gama, como o controlo de estabilidade e de tracção ou a distribuição da força de travagem, que se revelaram uma ajuda preciosa para conseguir sair incólume desta incursão pelas serras do norte do país. O prestativo motor de 1,6 litros e 120 cv teve o papel principal neste ensaio, com os seus 300 Nm de binário máximo disponíveis logo às 2000 rpm, garante de boas acelerações e recuperações, sendo ajudado pela caixa manual de seis relações, que exibe um funcionamento muito fluido e está bem escalonada.

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Não é por a noite se instalar que deixo de galgar quilómetros na serra (até porque ainda estou longe de onde vou pernoitar). Aproveito antes para testar mais dois sistemas de ajuda à condução deste pack ADAS: o sistema de reconhecimento de sinais de trânsito e o sistema de controlo da iluminação. Este último activa-se a velocidades acima dos 40 km/h e liga os “máximos” sempre que não exista nenhum veículo a menos de 150 metros de nós, desligando-os automaticamente sempre que tal se verifique ou que nos estejamos prestes a cruzar com um veículo em sentido contrário. O primeiro, por seu turno, utiliza uma câmara para identificar os sinais circulares que aparecem na estrada, mostrando-os no ecrã i-Mid (onde aparecem todas as informações do veículo). Pode exibir dois sinais, com a particularidade de do lado direito aparecerem apenas limites de velocidade e do lado esquerdo sinais de proibição de ultrapassagem. E é até capaz de perceber quais os sinais relevantes, bloqueando os que não o são.

Depois de uma noite bem dormida e de um pequeno-almoço retemperador, faço-me à auto-estrada para regressar. Escolho este itinerário porque consumos deste Civic dão para isso, nunca tendo eu passado acima dos 5 l/100 km de consumo combinado em todo este ensaio. Para me ajudar a sair do estacionamento conto com os sensores dianteiros e traseiros, bem como com a câmara traseira, que tem em si mais um dos sistemas de segurança do ADAS. Ao detectar um veículo que circula perpendicularmente ao nosso, a câmara emite um aviso para evitar uma colisão. Se já de si isso é bom, quando me lembro de que sempre que estou a sair de um estacionamento a culpa do acidente é minha, fico ainda mais contente com esta adição.

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Em plena auto-estrada é quando é mais precioso este derradeiro sistema do ADAS, o de aviso da presença de um veículo no ângulo-morto, que primeiro emite um aviso luminoso no i-Mid e depois no próprio retrovisor exterior, que se combina com um sinal sonoro, caso persistamos na manobra de mudança de faixa. Este torna-se particularmente importante quando se viaja com alguma pressa, agindo em conjunto com o aviso da distância para o veículo da frente e impedindo algumas manobras mais arriscadas, que muitas vezes estão na origem dos acidentes.

Em suma, conduzir este Civic dá-me a sensação de segurança plena, de que nada poderá correr mal. Terá a segurança um preço? Sim, neste caso €36 880. Se é muito ou não, isso já é outra questão… a que só o leitor poderá responder.

 

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MotorPrestações
Tipo4 cilindros DieselVelocidade Máxima207 km/h
Capacidade1597 ccAceleração (0-100 km/h)10,8 s
Potência120 cvConsumos (litros/100 km)
Binário300 NmUrbano (anunciado)4,1
TransmissãoExtra-urbano (anunciado)3,5
TracçãoDianteiraCombinado (anunciado)3,7
CaixaMnual de 6 + m.a.Emissões CO298 g/km
ChassisPreço
Dimensões (Comp. / Larg. / Alt.)4315 / 1770 / 2065 mmValor base€33 900
Peso1416 kgValor viatura testada€36 880
Bagageira467-1342 litrosI.U.C.€141,47

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