Para mim Frankfurt sempre foi sinónimo de longas horas de espera (e desespero) durante as escalas entre voos, e este ano os dedos das mãos já começam a ser poucos para contar as vezes que passei por Frankfurt. Porém, desta vez foi diferente, pois pela primeira vez tive oportunidade de conhecer a cidade e não simplesmente sobrevoar pela mesma, mas com uma companhia diferente, a nova geração do Opel Corsa. Decorreu nesta importante cidade (a segunda região urbana mais importante Alemã) a apresentação internacional da quinta geração do Corsa e, espante-se, o grupo de jornalistas Portugueses (uma grande comitiva, felizmente) foi a primeira a conhecer este importante e histórico modelo da Opel.
Com 32 anos de história e mais de 12,4 milhões de unidades vendidas, o Opel Corsa é, a par do Astra, o modelo mais popular da marca de Rüsselsheim, razão pelo qual qualquer revolução aplicada a este modelo poderia representar-se como sendo desastrosa, especialmente tendo em conta a ferocidade dos seus principais rivais, o Volkswagen Polo, Ford Fiesta, Renault Clio e Peugeot 208. Esteticamente as alterações são mínimas, embora sejam notórios alguns pormenores estilísticos curiosos, como a secção dianteira que passa a usar faróis em forma de “asa” colocados nos extremos e a entrada de ar colocada numa posição mais baixa, dando a impressão de estarmos perante um automóvel mais largo e de aspecto mais dinâmico. Embora as linhas sejam semelhantes à geração anterior, todos os componentes são novos, tanto na carroçaria como no interior.
No interior as diferenças são bastante significativas, persistindo aquilo que sempre caracterizou o Corsa face aos seus rivais, a enorme habitualidade dentro das limitadas dimensões exteriores da viatura. Tudo foi melhorado, não só o desenho como a ergonomia, a qualidade dos materiais e os equipamentos. Não se admire se o tablier lhe for familiar, pois nota-se aqui clara inspiração no pequeno Adam, e ainda bem, pois o interior consegue ser “adorável”, existindo em grande destaque o ecrã táctil de 7 polegadas do sistema IntelliLink, que permite ligar-se ao seu Smartphone e transformar-se num acessível sistema completo de infoentretenimento com navegação (através da aplicação BringGo).
Dinamicamente o novo Corsa mantém a mesma fórmula, recorrendo a uma suspensão dianteira do tipo McPherson à frente e barra de torção atrás, mas todos os componentes foram ajustados para garantirem um maior conforto, sem que isso implicasse qualquer tipo de perda de dinamismo. Deixou assim de existir aquele “bater seco” típico dos carros alemães, tendo a direcção, de assistência eléctrica naturalmente, recebido uma nova calibração, que lhe permitiu ser mais rápida, sensível e estável a altas velocidades.
Quanto às motorizações, o novo Corsa estará disponível com motorizações de três e quatro cilindros, tanto a diesel como a gasolina, sendo comum em todas elas o cumprimento das exigentes normas Euro6. A diesel teremos presente duas versões do 1.3 CDTI ecoFLEX, com 75 e 95cv, mas o destaque vai para as novas motorizações a gasolina, em particular o brilhante 1.0 ECOTEC Turbo de 115cv, que garante um binário máximo de 170Nm disponível logo às 1800 rpm (num motor a gasolina… espante-se), o que garante um comportamento surpreendente, um funcionamento silencioso e linear e consumos que estão cada vez mais próximos dos diesel, com o computador de bordo a anunciar valores na casa dos 6 litros, mesmo sabendo que existiram uma ou outra ocasião em que o asfalto da AutoBahn permitiu deixar para trás os 120km/h…
Disponíveis apenas no primeiro trimestre de 2015, nas versões de três e cinco portas, é a primeira versão aquela que melhor preenche a vista, embora tenha a limitação do espaço disponível para os lugares traseiros, sendo a versão de cinco portas a mais prática e que deverá atrair mais compradores. Significativamente mais confortável, mais económico, eficiente, bonito e bem equipado, o novo Opel Corsa tem tudo para finalmente rivalizar com os seus rivais e líderes de segmento, especialmente quando escolhido o brilhante 1.0 ECOTEC Turbo.
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