Renault Mégane RS Trophy 275 – Pura Adrenalina

Apesar do recorde de Nürburgring Nordschleife detido pela Renault (enquanto automóvel de tracção dianteira) ter sido batido pelo alucinante Honda Civic Type R, isto não retira o mérito, nem o privilégio e enorme prazer de condução que é estar aos comandos do alucinante Renault Mégane RS Trophy 275.

Esta versão, que ainda assim não é a mais radical de sempre (existe o Mégane RS Trophy R), é ligeiramente mais “civilizada” que a versão usada na famosa pista alemã, mas isso não significa que seja o automóvel perfeito para uso do dia-a-dia, ou para passear a sua sogra nas baquetas… perdão, bancos de trás.

Esta corrida aos melhores tempos por volta em Nürburgring tem ajudado a criar um certo míto em torno da sigla RS (Renault Sport), que já goza, e com todo o mérito, de um estatuto ao nível da sigla GTI, criada pela Volkswagen quando revolucionou o mercado com a criação do Golf GTI, o primeiro desportivo compacto que podia ser usado no dia-a-dia.

É certo que o facto deste Mégane RS 275 Trophy usar o chassis Cup de série torna-o menos tolerante a piso em más condições, situação que piora se tivermos em conta que a suspensão poderá usar os opcionais amortecedores Öhlins Road & Track de uma via e reguláveis com molas de aço específicas, ideais para andar em circuito, mas uma péssima ideia para andar em ruas de calçada.

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E já que falamos em opcionais, a Renault tem igualmente uma parceria com a Michelin, que oferece nos seus Pilot Sport Cup 2 a solução ideal para garantir uma aderência perfeita para tirar pleno partido do chassis deste Mégane RS. Contudo, o modelo testado vinha equipado com uns “banais” Continentais ContiSport Contact 5P (235/35 RZ19) colocados nas belas jantes de 19” Speedline Turini pretas (derivadas dos modelos de competição).

Em termos de opcionais, esta versão vinha apenas equipada com o escape desportivo em titânio da Akrapovic, que além de permitir reduzir significativamente o peso do conjunto, emitia através da sua invulgar ponteira em fibra de carbono uma sonorização apaixonante, que me levou a (demasiadas vezes) abusar das passagens de mudança na eficaz caixa de velocidades manual de seis relações.

Além destas alterações, a grande novidade face à versão Mégane RS 265 anteriormente testada é o facto de este modelo vir equipado com o revisto bloco de quatro cilindros 2.0 turbo, que debita neste caso em específico 275cv de potência, disponível às 5500rpm, e um binário máximo de 360Nm, entre as 3000 e as 5000rpm. Curiosamente, e apesar do aumento de potência, os consumos e as emissões mantém-se intocadas, ou seja, tanto podem ser algo contidas para um automóvel com este potencial, como podem ser um abuso se não tivermos alguma contenção na força exercida no pedal do acelerador.

Mas tudo isto são “peaners”, pois quem compra um Mégane RS 275 Trophy não terá como objectivo fazer médias baixas, mas sim tirar total partido do comportamento brilhante deste autêntico desportivo. Abandonando as ruas da cidade de Lisboa em busca de estradas vazias na Serra de Sintra, aqui rapidamente encontramos a razão pelo qual a Renault Sport optou por uma afinação tão rígida, sendo o comportamento brilhante neste cenário, com o diferencial autoblocante a surpreender pela extrema eficácia em reduzir, ao máximo, as perdas de tracção do eixo dianteiro.

Aqui podemos dar uso ao sistema de infoentretenimento R-Link, que dispõe de menus próprios (como cronómetro, medidor de forças G e medidor de níveis de potência e binário), acedidos através do botão RS (à esquerda do volante) que activa, ao mesmo tempo, os modos de condução mais agressivos na gestão do sistema de controlo de tracção, aumentando ao mesmo tempo o “nervosismo do motor”, para que a experiência seja (ainda mais) memorável.

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