Lexus RC200t F-Sport – Aposta emotiva

Já tinha tido o privilégio de conduzir o Lexus RCF, um belíssimo coupé equipado com um motor capaz de convencer pela impressionante melodia (e desempenho) disponibilizada pelo poderoso 5.0 V8 atmosférico de 467cv, e na altura imaginei como seria este modelo com uma motorização mais “realista”. Esse momento chegou, com a introdução, no mercado europeu, da versão RC200t, bem como do RC300h, modelo este que esperamos testar brevemente.

Relativamente à primeira solução, o RC200t vem equipado com um motor de quatro cilindros de 2.0 litros sobrealimentados, capazes de gerar uma potência total de 245cv, e um binário máximo de 350Nm, disponíveis logo às 1650rpm. Esta motorização permite ao RC200t atingir os 100km/h em 7,5 segundos, e os 230km/h, sendo estes valores interessantes, mas que, curiosamente, não se equiparam aos valores anunciados pelo seu rival mais directo, o BMW 428i, que oferecendo os mesmos valores na potência e binário, garantem 5,8s para atingir os 100km/h e 250km/h de velocidade máxima.

Mas, ignorando a eficácia da combinação, a realidade é que a sensação de velocidade está presente, quando a mesma é exigida, e embora a razão (neste caso assumida pelo cronometro) não esteja do lado do Lexus, a emoção está toda ela pendente para o lado do modelo japonês, por este ser, de momento, o coupé mais elegante e atraente do segmento, especialmente nesta configuração em concreto, por pertencer à gama F-Sport.

Esta, como tem vindo a ser habitual nos restantes modelos da marca, oferece um visual mais desportivo e agressivo, ao ver aplicado um conjunto de elementos como os para-choques desportivos, grelha elipsoidal, jantes de 19 polegadas, amortecedores adaptativos e diferencial Torsen com autoblocante. Estes últimos desempenham um papel fundamental para tentar anular o principal responsável pelas diferenças de desempenho entre este modelo e o já referido BMW 428i, os quase 1800kg de peso total (face aos 1545kg do BMW).

É certo que estes dados poderão ser insignificantes para quem procura um carro verdadeiramente distinto, e não apenas “mais um” a circular na estrada, o grande problema do modelo alemão. Aqui terá a garantia de ter em mãos um automóvel de design único, muito atraente, elegante, com elementos visuais como os faróis rasgados e entradas de ar de grandes dimensões a deixarem qualquer um boquiaberto com o design arrojado. E nem mesmo o interior desilude, não só em termos visuais como em termos de conforto, tal é o excelente ambiente vivido a bordo deste modelo.

Os bancos são excelentes, o espaço disponível surpreendentemente elevado, mesmo para os lugares traseiros (formato 2+2), porém o seu acesso continue a ser algo complicado, mas nada que não seja habitual nos rivais deste segmento, como o Classe C Coupé, Audi A5 ou até mesmo o BMW Série 4. Igualmente impressionante é o isolamento acústico, brilhante, tanto em termos da sonoridade do motor como de ruídos aerodinâmicos, embora no primeiro ponto sejamos brindados com um som virtual proveniente do sistema de áudio a bordo quando aplicado os modos de condução Sport ou Sport+.

Em termos de equipamento, a versão F-Sport vem, como tem vindo a ser habitual, recheada de soluções, tornando-se, numa perspectiva mais detalhada, um negócio mais interessante que os rivais alemães, pois apesar de estes terem um preço base mais acessível, a vasta lista de acessórios e o seu elevado custo acabam por se tornar no calcanhar de Aquiles a quem procura escolher um modelo deste segmento pelo preço. Kudos para a Lexus.

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