Há automóveis que o seu visual desvenda logo o seu propósito, como o modelo cujo ensaio foi publicado ontem (Honda Civic Type R), mas existem outros que, pelo menos para mim, dão um gozo maior por passarem despercebidos à grande maioria dos condutores, muitos deles distraídos na rotina diária, e que só se apercebem de que foram ultrapassados por um automóvel fascinante quando ouvem o som e vislumbram o logótipo RS na traseira desta carrinha.
Trata-se da nova Skoda Octavia Break RS 230, um modelo que embora não seja propriamente novo, estreia uma motorização mais poderosa, o mesmo 2.0 TSI que equipa o Volkswagen Golf GTI Performance. Mas mais do que o motor, que na realidade apenas ganha 10cv de potência, está o elevado nível de equipamento, que foi reforçado para o nosso mercado, como forma de justificar o aumento de preço face à versão RS “normal”, como a caixa de dupla embraiagem DSG de série, diferencial autoblocante (fundamental para uma excelente tracção em andamentos mais agressivos), entre outros.
Visualmente só os mais atentos irão reparar nos pormenores adicionais a preto, como a grelha, as capas dos espelhos retrovisores externos, as molduras dos vidros nas laterais, as barras do tejadilho e as jantes de 19 polegadas Xtreme de desenho exclusivo para este modelo. Destaque para o facto de, para Portugal, esta versão só estar disponível enquanto carrinha, ao contrário de outros países europeus, devido à maior procura desta versão no território nacional, onde a berlina teima em não ser tão apreciada quanto a break.
No interior encontramos um misto de ambiente desportivo e prático, algo típico da Skoda, não fosse esta a marca do “Simply Clever”. Basta ver a presença de locais de arrumação por debaixo das autênticas backets desportivas todas em pele (e com logótipo RS embutido nos encostos de cabeça), pelos enormes compartimentos de arrumação ao longo de todo o veículo, como nas forras das portas que permitem transportar garrafas de água de 1,5 litros, ou pelos acessórios como as redes que permitem organizar a enorme bagageira, que continua a ser uma referência no segmento, com os seus 610 litros de capacidade, que podem ser ampliados para os 1740 litros, através do rebatimento dos bancos traseiros.
Não há como enganar, esta carrinha Skoda é o automóvel perfeito para o dia-a-dia, pois usando o botão RS que ajusta o modo de condução entre o Normal e o Performance, é possível desfrutar de todo o potencial deste conjunto carroçaria/motor, sendo este ajudado pela brilhante suspensão desportiva que, ainda assim, garante um excelente conforto para todos os ocupantes quando utilizada de forma mais recatada. Mantendo o modo de condução em Normal, terá ainda assim um automóvel muito rápido, mas suficientemente mais calmo de forma a permitir realizar médias de consumo mais próximas do anunciado pelo fabricante (embora estas sejam impossível de atingir).
Ficha Técnica
Motor | Prestações | ||
Tipo | Quatro cilindros em linha | Velocidade Máxima | 245 km/h |
Capacidade | 1984 cc | Aceleração (0-100 km/h) | 7,0 s |
Potência | 230 cv (4700 rpm) | Consumos (litros/100 km) | |
Binário | 350 Nm (1500 rpm) | Cidade (anunciado) | 8,4 |
Transmissão | Estrada (anunciado) | 5,5 | |
Tracção | Dianteira | Média (anunciada) | 6,5 |
Caixa | Dupla embraiagem de seis velocidades | Emissões Co2 | 147 g/km |
Chassis | Preço | ||
Dimensões (Comp. / Alt. / Larg.) | 4685 / 1452 / 1814 m | Valor base | €40 187 |
Peso | 1487 Kg | Valor viatura testada | €41 474 |
Bagageira | 610 – 1740 litros | I.U.C. | €230.49 |