Primeiras impressões: Seal 6 Touring DM-i, a nova carrinha híbrida da BYD que chega aos 1355 km de autonomia!

Como tínhamos escrito no final de Agosto, a BYD tinha prometido uma apresentação dinâmica de um automóvel que seria uma estreia na sua gama: a Seal 6 Touring DM-i é a primeira carrinha da marca chinesa e já está disponível para encomenda, em Portugal.
Juntamente com a Seal 6 Touring DM-i, a marca acabou ainda por anunciar um novo sedan Seal, o 6. Com este modelo, a BYD assume que não terá um «mercado tão alargado» como o da carrinha: «Estamos a criar um novo mercado nos sedan híbridos, que só existe em marcas premium, nomeadamente alemãs», disse Francisco José da Silva, head of product da BYD.
Durante o evento de apresentação destes dois automóveis foi fácil perceber que a carrinha é mesmo a grande aposta da marca: «Este é o modelo com mais potencial e que vai concorrer num mercado cada vez mais competitivo», onde estão opções como a «VW Passat Variant, a SEAT Leon Sportstourer e a Toyota Corolla TS». Lembre-se que a tecnologia híbrida DM-i foi, pela primeira vez, usada pela BYD nos Seal U.

As principais diferenças entre estes dois modelos, além do formato, como é óbvio, estão na autonomia HEV: enquanto a Seal 6 Touring DM-i chega aos 1355 km em ciclo combinado e o Seal 6 DM-i (foto em cima) vai mais longe e bate nos 1445 km. Os dois distinguem-se ainda nos limites em EV: 105 km para o sedan e 100 km para a carrinha.
Nas características que os unem, está a potência 156 kW, os 26 kW em carregamento DC e a capacidade de carregarem entre «20 e 80% em 23 minutos». Ambos vêm ainda em quatro cores – Obsidian Black, Atlantis Blue, Polar White (metalizada e gratuita) e Sandstone – e apenas estão disponíveis na versão Comfort, sem possibilidade de configuração.
Entre os principais equipamentos de série nos dois modelos estão as jantes em liga leve de dezoito polegadas, o tecto de abrir panorâmico, os bancos em pele vegan (os dianteiros são eléctricos, com aquecimento e ventilação), um painel de instrumentos digital de 8,8″, um ecrã de infoentretenimento com 15,6″ e um sistema de som com oito colunas.
Relativamente a preços, o Seal 6 DM-i fica-se pelos 43 990, enquanto a Seal 6 Touring DM-i vai custar mais cerca de 1500 euros, chegando aos 45 490. Para empresas e empresários em nome individual, os valores baixam dez mil euros.

Seal 6 Touring DM-i: as primeiras impressões
Esta apresentação da BYD teve a particularidade de ser dinâmica, ou seja, pudemos conduzir esta carrinha (o Seal 6 DM-i fica para um teste mais prolongado, em breve) durante cerca de 120 quilómetros, entre Lisboa e o Cartaxo, onde aconteceu o evento.
Num percurso maioritariamente feito em auto-estrada, que nunca é a melhor forma de perceber o verdadeiro comportamento de um automóvel, a primeira coisa a destacar são os consumos: em modo HEV, foram 5,2 l/100, o que se pode considerar bastante aceitável, uma vez que puxámos bem por esta Seal 6.
Também foi nestas situações que notámos o facto de a resposta do motor não ser imediata logo que aceleramos: há um pequeno delay que se nota sobretudo nas primeiras acelerações. Ainda assim, quando se entra em ritmo de viagem, o comportamento da carrinha acaba por ser consistente e previsível.

No interior, percebemos que a BYD fez evoluir o sistema de infoentretenimento, alvo de uma renovação visual que torna o look and feel mais agradável do que nos modelos anteriores da marca. Contudo, perde-se uma das suas imagens de marca: o ecrã deixou de ser rotativo, algo que até o modelo de entrada de gama Dolphin Surf tem.
A experiência geral bordo, tanto nos lugares do condutor, como nos traseiros, é marcada pela presença de materiais suaves e agradáveis ao toque. Ainda assim, os bancos dianteiros pareceram-nos algo duros, o que poderá comprometer o conforto em viagens mais longas. Tendo em conta que a autonomia de 1400 quilómetros convida a este tipo de aventuras, podemos ter aqui um problema – isto será algo para perceber melhor num ensaio mais demorado.
No cockpit, o painel de instrumentos continua a estar excessivamente carregado de informação, com textos demasiado pequenos, muitos símbolos, ícones e informação, o que dificulta a sua leitura. O sistema que controla a atenção do condutor é também muito sensível: basta olhar um pouco para o lado ou para o ecrã principal para que soe um aviso sonoro bastante irritante.

Já a coluna central é muito espaçosa, inclui uma base de carregamento Qi (com 50 W e refrigerada) e outra apenas para pousar o smartphone, mas a solução em formato de ponte complica o acesso à zona inferior, onde estão as entradas USB-C. Na mesma consola está um conjunto de botões físicos para mudar o modo de condução, através de um comando rotativo semelhante ao dos modelos Surf e Atto 3, mas que não se revela o mais indicado, já que a selecção acaba por ser pouco precisa.
Como é natural, todas estas primeiras impressões podem ser rebatidas ou confirmadas quando tivermos acesso a este modelo de forma mais prolongada, o que deverá acontecer entre Outubro e Novembro.