Foi numa fascinante propriedade privada, na exclusiva zona da Quinta da Marinha, em Cascais, que a Porsche apresentou, pela primeira vez, o novo Taycan em solo nacional, naquela que será a versão mais desejada, a versão Taycan Turbo S. Recorrendo à mesma unidade que foi usada durante a sua apresentação internacional em Berlim, esta unidade demonstrou perfeitamente como qualquer dúvida que possa surgir pelas fotografias, rapidamente são dissipadas pela presença imponente que o Porsche Taycan irá ter ao vivo.
Tratando-se do primeiro modelo 100% eléctrico da Porsche, este modelo será uma peça de fundamental para a nova estratégia da marca, que está assente em três pilares, nos modelos com motores de combustão cada vez mais eficientes, nos modelos híbridos plug-in que terão uma relevância cada vez maior, e os futuros modelos totalmente eléctricos, que rapidamente deverá crescer com a chegada de novos modelos. Numa altura em que cerca de 70% das vendas são resultantes de modelos de quatro portas, é perfeitamente natural considerar-se que o Taycan será um modelo fundamental para as vendas da Porsche.
Demonstrando ter presente, em si, todo o ADN Porsche, embora transportado para a era eléctrica, o Taycan destaca-se visualmente por manter a típica silhueta Porsche com dimensões que o posicionam entre o 911 e o Panamera e reduzida altura ao solo que, associada ao posicionamento das baterias, garantirá um baixo centro de gravidade, perfeito para um comportamento dinâmico de excepção, como qualquer Porsche deve ter. A faixa de luz contínua com logótipo Porsche “glass look” na traseira parecem saídas de uma nave espacial proveniente de um filme de ficção científica, com as luzes diurnas de quatro pontos LED na frente a completar o look arrebatador deste modelo.
Se por fora o Taycan convence qualquer um (até os mais cépticos), por dentro encontrará um habitáculo igualmente futurístico, embora mantendo alguns elementos característicos do desportivo 911, tal como a posição de condução. Designado de Porsche Advanced Cockpit, este interior conta com a presença de um painel digital flutuante curvo no local do painel de instrumentos com painéis tácteis em redor do mesmo, um ecrã táctil central de 10.9 polegadas para o sistema de infoentretenimento PCM (Porsche Communication Management), um ecrã central secundário para as funções de climatização e outras funções, e um opcional ecrã para passageiro, que poderá reproduzir conteúdos multimédia, longe do campo de visão do condutor.
Mantendo a excepcional qualidade de construção encontrada em qualquer Porsche, o Taycan é o primeiro modelo da marca a oferecer um interior totalmente livre de pele, tendo esta sido substituída por um inovador material reciclado, reforçando o conceito de sustentabilidade que este modelo representa para a marca, e a indústria. Apesar de toda esta inovação, o conforto e espaço a bordo é garantido para todos os ocupantes, incluindo os traseiros, que graças a reentrâncias nos módulos de baterias colocados no piso, garantem espaço suficiente para os pés dos ocupantes poderem gozar de uma posição confortável. Em termos de bagageira, o Taycan tem uma bagageira traseira de 366 litros, e um compartimento dianteiro de 81 litros.
Mas onde o Taycan revela ser efectivamente um Porsche é na condução, e isso ficou a cargo de dois motores eléctricos de síncrono permanente, um por eixo, garantindo assim uma potência total de 460 kW (626 cv), potencia essa que pode ser elevada, através do modo Overboost (de 2.5 segundos) para uns impressionantes 680 cv na versão Taycan Turbo, e 761 cv no Tacan Turbo S. Isto garante um poder de aceleração dos 0-100 km/h em apenas 3.2 e 2.8 segundos, para o Turbo e Turbo S, respectivamente, e dos 0-200 km/h em 10.6 e 9.8 segundos. A velocidade máxima está limitada, electronicamente, aos 260 km/h.
Mas mais do que garantir um elevado poder de aceleração, a Porsche garantiu que o Taycan consegue manter esse ritmo de aceleração de forma consecutiva, tendo demonstrado nos testes na pista de Lahr, um Taycan Turbo S a realizar 26 acelerações consecutivas dos 0-200 km/h, sempre abaixo dos 10 segundos, e com uma diferença inferior a um segundo entre o primeiro e o últmo arranque. Já na pista de Nardò, foi colocado esse mesmo modelo a rodar durante 3.425 km, com paragens apenas para o carregamento das baterias.
Estas baterias, de 93.4 kWh de capacidade, utilizam um sistema de 800 volts, permitindo assim suportar carregamentos mais rápidos (como os proporcionados pela rede Ionity) que podem chegar aos 270 kW, solução que permite, em cinco minutos, garantir carga equivalente a autonomia para mais de 100 km, ou carregar 80% da bateria em pouco mais de 22 minutos. Segundo a Porsche, o Taycan Turbo S tem uma autonomia de 412 km, e 450 km no caso do Taycan Turbo, segundo testes realizados de acordo com o ciclo de testes WLTP. Para garantir esta autonomia, a Porsche aplicou uma inovadora transmissão de duas velocidades no eixo traseiro, que ajusta o desempenho do motor de acordo com a situação, seja ela rápidos arranques, ou velocidades mais elevadas.
Recordo que o Porsche Taycan já pode ser encomendado em Portugal, desde €158.220 para o Taycan Turbo e €192.660 para o Taycan Turbo S, sendo necessário efectuar um registo e um depósito de €5000 para os interessados. Até ao momento, a Porsche já confirmou mais de 250 encomendas, num total de 600 em toda a península Ibérica, sendo que nas encomendas registadas, 40% são provenientes de novos clientes na marca. As primeiras unidades deverão chegar ao mercado ainda durante o final do mês de Dezembro, mas só em 2020 chegará a grande maioria das unidades encomendadas.