Embora pertencentes ao mesmo grupo, a Renault não resistiu à tentação de criar um rival do Nissan Juke, pioneiro no segmento dos Crossovers, baseado na plataforma do Clio, o que lhe permitiu não só criar um dos modelos deste segmento mais pequeno do mercado, mas que curiosamente oferece um espaço interior superior ao Juke.
Esteticamente as semelhanças com o Clio são obvias (até nas dimensões), embora não possa apontar o dedo ao Captur como sendo um modelo sem personalidade, bem pelo contrário, e a vasta lista de opções para personalização exterior contrariam essa ideia, revelando o empenho da Renault em permitir que cada proprietário possa criar cada Captur ao seu gosto. Assim sendo, espere poder associar uma cor da carroçaria predominante com uma cor adicional para diferenciar o tejadilho, os pilares e os espelhos retrovisores, sendo possível ainda adicionar decalques decorativos para o capot, tejadilho e portão da bagageira.
Com 200 mm de altura ao solo e as respectivas protecções de carroçaria conferem ao Captur a imagem (e capacidade) de poder enfrentar qualquer desafio no meio da selva urbana, superando qualquer buraco no alcatrão (que nesta altura são imensos em Lisboa) como se estivesse numa incursão todo o terreno pela Serra de Sintra, local obrigatório onde realizei a sessão de fotos para o mesmo. Também fora de estrada o Captur revelou as suas capacidades como qualquer crossover, embora de forma algo limitada, já que não conta com a presença de nenhum auxiliar electrónico a nível de tracção, como acontece com a Scénic Xmod com o seu Grip Control.
No interior somos surpreendidos com o espaço disponível e com a funcionalidade do mesmo, embora estivesse presente sempre a estética baseada no Clio (o que infelizmente levou à utilização de plásticos menos agradáveis), e a posição de condução elevada, bem ao estilo de um monovolume. Com uma bagageira simpática, em que a sua volumetria varia de acordo com a posição do banco traseiro (entre 377 a 455 litros), que desliza cerca de 16 cm, existem ainda vários espaços para arrumação de objectos no interior particularmente interessantes, como o inovador porta-luvas “easy life”, que graças à sua forma e elevada capacidade (11 litros) permite comportar até três garrafas de água de litro e meio, ou como foi o meu caso, manter sempre a máquina fotográfica sempre à mão. Não posso deixar de referir a utilização de uma capa removível para os estofos, que permite não só personalizar o interior utilizando uma das oito capas disponíveis, como permite retirar facilmente as capas caso seja necessário lava-las na máquina, em casa, ideal para quem tem filhos pequenos que devorem gelados, por exemplo.
Tal como acontece com o Clio e a Clio Sport Tourer, também o Captur aposta na gama Energy de motores da Renault, sendo esta composta essencialmente por duas motorizações, o pequeno TCe de três cilindros a gasolina de 90 cv e o mais que conhecido 1.5 dCi de 90 cv a diesel, versão esta a que equipava o modelo de teste. É certo que o modelo a gasóleo revela ser mais atraente, por oferecer um bom desempenho associado a consumos verdadeiramente baixos, como os 3,8 litros de média registados durante o teste, mas os 3500 euros adicionais face à motorização a gasolina levam-me a pensar que talvez não se justifique o investimento extra tendo em conta as diferenças de desempenho e consumos entre as duas motorizações. Mas isso, tal como todas as opções de personalização, dependerá apenas de si, do seu gosto e da sua disponibilidade.
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Motor | Prestações | ||
Tipo | Quatro cilindros em linha | Velocidade Máxima | 171 km/h |
Capacidade | 1461 cc | Aceleração (0-100 km/h) | 13,1 s |
Potência | 90 cv (4000 rpm) | Consumos (litros/100 km) | |
Binário | 220 Nm (1750 rpm) | Cidade (anunciado) | 4,2 |
Transmissão | Estrada (anunciado) | 3,4 | |
Tracção | Dianteira | Média (anunciada) | 3,7 |
Caixa | Manual de 5 velocidades | Emissões Co2 | 96 g/km |
Chassis | Preço | ||
Dimensões (Comp. / Alt. / Larg.) | 4,12 / 1,56 / 1,51 m | Valor base | €19 100 |
Peso | 1170 Kg | Valor viatura testada | €22 750 |
Bagageira | 377 / 1235 litros | I.U.C. | €141.47 |
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4 comentários
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Comprei um Captur no mes de Julho e foi-me dito pelo vendedor que o consumo na cidade era de 6l/100Km o meu esta a cosumir 10L7100, acho que é nuito gostava de ter uma resposta rapida sobre o assunto pois vou de ferias e pesanao é verdada
Bom dia.
Antes de mais, qual a versão do Captur que adquiriu? Se foi o modelo a gasolina, com o 0.9 TCe de 90cv, os 6 litros é o consumo “homolgado” pelo fabricante para um circuito citadino, porém convém relembrar que esse valor nunca será atingível numa cidade irregular como as nossas (Porto, Lisboa, Coimbra, etc). Estes valores são registados em laboratórios, certificados pelas actuais legislações europeias, pelo que o valor “real” que essa viatura deveria realizar em cidade deveria rondar, de forma despreocupada, os 8 litros por cada 100km. Naturalmente que depois existem inúmeros factores que motivam a um consumo excessivo, como o tipo de percurso, se tem muitos semáforos (pára/arranca), se o trajecto é muito curto, se realiza muitas manobras para estacionar, etc. É tudo uma questão de tempo, pois a viatura ainda é muito nova, o motor ainda não tem rodagem e a senhora Maria José Falcão ainda está a habituar-se ao seu novo Captur. Em estrada ele fará certamente um consumo bem menor, que deverá rondar os 6 litros, mas com tendência a descer.
Agora, não pode é comparar os consumos que uma pequena motorização a gasolina tem que fazer para deslocar um automóvel face a um motor a gasóleo, mais potente e com maior disponibilidade, como o testado neste ensaio, que contou com bastantes troços de auto-estrada e estrada, que reduziram significativamente a média do ensaio. Dê-lhe uma hipótese, e vá-se adaptando a sua condução à disponibilidade do motor do seu novo Captur, vai ver que os consumos começarão a reduzir significativamente.
Bom dia.
Alguém pode ajudar?
Vou comprar um RENAULT CAPTUR SPORT DIESEL 90cv e preciso saber sobre as Manutenções Programadas deste modelo, ou seja de quantos km? 30.000 ou 40.000?
Obrigada
Bom dia.
Segundo indicações da Renault, as manutenções programadas são de 30 em 30 mil quilómetros.
Com os melhores cumprimentos,
Gustavo Dias