Qashqai DIG-T 1.3 Evolve Sky: conduzimos (até ao Algarve) o SUV da Nissan com um habitáculo de desportivo

Este Qashqai deu-nos um equilíbrio entre conforto, sofisticação e segurança na condução, com o bónus de ter consumos comedidos.
O teste a este Qashqai surge mais de meio ano depois de termos conduzido a versão híbrida e-Power. Pelo que vimos, o SUV a gasolina mantém muitas das qualidades, mas também os pontos negativos que tínhamos apontado ao modelo anterior. Vamos começar por aquilo de que continuamos a ser fãs, no modelo da Nissan.
No habitáculo, voltamos a ser brindados por um bom equilíbrio entre botões físicos e os recursos oferecidos pelo ecrã de infoentretenimento, que nos dá uma experiência intuitiva, fruto de um software fluido e com opções bem organizadas. As nossas críticas são as mesmas que já tínhamos deixado em Dezembro: algumas interacções no ecrã horizontal são incómodas (devido à sua largura) e o design da interface não acompanha a inovação do Qashqai, com menus que parecem datados.

Já no painel de instrumentos, tudo roça a perfeição e este é mesmo um dos quadrantes mais detalhados, informativos e bem dimensionados que vimos este ano. Além disto, é generoso e personalizável, o que permite consultar informações detalhadas sobre condução, como a pressão dos pneus, os consumos ou a posição do Qashqai na via, entre muitos outros dados.
Sempre com transições gráficas animadas e bem conseguidas, o modo de apresentação que mais se destaca é o ‘Melhorar’, que pode ser seleccionado no menu ‘Alterar vista do indicador’. O que continua a precisar de uma remodelação profunda é o sistema de alertas de velocidade e de saída de faixa.
Os avisos são bastante incómodos e persistentes: desligá-los, numa primeira instância, obriga a navegar por alguns menus, embora depois disso o Qashqai grave as nossas preferências. Feito isto, podemos desactivá-los todos de uma vez no menu ‘Def. modo person’, acessível pelo botão de três pontos e três linhas à esquerda do volante. Aqui é possível escolher o modo personalizado, ativável através de ‘Assist. cond. person.’

Em termos de arrumação, o Qashqai DIG-T 1.3 não se destaca por aí além: tal como no e-Power, a zona central poderia ser mais bem organizada. Como está, temos apenas dois suportes para copos/garrafas e um apoio de braço de conceito duplo, já que inclui uma pequena bandeja e um compartimento mais fundo.
A consola central vem com uma base Qi (que não carrega em modo ‘Eco’) e as entradas USB, todas USB-C, estão relegadas para o compartimento sob o apoio de braço. Pelo menos, gostávamos de ter uma na consola central, para ser mais facilmente acessível. Ponto positivo, contudo, para o facto de os passageiros traseiros terem à disposição duas portas USB-C.
As mudanças relativamente ao e-Power são evidentes (e, mais que isso, naturais) na coluna central: desaparece o botão para alternar entre combustível e EV, o e-Pedal e o selector de marcha, ficando apenas o travão electrónico, o auto-hold e o selector de modo de condução, para escolhermos entre ‘Eco’, ‘Standard’ e ‘Sport’.

Quando activamos este último, sentimos um impulso notório, especialmente quando se passa a partir do ‘Eco’; em ‘Sport’, a condução torna-se, obviamente, mais divertida, sobretudo em percursos sinuosos, como os que testámos por Vila do Bispo, Aljezur, Odeceixe, Odemira, Porto Covo e Sines antes de entrar na A2, onde voltámos ao ‘Eco’, para estar em linha com o aborrecimento que é conduzir em linha recta.
Na verdade, o habitáculo parece ter sido feito à medida do modo ‘Sport’: transmite um ar premium graças aos bancos dianteiros desportivos Monoform, em Alcantara e pele, um conceito que se prolonga às portas, consola central e tabelier. Aqui não há plásticos duros nem materiais que coloquem em causa o nível deste SUV – só faltou vermos esta qualidade aplicada também ao volante.
Comparativamente à versão e-Power, a condução é, como seria de esperar, mais tradicional: temos, assim, mais ruído e vibrações em aceleração, embora o conforto se mantenha num bom nível. Mas não nos podemos esquecer que, no Qashqai híbrido, a resposta imediata do motor eléctrico proporcionava uma condução mais suave. São concessões normais a fazer.

Os consumos também diferem: enquanto no e-Power Advance de 190 cavalos registámos 5,3 l/100 em quase 200 km percorridos, com apenas um quarto do depósito gasto, o DIG-T 1.3 fez 6,9 l/100 ao longo de 650 km, desta vez com uma maior diversidade de percursos. O preço acaba por reflectir esta diferença: o e-Power que testámos ficava por 46 298 euros, enquanto o DIG-T 1.3 se apresenta como mais acessível, ficando nos 42 756,62 euros.
Resumindo, este Qashqai DIG-T 1.3 Evolve Sky mantém o ADN do SUV já mítico da Nissan: é prático, confortável, tem uma boa dinâmica de condução e é visualmente apelativo, sobretudo à frente (atrás, bem… haveria espaço para muitas melhorias).
A combinação das cores Deep Ocean e Solid Black, as jantes de liga leve em corte diamante de 20’’ e os bancos desportivos reforçam o carácter elegante e desportivo que já sublinhámos, fazendo deste modelo uma opção sólida para quem procura a (verdadeira) essência do Qashqai: a motorização a gasolina.