Lançado originalmente em 2002, a primeira geração do Volvo XC90 demonstrou uma longevidade pouco habitual, não só para a marca como para o segmento, desde que ignore o caso do Mercedes-Benz Classe G, que é uma verdadeira anormalidade face ao habitual período de vida de um automóvel. É claro que tudo acaba por ter um fim, e seria uma questão de tempo até a Volvo decidir renovar o seu SUV topo de gama, com a chegada da sua segunda geração, em 2014.
Lançado oficialmente em Portugal no primeiro trimestre de 2015, este modelo representou uma autêntica revolução na marca (e no segmento) ao revelar aquela que seria a nova linha de design dos futuros modelos da Volvo, bem como a nova arquitectura modular SPA, que viria a servir de base para futuros modelos, como os novos S90 e V90, e a próxima geração S60 e V60, que deverão ser revelados durante este ano de 2017. Mas voltando ao XC90, através do uso da plataforma SPA, este modelo consegue ser mais comprido, mais largo e mais baixo, mantendo um peso similar à anterior geração.
Isto poderá parecer pouco relevante, mas tendo em conta as diferenças em termos de materiais de construção, soluções de segurança (tanto activas como passivas), reforço estrutural significativo e todo o equipamento adicional que a nova geração dispõe, rapidamente chegamos à conclusão que este foi um impressionante feito por parte da Volvo.
Visualmente o novo XC90 é, no mínimo, impressionante, com uma frente imponente graças à implementação de uma grelha de grandes dimensões com lâminas verticais, que são complementadas pelas ópticas de desenho rasgado, que continua ao longo das cavas das rodas, de onde se destaca a implementação da tecnologia LED, em particular nas luzes de condução diurna, com o formato de um T, sendo o desenho destas inspirado do mítico martelo do Deus Thor (Deus nórdico do trovão), o Mijolnir.
Atrás o resultado não é tão deslumbrante, embora as linhas utilizadas sejam bastante cativantes, mantendo-se as tradicionais luzes verticais, que seguem até ao topo do pilar C, sendo estas igualmente em LED. A complementar o desenho exterior do novo XC90, é frequente encontrar um a circular na rua com umas enormes, embora elegantes, jantes de liga leve de 18, 19 ou 20 polegadas (20, neste caso em concreto), que combinam na perfeição com o desenho desportivo dos pára-choques utilizados. O resultado é deveras apelativo, especialmente para um veículo destas dimensões.
Se por fora ainda o XC90 impressiona, por dentro este ira deixa-lo boquiaberto. Logo para começar temos um interior recheado de materiais de elevada qualidade em todos os pontos, mas o elemento que mais se destaca é o enorme ecrã de 9 polegadas colocado na consola central, servindo este de elemento de ligação a toda a instrumentação a bordo deste veículo. Através do ecrã do sistema Sensus, que funciona como se fosse um tablet, terá acesso não só à navegação, como aos obrigatórios sistemas de emparelhamento bluetooth com o seu telemóvel, acesso ao rádio, entradas multimédia ou até a espelhar o ecrã do seu smartphone no ecrã do sistema, através das plataformas Apple CarPlay ou Android Auto, embora este último tenha um funcionamento algo limitado, pela falta de suporte com dispositivos.
O funcionamento é tão similar ao de um tablet que este permite que façamos zoom, aos mapas da navegação, por exemplo, através do aproximar de dois dedos ao mesmo tempo no ecrã, como efectuamos habitualmente em qualquer dispositivo móvel. Este sistema permite ainda controlar todos os sistemas de segurança activa existentes, que vão desde os sensores de estacionamento ao BLIS (aviso de presença de viaturas em ângulo morto). Infelizmente esta viatura não vinha equipada com todos os equipamentos, mas posso-vos garantir que o opcional sistema de som da Bowers and Wilkins, composto por 19 altifalantes, amplificador de 1400 watts e uma optimização perfeita à acústica do habitáculo valem os quase 3400 euros pedidos.
E já que estou a falar em conforto e luxo, porque não referir que os bancos do XC90, desenhados específicamente para este modelo e ostentando uma original etiqueta com as cores da bandeira Sueca, são dos melhores bancos que alguma vez irá experimentar, tanto em termos de conforto como em termos de ergonomia, podendo estes ser totalmente regulados electronicamente, receber aquecimento (os lugares traseiros também) e função de massagem. A estrutura do XC90 foi desenhada a pensar em famílias numerosas, razão pelo qual poderá usufruir de dois lugares adicionais numa terceira fila de bancos rebatíveis, embora seja possível escolher ter apenas cinco lugares, uma solução não recomendável, mas possível.
Em termos de motorização, o XC90 foi desenvolvido específicamente para receber motorizações de quatro cilindros, privilegiando assim o espaço interior no habitáculo para os ocupantes. Isto permite-lhe tirar partido das motorizações Drive-E da marca, todas elas de quatro cilindros com dois litros de cilindrada. Neste caso em concreto, a versão D4, é composta pelo já referido 2.0 turbodiesel, que debita aqui 190 cavalos de potência e 400 Nm de binário máximo, valores mais do que suficientes para imprimirem um andamento despreocupado ao XC90.
Convém relembrar que este modelo não pretende rivalizar com os modelos germânicos (como BMW X5 ou Audi Q7) em termos dinâmicos, pois essa nunca foi a intenção da Volvo, mas sim a de proporcionar a melhor experiência em termos de conforto e qualidade de vida a bordo, e aí sim, este XC90, mesmo com esta motorização de entrada de gama, surpreende, pela positiva. Juntamente com o bloco Drive-E D4, encontra-se uma suave e eficaz caixa automática de dupla embraiagem de oito velocidades, que garante, especialmente nesta versão com tracção dianteira, consumos surpreendentes para um veículo desta dimensão.
Claro que se esta motorização lhe parecer insuficiente, poderá usufruir do diesel D5, com 235 cavalos de potência, ou então as motorizações a gasolina (disponíveis apenas por encomenda) ou o excelente T8 Híbrido Plug-In de 407 cavalos de potência combinada, ao juntar um motor 2.0 a gasolina sobrealimentado com um turbo e um compressor a um motor eléctrico.
Ficha Técnica
Motor | Prestações | ||
Tipo | Quatro cilindros em linha | Velocidade Máxima | 205 km/h |
Capacidade | 1969 cc | Aceleração (0-100 km/h) | 9,2 s |
Potência | 190 cv (4250 rpm) | Consumos (litros/100 km) | |
Binário | 400 Nm (1750 rpm) | Urbano (anunciado) | 5,8 |
Transmissão | Extra-urbano (anunciado) | 4,9 | |
Tracção | Dianteira | Combinado (anunciada) | 5,2 |
Caixa | Automática de 8 velocidades | Emissões CO2 | 136 g/km |
Chassis | Preço | ||
Dimensões (Comp. / Larg. / Alt.) | 4950 / 2008 / 1776 mm | Valor base | €64 680 |
Peso | 2050 kg | Valor viatura testada | €74 526 |
Bagageira | 1030 litros | I.U.C. | €252.47 |