Desde que se juntou com a US Airways em 2013, que a American Airlines (AA) se tornou na maior companhia aérea do mundo, tanto em termos de passageiros transportados (215 milhões em 2019), como pela dimensão da frota (951 aeronaves em Abril 2020). Porém a crise gerada pela pandemia do novo Coronavirus levou a uma redução drástica nos voos operados, razão pelo qual a mesma teve que receber uma intervenção do Estado.
Um bom exemplo da situação dramática da AA é o seu valor em bolsa, onde cada acção, que a 2 de Janeiro valia 29.09 dólares, vale actualmente (1 de Maio) apenas 10.67 dólares. Para reduzir drasticamente as despesas operacionais, a administração da AA aprovou um plano de reestruturação e simplificação da frota, que implica a retirada de serviço (phase-out) de aeronaves mais antigas e menos eficientes.
Através desta medida, a AA deixa assim de usar os seus 9 Airbus A330-300 (idade média de 19,7 anos) e os seus 20 Embraer E190 (idade média de 13 anos), ambos devido aos elevados custos de manutenção, por utilizarem componentes demasiado específicos (não eram partilhados com mais nenhuma aeronave da frota), bem como certificações e pessoal com treino específico para as mesmas.
Também a frota de 17 Boeing 767-300, que estava inicialmente previsto ser retirada de operação de forma faseada, com 11 unidades retiradas até ao final de 2020 e as restantes 6 ao longo de 2021, acabou por ficar definitivamente em terra. Já no caso dos 34 Boeing 757-200, só se esperava que estes fossem retirados de serviço quando a frota dos novos Boeing 737 Max 8 pudesse voltar a voar, mas também não voltarão a voar.
Esta retirada ao serviço dos 757-200 implicará a suspensão das rotas transatlânticas com aeronaves de fuselagem estreita (single-aisle), já que estes só deveriam sair de serviço quando chegassem as primeiras unidades dos 50 Airbus A321 XLR encomendados. As restantes rotas serão servidas pelos Boeing 787-8 Dreamliner, pelo menos até à chegada dos A321 XLR.
Tendo em conta que a procura por voos domésticos também registou uma quebra significativa, a AA irá retirar 76 dos seus 304 Boeing 737-800. Os restantes irão sofrer um processo de renovação, sendo os seus interiores convertidos para uma nova configuração de 172 lugares, tal como nos 787 Max 8. Com todas estas medidas, a American Airlines espera assim reduzir custos operacionais em 12 mil milhões de dólares até ao final do ano.