A companhia aérea portuguesa HiFly realizou um voo histórico, a 2 de Novembro, ao aterrar na Antártida um Airbus A340-300. O Voo de 2500 milhas náuticas, proveniente da Cidade do Cabo, na África do Sul, teve uma duração de 5h 10 minutos, tendo o Airbus A340 da HiFly (9H-SOL) aterrado sobre uma pista de gelo azul (com 1.4 km de profundidade) com um peso de 190 toneladas, o valor máximo permitido para aterragem deste tipo de aeronave.
A viagem decorreu sem problemas embora a 250 milhas do destino, a pista de WFR – Wolf’s Fang Runway, tenham ficado sem comunicações digitais, algo que foi retomado a 180 milhas do destino, através da frequência VHF utilizada pelo único controlador aéreo existente no destino, que utiliza um mero rádio portátil. A aterragem na pista com 3000 metros de comprimento foi desafiante, já que não existem elementos visuais de auxílio na aterragem, como nos aeroportos tradicionais.
Foi igualmente fundamental a utilização de equipamento de protecção ocular adicional, devido ao intenso reflexo da luz na superfície do gelo, que tinha sido posteriormente preparado, para garantir atrito suficiente para a travagem do Airbus A340-300 em segurança. Visto que no destino não existem reservas de combustível, o Airbus da Hi Fly teve que sair da Cidade do Cabo com 77 toneladas de combustível, o suficiente para a viagem de ida e de regresso, que teria uma duração ligeiramente superior, de 5h e 20 minutos.
O tempo de rotação em WFR foi rapidíssimo, inferior às 3 horas previstas, o suficiente para deixar os 23 passageiros transportados (muitos deles cientistas), bem como a carga, onde estavam equipamentos que serão posteriormente utilizados para futuros voos do Airbus A340-300 da Hi Fly, durante a presente temporada de Verão 2021/2022. Poderá ler com detalhe todos os preparativos deste viagem histórica pelo registo do Comandante Carlos Mirpuri na página da Hi Fly.