Com uma herança pesada, devido ao nome utilizado, o actual Audi S1 nada tem a haver com o brutal Audi S1 que dominou o Campeonato do Mundo de Ralis (WRC) na década de 80 do século passado. Actualmente, a designação S1 é utilizada para a versão mais desportiva do pequeno A1, o utilitário da Audi que recebe um chassis melhorado, sistema de tracção às quatro rodas Quattro e um motor com 231cv.
Face ao A1 tradicional, que foi recentemente actualizado, o S1 estreou diversos elementos estilísticos que foram aproveitados, como as ópticas dianteiras, que reúnem um sistema de luz diurna em LED (a actual assinatura LED do A1) com luzes Xénon, bem como as ópticas traseiras, que utilizam a tecnologia LED.
Se existirem dúvidas sobre as capacidades dinâmicas deste S1, fique deste já a saber que o A1 partilha a plataforma usada pelo Volkswagen Polo, a PQ25, e que este tem sido o modelo dominante dos últimos anos no WRC. Contudo, por se tratar de um modelo verdadeiramente desportivo, os engenheiros da Audi tiveram que transformar praticamente todos os elementos existentes a nível de chassis, como a suspensão e direcção.
Com isto, foi necessário adaptar uma plataforma multikink derivada do Audi S3 para a suspensão traseira, de forma a permitir o encaixe do sistema de tracção às quatro rodas, composto por um sistema da Haldex. Também a suspensão dianteira foi inteiramente revista, recebendo inúmeros reforços a nível dos apoios da suspensão, bem como nos elementos da suspensão, que por sua vez obrigaram a uma nova reformulação, desta vez relacionada com a direcção, que é particularmente precisa neste modelo.
Todas estas transformações revelam um empenho fascinante por parte da Audi, para a criação de um modelo que até poderá nem ser particularmente interessante em termos de vendas, mas que é fascinante em termos de imagem, e de status. Se não acredita, imagine-se a encontrar na estrada um pequeno Audi A1 mais baixo, largo, com um para-choques desportivo com enormes entradas de ar, grelha específica, espelhos retrovisores com capas em alumínio, umas enormes (e lindas) jantes de liga leve de 18 polegadas, para-choques traseiro com difusor e duas duplas ponteiras de escape, bem como um enorme spoiler colocado no topo da tampa da mala.
No interior destaca-se a já conhecida qualidade de materiais e de construção irrepreensível, algo típico na Audi em toda a sua gama, que neste caso recebe algumas melhorias para tornar o interior ainda mais desportivo. Como tal, não é de admirar a existência de dois impressionantes bancos desportivos dianteiros, volante com fundo plano e capas desportivas nos pedais.
Em termos de motorização, este S1 recorre ao conhecido 2.0 TFSI EA888, o mesmo bloco uitilizado pelo Volkswagen Golf GTI Performance Pack, com os seus 231cv de potência e 370Nm de binário. Não posso esconder a minha felicidade ao encontrar uma caixa manual de seis velocidades neste autêntico “brinquedo” da Audi, que revela um comportamento exemplar, permitindo-nos explorar todo o potencial que esta motorização tem para dar, como os meros 5,9s para atingir os 100km/h, e a velocidade máxima de… 120km/h! (Não podemos facilitar para aumentar os 90 milhões de euros realizados em Multas em 2015).
Usando o selector de modos de condução Audi Select para o modo mais desportivo, temos acesso a um comportamento brilhante para quem vai ao volante, mas pouco amigável para quem teve a triste ideia de pedir boleia e sentar-se nos lugares traseiros. Triste ideia porque, quem vai ao volante não consegue andar devagar, e porque a suspensão, que é, já de si, bastante rígida no Audi A1 normal, pode ser alto intolerável nos lugares traseiros desde S1, devido à sua extrema rigidez.
Igualmente menos atraente é o espaço disponível, não só para os ocupantes como para a bagageira, que viu a sua capacidade reduzir para os 210 litros devido ao espaço roubado pela nova suspensão. Independentemente destas duas falhas (ou pontos menos positivos), o Audi S1 é um automóvel desportivo brilhante, capaz de proporcionar longas horas de diversão, isto enquanto estiver a circular em estradas de serra e tiver combustível no depósito, algo que poderá surpreender, pela positiva se decidir andar devagar, ou pela negativa, se decidir explorar o potencial do seu chassis.
[fancygallery id=”2″ album=”336″]
[toggles behavior=”toggle”] [toggle title=”Ficha Técnica”]
Motor | Prestações | ||
Tipo | Quatro cilindros em linha | Velocidade Máxima | 250 km/h |
Capacidade | 1984 cc | Aceleração (0-100 km/h) | 5,9 s |
Potência | 231 cv (6000 rpm) | Consumos (litros/100 km) | |
Binário | 370 Nm (1600 rpm) | Urbano (anunciado) | 9,2 |
Transmissão | Extra-urbano (anunciado) | 5,9 | |
Tracção | Integral | Combinado (anunciada) | 7,1 |
Caixa | Manual de seis velocidades | Emissões CO2 | 166 g/km |
Chassis | Preço | ||
Dimensões (Comp. / Larg. / Alt.) | 3975 / 1746 / 1423 mm | Valor base | €40 320 |
Peso | 1340 kg | Valor viatura testada | €49 250 |
Bagageira | 210 – 860 litros | I.U.C. | €229.36 |
[/toggle] [/toggles]