Não sendo propriamente uma novidade absoluta, o Hyundai i20 recebeu uma renovação de meio de ciclo que lhe permite manter-se competitivo face aos campeões de venda do segmento dos utilitários, como o Renault Clio, o Volkswagen Polo e o Ford Fiesta. Para tal, a Hyundai teve que renovar a sua imagem, oferecer um nível de equipamento superior e preparar-se para as exigentes normas de ciclos de emissões WLTP, o que resultou no desaparecimento das motorizações diesel CDRi, já que a actualização das mesmas implicaria um investimento demasiado elevado para o fabricante Sul Coreano.
Por fora as alterações são essencialmente a aplicação de um novo para-choques dianteiro com novas entradas de ar e faróis de nevoeiro integrados, nova grelha com um formato mais próximo do utilizado pelos restantes modelos da marca, e a possibilidade de utilizar-se uma cor de tejadilho diferente, permitindo assim a criação de um total de 17 combinações diferentes, bem como optar-se pelo tejadilho panorâmico, conforme utilizado nesta unidade de ensaio. Atrás o destaque vai para o novo para-choques, que obrigou à colocação da matrícula no portão traseiro, resultando assim numa imagem mais consensual. As jantes de liga leve também foram renovadas, estando agora disponíveis em 15 e 16 polegadas.
No interior continua a oferecer o bom nível de espaço que já conhecíamos do modelo anterior, ao qual se junta o elevado conforto a bordo proporcionado pelos bancos. Estes têm a particularidade de poderem ser ligeiramente personalizados, podendo receber um pesponto das costuras a vermelho ou azul, bem como a parte superior do tablier, aquela que tem um acabamento mole (tudo o resto utiliza plásticos rígidos), a poder ter uma tonalidade ligeiramente azulada, ou bastante azulada, combinando na perfeição com a iluminação interior predominantemente azulada.
De resto não existem grandes alterações, estando presente o eficaz sistema de ar condicionado automático, portas de conectividade de acesso fácil na parte inferior da consola central, e o já conhecido sistema de infoentretenimento com ecrã táctil de 7 polegadas, que passa a estar disponível em todos os níveis de equipamento, excepto a versão com navegação, só disponível no topo de gama Style Plus. Este sistema recebeu uma reorganização em termos de botões físicos em torno do ecrã, e manteve as funcionalidades já conhecidas da anterior solução topo de gama, como o suporte das plataformas Android Auto e Apple CarPlay.
Igualmente presente a partir do nível de equipamento base (Comfort) é o sistema Hyundai Smart Sense, composto por um leque de equipamentos de assistência à condução, como o sistema de travagem autónoma de emergência monitorização do cansaço do condutor, controlo automático dos máximos e aviso de saída de faixa de rodagem com manutenção na faixa de rodagem. Está ainda presente uma eficaz câmara traseira para ajudar nos estacionamentos, cruise control com limitador de velocidade e sistema de alerta de pressão dos pneus.
Em termos de motorizações, conforme já foi dito, a Hyundai descontinuou as motorizações 1.1 e 1.4 diesel, tornando o i20 um modelo exclusivamente a gasolina, com todas as motorizações homologadas para WLTP. O novo i20 passa assim a usar um motor de quatro cilindros 1.2 MPi atmosférico, com 75 e 85 cavalos de potência, bem como com o novo 1.0 T-GDi de três cilindros turbo, disponível com 100 e 120 cavalos, podendo a versão de 100 cavalos estar associado a uma caixa manual de cinco velocidades e de dupla embraiagem DCT de 7 velocidades, e a versão de 120 cavalos associada a uma caixa manual de seis velocidades.
Esta última foi a versão que obtivemos para ensaio, que revelou ser a ideal para tirar partido da nova afinação da suspensão e direcção, melhorada face à versão que testámos anteriormente (Hyundai i20 Active CDRi), embora continue a faltar alguma emoção na condução. Este pequeno motor de três cilindros oferece uma surpreendente disponibilidade, e a associação à eficaz caixa manual de seis velocidades permite-lhe atingir baixos consumos, mesmo em cidade, desde que tenha os cuidados mínimos como o cumprimento de todos os limites legais de velocidade. Em andamento mais despreocupado, a média de consumo rondará os 6 l/100km, o que não deixa de ser um valor bastante aceitável para o desempenho oferecido.
Ficha Técnica
Motor | Prestações | ||
Tipo | 1.0 T-GDi | Velocidade Máxima | 190 km/h |
Capacidade | 998 cc | Aceleração (0-100 km/h) | 10,2 s |
Potência | 120 cv (6000 rpm) | Consumos (litros/100 km) | |
Binário | 171 Nm (1500 rpm) | Cidade (anunciado) | 6,1 |
Transmissão | Estrada (anunciado) | 4,6 | |
Tracção | Dianteira | Média (anunciada) | 5,2 |
Caixa | Manual de seis velocidades | Emissões Co2 | 118 g/km |
Chassis | Preço | ||
Dimensões (Comp. / Alt. / Larg.) | 4035 / 1474 / 1734 mm | Valor base | €13 250 |
Peso | 1175 Kg | Valor viatura testada | €19 955 |
Bagageira | 301 / 1017 litros | I.U.C. | €102.81 (WLTP) |
Notas Finais
Gostámos
- Preço
- Espaço a bordo
- Conforto
- Desempenho
- Consumos
A rever
- Plásticos rígidos predominantes
- Condução pouco envolvente
Conclusão
7.3Desenvolvido na Alemanha, produzido na Turquia, com cinco anos de garantia sem limite de quilómetros, uma nova imagem, motorizações a gasolina mais potentes e eficazes, e muito espaço e conforto a bordo para todos os ocupantes. Já não existem razões para não considerar o novo Hyundai i20, que começa nos €13.250 para a versão de 100 cavalos.