A Citroën pode mesmo recuperar o 2CV: «Precisamos de modelos icónicos, que chamem a atenção pelo estilo»

A estratégia de recuperar automóveis que fizeram história tem sido recorrente na Renault, com os 4 e 5 E-Tech, na Fiat, que se prepara para começar a vender um Panda eléctrico, e na VW, que trouxe de volta a sua ‘Pão de Forma’, agora com o nome ID.Buzz.

A Citroën ainda não tem um modelo que apele à nostalgia, mas não faltam automóveis que se podiam candidatar a um regresso em modo 100% eléctrico. Aliás, isto não é bem verdade: em 2018, a marca francesa lançou o e-Mehari. Contudo, este modelo não pode ser considerado um ‘everyday car’, mas um modelo sazonal para usar no Verão, devido ao facto de ser aberto.

Assim, continua a falta um modelo no portfólio da Citroën que apele à nostalgia, mais na linha do que a Renault fez com o Renault 5, que acabou por ser um fenómeno – com apenas um mês de mercado, vendeu 3316 unidades e ficou mesmo à frente do Modelo Y, da Tesla. No troféu Volante de Cristal, este automóvel ganhou ainda o prémio ‘Eléctrico do Ano’.

No portfólio histórico da Citroën, só parece haver um modelo capaz de rivalizar com o Renault 5, e a ideia não é de agora – o 2CV. No passado, a marca negou rumores sobre uma nova versão do automóvel produzido entre 1948 e 1990. No início de 2025, o tema voltou à agenda mediática, depois de uma notícia do site Autocar, durante o Salão de Bruxelas.

Na altura, o director de design da Citroën, Pierre Leclercq, deixou um ‘nim’ sobre o 2 CV, que agora se parece ter transformado num verdadeiro ‘sim’: «Precisamos de modelos icónicos, que chamem a atenção pelo estilo, pelas funcionalidades e por algo mais». Estas palavras são de Thierry Koskas, CEO da marca francesa, ao Autocar.

O facto de ser o CEO, e não um director de design, a assumir a estratégia “nostálgica, dá outra dimensão à futura e mais que hipotética abordagem da Citroën. O 2 CV deverá ser mesmo o automóvel que cumpre os critérios da marca para um revivalismo eléctrico.

Este modelo tornou-se um dos mais populares de sempre e, talvez, o mais reconhecido da Citroën durante muitos anos. Criado para ser um automóvel do povo, teve como objectivo ser um modelo «simples de fabricar, económico e de fácil manutenção». Ao todo, foram fabricados 5,1 milhões de unidades.

Koskas lembrou que o 2CV é «reconhecido em qualquer parte do mundo», muito por culpa do seu design ovalado, algo que se deverá manter nesta recriação. A Autocar garante que, ainda este ano, a Citroën vai mostrar um protótipo, pelo que um modelo final pode mesmo vir a ser lançado – talvez quando dois cavalos fizer oitenta anos, em 2028?