Lançado no Outono do ano passado, o novo Mazda MX-5 (quarta geração) tem mantido a tradição em tornar o pequeno roadster da Mazda no roadster de maior sucesso a nível internacional, tendo conquistado não só o coração dos entusiastas como de potenciais clientes e de toda a imprensa, tendo já acumulado 70 prémios desde o seu lançamento no qual se incluem o Carro Mundial do Ano com o de Design de Carro Mundial do Ano, tendo sido o primeiro modelo a conseguir conquistar estes dois prestigiados prémios no mesmo ano.
E qual a razão para toda esta “euforia” e reconhecimento? Simples, os engenheiros da Mazda limitaram-se a seguir os seus princípios e lançar um roadster que voltasse a usar as premissas que foram usadas na primeira geração: “Começar do zero, peso baixo e dimensões contidas”. O resultado é um roadster que consegue ser quase tão leve e ligeiramente mais pequeno que o MX-5 original de 1989, o que para os entusiastas (e entendedores) significa um automóvel preciso e ágil, adjectivos que, apesar de tudo, sempre estiveram associados às anteriores gerações.
Visualmente, o novo MX-5 revela-se como sendo a evolução da linha de design KODO – Alma do Movimento, iniciada em 2013 com o SUV CX-5. A frente é composta por um capot de grandes dimensões, de onde se destacam a harmonia das linhas, que ligam a enorme entrada de ar central com as ópticas rasgadas e as luzes diurnas em LED colocadas nas extremidades, conferindo um visual agressivo, mas muito atraente. Atrás destaque para as ópticas redondas colocadas numa posição mais central e pela dupla saída de escape, independentemente da motorização escolhida.
No interior predomina a simplicidade, algo ao qual o MX-5 sempre esteve associado, estando, segundo os responsáveis da marca, presente a sensação “Jinba-Ittai”, o que significa que o condutor fica associado e sincronizado na perfeição com o veículo, como acontecia com os arqueiros Yabusame japoneses a cavalo. Para garantirem uma precisão perfeita no seu tiro, estes tinham que estar em perfeita sintonia com o cavalo, daí a expressão “Jinba-Ittai”. E, muito sinceramente, foi exactamente isso que foi sentido ao longo dos dias de ensaio ao volante do novo MX-5.
Além de simples, todo o interior respira qualidade japonesa, com a colocação de todos os elementos de forma ergonomicamente perfeita e acessíveis, sem precisarmos de desviar o olhar da estrada, sem esquecer todos os luxos que são considerados hoje em dia como imprescindíveis, como o ar condicionado, sistema de infoentretenimento com ecrã táctil de 7 polegadas (não disponível na versão de base Essence), com sistema de navegação e sistema de Audio Bose (ambos de série na versão Excellence), ligações USB e Aux, sensor de chuva e de luz (de série na versão Excellence) e ligação Bluetooth com controlo de voz (não disponível na versão Essence), sendo esta composta por um altifalante embutido no encosto de cabeça, para que possa ouvir melhor a chamada quando estiver a conduzir com a capota aberta.
E já que falamos em capota, esta possui um accionamento totalmente manual, bastando pressionar um botão para desbloquear o encaixe e empurrar (literalmente) a capota para o compartimento de arrumação da mesma. Todo o processo é extremamente rápido, podendo ser accionado quando desejar, embora seja recomendável que efectue este processo com a viatura parada, uma vez que deverá garantir que a capota fica encaixada no compartimento. Para a fechar, basta pressionar um botão colocado por cima do compartimento de arrumação central, colocado entre os bancos, e fechar a capota manualmente.
Em termos de motorização, o novo MX-5 está equipado com dois motores distintos, o SKYACTIV-G 1.5 de 131cv e 150Nm, e o SKYACTIV-G 2.0 de 160cv e 200Nm de binário. O modelo de ensaio vinha equipado com a primeira opção, que à partida poderá parecer um “downgrade” face às anteriores motorizações 1.8 e 2.0, porém este motor, por ser mais pequeno, é igualmente mais leve que os anteriores (1050kg), permitindo em conjunto com o peso mais leve da carroçaria, um comportamento mais preciso e uma aceleração superior à do anterior 1.8 de 126cv, que precisava de 9,9s para atingir os 100km/h, valor esse que reduziu para os 8,3s.
Este motor atmosférico e de baixa cilindrada é mais do que suficiente para garantir um andamento rápido q.b. (pode sempre optar pelo 2.0), mas que garante aquele comportamento típico que o MX-5 sempre gozou, de uma precisão ímpar, onde tudo funciona de forma harmoniosa, com a direcção extremamente precisa e, se dispensar os andamentos rápidos, com consumos surpreendentemente baixos, como os 5.1 l/100km que registei durante um dos vários passeios que aproveitei ao volante deste MX-5.
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Ficha Técnica
Motor | Prestações | ||
Tipo | Quatro cilindros em linha | Velocidade Máxima | 204 km/h |
Capacidade | 1496 cc | Aceleração (0-100 km/h) | 8,3 s |
Potência | 131 cv (7000 rpm) | Consumos (litros/100 km) | |
Binário | 150 Nm (4800 rpm) | Cidade (anunciado) | 7,9 |
Transmissão | Estrada (anunciado) | 4,9 | |
Tracção | Traseira | Média (anunciada) | 6,0 |
Caixa | Manual de seis velocidades | Emissões Co2 | 139 g/km |
Chassis | Preço | ||
Dimensões (Comp. / Alt. / Larg.) | 3915 / 1230 / 1735 m | Valor base | €29 995 |
Peso | 1050 Kg | Valor viatura testada | €32 620 |
Bagageira | 130 litros | I.U.C. | €165.32 |
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