Nissan Micra 0.9 IG-T Orange Vibes – Micra ocidentalizado
Embora utilize a mesma plataforma, a Nissan promete que transformou por completo o novo Micra. Qual terá sido o resultado? Descubra neste ensaio à original versão Orange Vibes, com motorização Turbo a gasolina de 90 cavalos.
Eu fui, provavelmente, das poucas pessoas que gostava, efectivamente, do antigo Micra. Era um pequeno carro honesto, que como o nome indica, tinha sido criado para um ambiente urbano, destacando-se pela genica e impressionante espaço interior num automóvel tão compacto. Porém, face a modelos rivais, especialmente os de origem europeia, acabaram por relegar o Micra para segundo plano, obrigando a Nissan a ter que rejuvenescer o pequeno Micra.
Com este novo Micra, a Nissan aparenta ter começado tudo do zero, porém, na realidade, a Nissan utilizou a mesma plataforma da anterior geração Micra. Mas isso não impediu os responsáveis da marca de revolucionar o Micra, tornando-o atraente e… atrevido, o que é óptimo, especialmente tendo em conta a qualidade dos seus rivais actuais. Cores fortes, combinações de cores e muita personalização, à semelhança do que a Nissan introduziu quando lançou o Juke, com detalhes como riscas, faixas com cores em contraste, jantes com inserções, entre outros.
Muito honestamente, o novo Micra é, visualmente, tudo o que o Pulsar deveria ser, ou seja, inspirou-se claramente no visual do Qashqai, mas em vez de simplesmente adapta-lo, optaram por o transformar. O melhor de tudo é que toda esta transformação foi replicada no interior, onde encontrará diversos elementos que podem ser personalizados em termos de cores, como os bancos, o eixo central do tablier, apoios laterais da consola central, entre outros.
Neste caso em concreto, temos a cor de laranja, que contrasta na perfeição com o cinzento escuro, evitando que o interior acabasse por ser demasiado sombrio, como aconteceu no passado. Os materiais usados, embora visualmente atraentes, acabam por revelar ser essencialmente constituídos por plásticos rígidos, que ainda assim revelaram estar bem montados, o que impediu o aparecimento de ruídos parasitas, um dos principais defeitos da utilização destes materiais.
Esta edição Orange Vibes está associada ao nível de equipamento mais completo da gama, o Tekna, razão pelo qual não fomos surpreendidos pela presença do sistema de infoentretenimento, que utiliza um ecrã táctil de 7 polegadas, compatível com a tecnologia Apple CarPlay, suporte para a câmara inteligente de visão 360 e sistema de som BOSE Personal, que é reforçado pela aplicação de dois altifalantes no encosto de cabeça do condutor. Este sistema, embora em termos de conceito seja inovador, não me conseguiu convencer em termos de envolvência como estaria à espera.
Igualmente importante é a integração do Pack Segurança Plus, que incluí o sistema de anticolisão inteligente com detecção de peões, regulador automático das luzes de máximos, sistema inteligente de manutenção de faixa e identificador de sinais de trânsito. Tirando este último e o regulador automático das luzes de máximos, não posso afirmar se estes sistemas funcionam bem ou não (felizmente), mas tendo em conta a origem, acredito piamente que tudo funcione “à japonês” (bem e de forma precisa).
O que não agradou tanto foi no espaço disponível para trás, ligeiramente inferior ao dos seus rivais, no qual incluo o “primo” Renault Clio, bem como a opção de, no meio de tantos equipamentos, ter encontrado um extra que não via há alguns anos, o manípulo do vidro manual traseiro. Vai daí, se calhar até é boa ideia optar por este “extra”, para que os mais novos não se esqueçam que nem tudo na vida é automático e imediato…
Falta referir o único elemento que transitou do outro lado da Aliança Renault-Nissan, a combinação motores/caixa. O novo Micra utiliza três motorizações de origem Renault, o acessível 1.0 de três cilindros atmosférico de 73 cavalos, o agradável 0.9 IG-T turbo a gasolina de 90 cavalos e o conhecidíssimo 1.5 dCi diesel de 90 cavalos.
Felizmente este modelo vinha equipado com a segunda opção, conhecido na Renault como sendo o 0.9 TCe, que no caso do Micra, por ser mais pequeno e leve, torna-o mais ágil que o Clio. Felizmente a Nissan optou por equipar o Micra apenas com caixa manual de cinco velocidades, embora existam rumores que vá ser desenvolvida uma caixa CVT (variação contínua).
Ficha Técnica
Motor | Prestações | ||
Tipo | Três cilindros em linha | Velocidade Máxima | 175 km/h |
Capacidade | 898 cc | Aceleração (0-100 km/h) | 12,1 s |
Potência | 90 cv (5500 rpm) | Consumos (litros/100 km) | |
Binário | 140 Nm (2250 rpm) | Cidade (anunciado) | 5,6 |
Transmissão | Estrada (anunciado) | 3,7 | |
Tracção | Dianteira | Média (anunciada) | 4,4 |
Caixa | Manual de 5 velocidades | Emissões Co2 | 99 g/km |
Chassis | Preço | ||
Dimensões (Comp. / Alt. / Larg.) | 3999 / 1455 / 1743 mm | Valor base | €15 400 |
Peso | 1001 Kg | Valor viatura testada | €17 000 |
Bagageira | 300 / 1004 litros | I.U.C. | €101.49 |
Notas Finais
Gostámos
- Personalização
- Agilidade
- Equipamento
A rever
- Plásticos rígidos no interior
- Espaço nos lugares traseiros
Conclusão
7.4O novo Micra representa uma verdadeira revolução face às anteriores gerações, enquadrando-se na perfeição com o estilo personalizado de modelos como o Juke. Interior acolhedor e divertido, um nível de equipamento tecnológico superior ao que habitualmente encontramos neste segmento e um preço muito atraente para este conjunto tornam o novo Nissan Micra num modelo a ter em conta.